ANTÓNIO DACOSTA
Uma pequena nota de 1988 (Arquivo Expresso), um notícia de 1992 ou 93, outra nota de 2006 (Ratton)
1
"Imagens partilhávels"
ANTÓNIO DACOSTA
Fundação Gulbenkian
Revista 27 Fev. 1988, pág.14
ANTÓNIO DACOSTA
Uma pequena nota de 1988 (Arquivo Expresso), um notícia de 1992 ou 93, outra nota de 2006 (Ratton)
1
"Imagens partilhávels"
ANTÓNIO DACOSTA
Fundação Gulbenkian
Revista 27 Fev. 1988, pág.14
Posted at 07:45 in 1988, 1993, 1995, 2006 | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Uma entrevista de 1999. Artigos e notas sobre exposições entre 1991 e 2006: ver no Scribd ou academia.edu
e
O Marquês de Pombal, em Vila Real de Santo António, 2009
Posted at 01:39 in 1991, 1993, 1995, 1999, 2006, Cutileiro | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: D. Sebastião, João Cutileiro, Lagos, Monumento ao 25 de Abril
Um primeiro Mês da Fotografia em 1993. Duas edições do Lisboa Photo em 2003 e 2005, à volta do Arquivo Fotográfico.
1993
O Mês da Fotografia, Lisboa
Coordenação: Sérgio Tréfaut. Projecto: S.T. e Paula Mascarenhas. Por ocasião das Festas de Lisboa; vereador do Turismo: Vitor Costa.
Continue reading "1 Mês em 1993; 2 LisboaPhoto, 2003-05. Indice " »
Posted at 19:03 in 1993, 2003, 2005, Arquivo Lisboa, Indice, LisboaPhoto | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Posted at 22:42 in 1990, 1993, 1994 | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
1986, 19 Abril:
"Arco'86 em Madrid" / "pintado de fresco" + "Estratégias de representação" / "os portugueses no labirinto". Pp.50-52R.
1988 "Arco: o museu conformista"
1993, 20 Fevereiro
"Ano 5 d.c." + "O centro mais próximo"
1995
"Arte de Feira"
1996
"Ilusões perdidas"
1997 "A feira das vaidades"
1998 "Arco: a arte do mercado de arte"
1999 "O eixo ibérico"
2000 "Mais Arco, menos consenso"
2001 "Vinte arcos depois"
2002 "Os artistas do momento"
2003 "Relojoaria suíça"
2005 "A mercadoria da festa"
2006 "Euforias ibéricas" (Êxitos portugueses e outras novidades na Arco’06) - 18 Fev., mais a 04 Fev.: "Madrid, a Áustria e o resto" e a 28 de Janeiro: "Arco de Madrid com selecção controversa" (a exclusão da Arte Periférica)
2007 : "União ibérica" (Joana Vasconcelos) - 24 Fev. : Em ano da Coreia e em tempo de revisão de fórmulas, a feira Arco de Madrid volta a ser um palco importante para a arte portuguesa
+ "Madrid: A Arco e o resto" - 27 Jan.
2008: Menos Arco e Uma rede informal de dependências e cumplicidades...
...
É manifesta a proximidade (e tb a diferença relativa) entre a obra de José dos Santos e a de Franklim (Franklim Martins Ribeiro ou F. Vilas Boas, 1919-1968, Esposende) , que o Museu Nacional de Etnologia expôs em 1995, depois de ter sido pela 1ª vez apresentado por Ernesto de Sousa em
"Barristas e Imaginários: Quatro artistas populares do Norte" (Rosa Ramalho, Mistério, Franklin e o seu irmão Quintino), Liv. Divulgação, Lisboa, Maio-Junho 1964, num ciclo de Etnologia e Cultura Popular, realização das Associações de Estudantes (sic)
a que se seguiu "Quintino e Franklim Vilas Boas", Famalicão, Março-Abril 1968, integrada num "Ciclo de Arte Popular" promovido pela Secção de Artes Plásticas do Centro Académico de Famalicão <E.S.>
<sobre Franklim Vilas Boas ver Wikipedia> <ver tb As Idades da Madeira, IEFP 1997>
FRANKLIM, Museu de Etnologia - EXPRESSO, Cartaz de 06-01-1996
idem, 23-03-1996
#
Mistério, 4ª Feira Internacional de Artesanato, 5 a 14 de Julho de 1991, Instituto do Emprego e Formação Profissional.
#
"Jaime e a sua Obra. Colecção Gérard A. Schreiner", Casa da Covilhã, Lisboa, Fevereiro 1993
JAIME, Casa da Covilhã, EXPRESSO Cartaz de 13-02-1993
#
António Peralta, Galerias Municipais de Arte Trem e Arco, Faro, Maio-Julho 1996 (textos de Carlos Barroco e José Luís Porfírio) / Galeria Novo Século, Lisboa, 1998
PERALTA, Novo Século, EXPRESSO Cartaz de 11-07-1998
"Encarnação Baptista, Desenhos e pinturas. Registos imprevistos para um traje imaginário", Museu Nacional do Traje, Julho-Outubro 1997
ENCARNAÇÃO BAPTISTA, Museu do Traje, EXPRESSO Cartaz de 5-08-97
Fernando Baraça ("Um barrista de cada vez"), Museu da Olaria , Barcelos, Jan.Fev. 1998 - é uma das muitas exp. levadas a cabo pelo Museu. Na mm série: Júlia Ramalho, 1997; Júlia e Emília Côta; Conceição Sapateiro; A família Baraça 1998; Mistério (filhos).
#
"Vidas Ex-postas. Estórias bordadas por Maria Barraca", Museu da Guarda, 1999 / Museu do Traje, Lisboa, 2000
Maria Barraca, Museu do Traje, EXPRESSO Cartaz de 04-03-2000
OS INUMERÁVEIS ESTADOS DO SER ( 40 anos de experiência em terapêutica ocupacional )
Fundação Gulbenkian, EXPRESSO, Cartaz de 17 - 12 - 1994
BIENAL DE VENEZA 1995 (art. "Veneza, Cem anos de guerrilha", EXPRESSO 17-06-95, extracto)
#
classificado em Museu de Arte Popular, embora me pareça essencial separar as noções de Arte Popular e de Outsider Art/Art Brut e outras - e a noção de autodidacta (self taught) não parece ajudar muito.
Mistério e Fernando Baraça / António Peralta / Franklim e José dos Santos / Encarnação Baptista e Maria Barraca / Jaime / vão ocupando posições diferentes no espaço geral da arte (sucessivas, talvez, num espectro que tenha por eixo a ideia problemática de normalidade) - e os dois primeiros, que se integram numa tradição artística específica (colectiva e local) fazem a passagem necessária para as práticas escolares (?) mesmo se não académicas ou eruditas.
Poderiamos pôr antes uma Louise Bourgeois, um Álvaro Lapa e um Clovis Trouille para alargar o leque e fazer mais justiça aos artistas populares.
Parece ser tudo uma questão de se ser mais ou menos idiossincrático, o que não resolve nada.
Posted at 00:36 in 1993, 1996, 1997, 1998, 2000, Outsider | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Encarnação Baptista, Ernesto de Sousa, Franklim, Franklim Vila Nova, Jaime, Jaime Fernandes, José dos Santos, Maria Barraca, Nise da Silveira, Peralta
EXPRESSO/Revista 22/05/1993, pp 46-47
7ºs Encontros da Imagem de Braga, 1993
“Mestre Kertész”
HÁ DOIS encontros de fotografia nos Encontros da Imagem de Braga. Dois
modos de divulgação da fotografia, apenas coincidentes no tempo desta
7ª edição: Kertész e os outros.
André Kertész, que é habitual considerar um dos maiores fotógrafos de
sempre (ou mesmo o maior), é apresentado pela exposição «Ma France»,
uma selecção das fotos que realizou em Paris entre 1925 e 1936,
associadas a algumas outras com datas que vão de 1948 a 1984,
resultantes de episódicos regressos a França. Pierre Bonhomme, o
comissário, estruturou-a numa sequência de núcleos temáticos que se
distribuem pelas pequenas salas do Museu dos Biscainhos: retratos dos
amigos húngaros também exilados, retratos de artistas e escritores e
fotografias dos cafés ou ateliers parisienses (Mondrian, Chagall,
Zadkine, Foujita, Lurçat, Mac Orlan...), reportagens publicadas na
imprensa da época, fotografias escolhidas pelo próprio autor para
exposições nos anos 20 e 30, a série das «Distorções», as vistas de
Paris, etc. Por outro lado, colocou em contiguidade, no interior de
algumas das séries, fotografias com quase seis décadas de distância — e
só as legendas permitem em muitos casos distingui-las.
Posted at 01:45 in 1993, Encontros de Braga, Fotografos | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: André Kertész, Encontros da Imagem, Encontros de Braga, Ma France, Pierre Bonhomme
Expresso Revista de 20 Fev. 1993
o d.c. é aqui depois do crash bolsista de 1987, cujos efeitos demoraram a chegar - a queda do mercado ocorreu só na temporada de 1989-90, em especial com a retracção do Japão e da Coreia. A situação actual parece muito diferente...
As páginas da Revista eram de grande formato e não é nada prático tentar ler aqui. ver-se-á se vale a pena tentar outra solução... E isto é só a página 1 - publicavam-se grandes "ensaios"
Arco, Madrid:
“Ano 5 d.C.” pag. 45-46
“O centro mais próximo”, pp.46-47
e mais as exp. paralelas, nas duas seguintes - ver abaixo
Posted at 02:15 in 1993, Arco | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Arco 93, Cabrita Reis
EXPRESSO/Revista de 3 Jul. 1993, p.55R
IBA / “Trabalhar no Parque” / Dusseldorf
(Exposição Internacional de Arquitectura e
Construção — IBA, Internationalen Bauausstelluung)
Parque do Emscher, 1990-2000, antiga zona industrial do Ruhr
A TRADIÇÃO alemã das Exposições Internacionais de Arquitectura e Construção — IBA (Internationalen Bauausstelluung) — tem vindo desde o início do século a constituir uma excepcional oportunidade prática de articular a afirmação de novos enunciados programáticos sobre a arquitectura, o planeamento das cidades e a inovação técnica com a resolução das questões concretas da habitação, sob a forma de exposições de arquitectura construída. A experiência das Exposições Universais e o seu impacto na modernização das cidades, desde a de Londres em 1851 no Crystal Palace, deu origem, na Alemanha, a iniciativas circunscritas ao âmbito da «construção construída» que se sucederam no período entre as duas guerras.
Posted at 04:09 in 1993, Arquitectura | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Dusseldorf, Emscher, IBA, Internationalen Bauausstelluung
ARQUIVO
EXPRESSO/Revista, 08 Maio 1993, p. 45
“A temporada de 94” (a capital cultural)
AO DAR INÍCIO à preparação da capital cultural, um dos principais
responsáveis por Lisboa 94 dizia, «off the record», que tudo estava
«criminosamente atrasado».
Marcelo Rebelo de Sousa fora nomeado comissário, à revelia da Câmara,
em Fevereiro de 1991 e demitira-se em Junho. Passadas as eleições e
estabelecido um já improvável acordo, Vítor Constâncio era indigitado
em Dezembro do mesmo ano. Foi preciso aguardar a oficialização da
sociedade de capitais públicos formada pela SEC e a CML (21 de Julho de
1992), dar posse à comissão (5 de Agosto), procurar uma sede (umas
salas conquistadas no Palácio Foz), esperar pelas primeiras verbas e
ainda pelo papel timbrado que permitisse formalizar os contactos
iniciais. Assumidos o desafio e a falta de tempo — «será o que puder
ser», dizia o mesmo responsável —, estruturou-se em pouco mais de meia
dúzia de meses uma programação que, nas suas linhas gerais, vai ser
oficialmente anunciada na próxima terça-feira.
1994 será uma espécie de soma da Europália, alargada a algumas grandes
representações estrangeiras, com as Festas da Lisboa, prolongadas por
doze meses.
Posted at 03:37 in 1993, Lisboa 94, MC | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Capital Cultural, Lisboa 94, Santana Lopes, Simoneta Luz Afonso
Política cultural, crónica
EXPRESSO/Cartaz, Actual, pág. 3, 2 Out. 1993
“A rentrée” (SEC, Capital Cultural)
NÃO SÃO as inaugurações nem as estreias (sejam elas a do Auditório do
CCB ou do Jurassic Park) que marcam a «rentrée». O protagonista é o
secretário de Estado da Cultura.
Para o lembrar, com direito a capa, tome-se um jornal complacente.
Utilize-se a mágica atribuição dos dizeres a «fontes altamente
colocadas no Palácio da Ajuda». Ilustre-se com a fotografia do
propriamente dito secretário acompanhado pelo seu intelectual
predilecto em aprazível fim de refeição (não há vinhos, só a «maldita
cocaína»). Está montado o cenário para a reedição da história do gato
escondido com rabo de fora e para a impunidade do disse/não disse. O
título promete: «Santana ataca de novo».
A seguir, não fica quase pedra sobre pedra, nem responsável à frente da
sua repartição: vai tudo raso. Os serviços, depois da magna
reestruturação de há alguns meses, levarão uma nova volta, e agora é
que vai ser. Diz a fonte, altamente: «Vai tudo andar numa roda vida».
Posted at 03:27 in 1993, MC | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Santana Lopes
EXPRESSO/Cartaz, 20-03-93, p. 17
“Obras “em curso” (Património . IPPAR)
DAR FUTURO AO PASSADO
Galeria de Pintura do Rei D. Luís
A concepção arquitectónica do espaço da exposição, de João Bento de
Almeida, é excelente. O catálogo encadernado, com realização gráfica do
Atelier B2, de José Brandão e Teresa Cabral, é um magnífico volume de
colecção.
Assim se asseguram as aparências de uma exposição que, com direito a
inauguração pelo primeiro-ministro, assinala os três anos da conturbada
presidência de Antero Ferreira no IPPC, actual IPPAR (Instituto
Português do Património Arquitectónico e Arqueológico), no momento em
que transita para outra presidência, a da Fundação das Descobertas-CCB.
Autocelebração pela SEC da sua acção num dos sectores que mais vezes
foram objecto de denúncia e autocrítica públicas, num quadro geral em
que, com as comemorações do S. Carlos, a abertura «apressada» do CCB e
o início próximo do Festival de Teatro, se pretende exibir obra feita,
o essencial da operação reside precisamente na iniciativa de fachada,
na acção de «charme», no «encher o olho» do visitante incauto. Aliás,
esta é apenas mais uma das exposições sobre o que se faz e não faz no
âmbito do património (a última foi em 91, nos Jerónimos), e certamente
a mais cara: o «Público» referiu custos da ordem dos 30 mil contos.
Posted at 02:30 in 1993, MC, Património | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: IPPAR, Santana Lopes
Política cultural, crónica
EXPRESSO/Cartaz Actual, pág. 3, 13-Mar.-1993
“Publicidade paga” (S. Carlos)
Da nota oficiosa à publicidade paga vai um progresso que deve ser
reconhecido, mas o processo de estabelecer a verdade que convém tem o
mesmo fundo autoritário. O governante actual descrê do livre jogo da
informação e paga (usando os fundos públicos) para defender a sua
política, tal como o de outros tempos impunha a censura e a publicação
obrigatória da sua versão.
«Afinal há ópera no S. Carlos?», anúncio de página inteira (EXPRESSO de
6 de Março), é apenas a confirmação de uma política quase permanente de
impedimento da actividade livre da Imprensa por parte da SEC, que
recusa por sistema responder às interrogações dos jornalistas e mantém
a proibição absoluta de os serviços e responsáveis departamentais
prestarem informações directas. Num momento tão marcante da vida
cultural que justifica essa forma insólita de autocelebração, seria
normal que se promovesse uma conferência de Imprensa ou que os
responsáveis pelo Teatro acolhessem os jornalistas numa visita às
instalações renovadas e na apresentação pública da programação. É
porque há muita coisa a esconder que se prefere a protecção de uma
página paga.
Posted at 02:24 in 1993, MC | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Santana Lopes, SEC, Teatro de São Carlos
EXPRESSO/Cartaz de 07-08-93, pág 13
“Não há novos”
IMAGENS PARA OS ANOS 90
Casa de Serralves
Pelo terceiro ano consecutivo a Fundação de Serralves apresenta durante o Verão uma colectiva com repercussão nacional e com intencional sentido polémico, numa sequência que se vai constituindo como uma referência indispensável no panorama artístico português, embora naturalmente construída por momentos de desigual importância. Este ano foi o próprio director artístico de Serralves, Fernando Pernes, que se reservou a função de comissário (depois de a ter atribuido a Bernardo Pinto de Almeida e a Alexandre Melo, em 91 e 92 n.1), conferindo à mostra um duplo projecto de sinalização de mudanças entre as décadas de 80 e 90, e, por outro lado, de revelação de jovens artistas e de outros menos jovens mas de também recente originalidade criativa.
Posted at 02:00 in 1993, Antologia, crítica, Exposições, Serralves | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Anos 90, Casa de Serralves, Fernando Pernes, Serralves
EXPRESSO/Revista de 4 Set. 1993, pp38-39
Antonio Lopez, “Saber pintar”
a propósito de El Sol del Membrillo
ALGUÉM pinta, ou tenta pintar, um quadro. Aliás, não é um quadro que o pintor pinta, o qual corresponderia já a um primeiro reconhecimento de um nível de autonomia modernista (o auto-engendramento de um espaço pictural na superfície bidimensional): o pintor pinta um marmeleiro que plantou no seu jardim — aquele marmeleiro. O que ele procura é captar uma realidade exterior e natural que caracteriza à partida como bela: é a beleza natural que deverá ser transcrita sobre a tela. E ele pratica e pensa a sua pintura com a suposta naturalidade de um acto originário e intemporal, sobre o qual a história (da pintura) não surge a problematizar o que é o mimetismo, a representação, o «medium», etc. Não há problemas de pintura, existe apenas a dificuldade de cumprir um programa.
Posted at 01:55 in 1993, artistas | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Antonio Lopez, El Sol del Membrillo, Victor Erice
EXPRESSO/Cartaz TV 03-07-93
Artes e Letras:
Andy Warhol (TV2, 20h20)
É a segunda vez, em tempos recentes, que o «Artes e Letras» se ocupa de A.W. (falta saber se será também o mesmo filme). Seria oportuno que, depois de tratar do mais famoso agente da Pop arte americana, os programadores da RTP descobrissem outro nomes tão importantes como os dos «precursores» Jaspers Jones e Robert Rauschenberg — na Grã Bretanha, Eduardo Paolozzi e o Indepedent Group —, ou, já no terreno próprio da geração de Warhol, os de artistas como Oldenburg, Jim Dine, Liechenstein, Rosenquist, Robert Indiana e Edward Ruscha, por exemplo.
Posted at 01:50 in 1993, artistas | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Andy Warhol
EXPRESSO/Revista 28 Agosto 1993, pp. 26-27
"Vinte anos depois"
Para comemorar os 20 anos do monumento a D. Sebastião, que derrubou as regras da estatuária do Estado Novo poucos meses antes do 25 de Abril, o Centro Cultural de Lagos reuniu em exposição as maquetas feitas por João Cutileiro para esculturas a instalar em espaços públicos. O escândalo já foi esquecido, mas a idade não lhe pesa
«D. Sebastião, 1973-1993”, João Cutileiro
Centro Cultural de Lagos
LAGOS celebra o aniversário do D. Sebastião de João Cutileiro que se
ergue na Praça Gil Eanes com uma exposição de «maquetas de esculturas
para espaços públicos», em companhia de fotografias das obras
executadas, quando o foram. Apresenta-se no Centro Cultural da cidade,
que, por coincidência, acolhe também uma segunda mostra comemorativa de
outros 20 anos, os do Expresso.
Para Cutileiro, a simultaneidade das exposições faz algum sentido. «Não
é por acaso que nelas se celebram os 20 anos do D. Sebastião e do
Expresso - nós somos ambos precursores do 25 de Abril. Eu costumo dizer
por graça que o MFA, em 73, veio ter comigo e pediu-me: 'fazes uma
estátua controversa, pões na praça de Lagos e, ao fim de seis meses, se
ainda lá estiver, é porque isto já está podre e nós podemos entrar'.
Embora seja uma graça, também é a realidade: tenho a impressão de que,
cinco anos antes, aparecia uma grua e aquilo vinha abaixo.»
Posted at 01:45 in 1993, Cutileiro, Lagos | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Centro Cultural de Lagos, D. Sebastião, João Cutileiro, Lagos
EXPRESSO de 29 Maio 1993
“Embrulhadas” ( Le Pont-Neuf, Paris)
ARTES E LETRAS:
CHRISTO EM PARIS (TV2, 20h25)
Há artistas que só têm uma ideia em toda a vida, e passam os anos a
multiplicá-la ou a ampliar-lhe a escala. Christo, escultor de cenários,
embrulha edifícios e paisagens
As obras de Christo contrariam a ambição de eternidade que está quase sempre associada à ideia de obra de arte. Preparadas longamente, elas são de existência ou exibição efémera, como um espectáculo. Artista utópico e empresário, Christo trabalha com acontecimentos, mas também com a memória dos acontecimentos que encena: é o que sucede com o presente documentário de uma hora sobre o empacotamento da Pont-Neuf de Paris, realizado no final de Setembro de 1985.
Posted at 01:40 in 1993, artistas | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Christo
EXPRESSO/Revista de 26 Jun. 1993, pp. 71
3º
Eficácia empresarial
(entrev. c/ Rui Vilar)
Rui Vilar é o mentor do novo projecto cultural da Caixa, mas é ele
próprio quem sublinha a independência empresarial e programática dos
responsáveis pela Culturgest. As suas respostas a um questionário
escrito definem, no seu medido laconismo, o quadro global em que se
moverá «este novo tipo de gestão cultural», com a «preocupação de
eficácia que é inerente à gestão empresarial».
EXPRESSO — Com a inauguração da nova sede, a CGD vai alterar o modo
como anteriormente praticou o mecenato cultural, constituindo-se como
um dos polos culturais de Lisboa?
RUI VILAR — Não. A CGD não vai alterar no essencial a sua prática de
mecenato cultural. Vai, outrossim, complementá-la com outras
actividades artísticas e culturais cuja programação será da exclusiva
responsabilidade da Culturgest.
Posted at 01:32 in 1993, Culturgest | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: CGD, Culturgest, Rui Vilar
EXPRESSO/Revista de 26 Jun. 1993, pp. 68-71,
2 –
“Entrar nos circuitos”
(entr, c/ Manuel José Vaz e Fátima Ramos)
«A CULTURGEST é uma empresa privada e comercial que assegura a animação dos espaços culturais da nova sede da CGD», diz o seu principal responsável, Manuel José Vaz. A utilização de tais espaços constituía, inicialmente, um projecto interno à CGD, dirigido para os seus empregados e para actividades de representação ligadas à natureza própria de um banco. Foi Rui Vilar, presidente da CGD, quem, entretanto, resolveu «voltar também para o exterior a utilização do edifício, abrindo-o à cidade e procurando assim suavizar o impacto negativo de uma tão grande concentração de serviços» numa única zona da cidade, decidida de acordo com concepções de gestão que hoje já não são pacíficas.
Posted at 01:28 in 1993, Culturgest | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
Tags: CGD, Culturgest, Rui Vilar
EXPRESSO/Revista de 26 Jun. 1993, pp. 68-71
CGD/Culturgest (a abrir a 10 Out.)
“Cultura sociedade anónima”
A NOVA sede da Caixa Geral de Depósitos, ao Campo Pequeno, não é só o
maior edifício comercial em construção na Europa — é também o lugar de
implantação de uma experiência de gestão cultural inédita em Portugal.
A CGD, que tem mantido, nos últimos anos, uma larga mas discreta acção
de mecenato, vai ter a partir de Outubro a sua própria «fachada
cultural», inaugurando no seu faraónico palácio do Campo Pequeno, um
centro de espectáculos e exposições com programação regular.
Não se trata de mais uma fundação, embora houvesse neste caso (ao
contrário do que sucede em S. Carlos ou no Centro Cultural de Belém)
uma rectaguarda financeira sólida assegurada pelo maior banco
português. Para gerir aquela programação e os seus espaços próprios, e
rentabilizá-los também através da organização de congressos e da venda
de serviços, Rui Vilar criou uma empresa, a Culturgest — Gestão de
Espaços Culturais, Sociedade Anónima. Os seus capitais pertencem em 90
por cento ao Grupo Caixa (CGD e a sua holding) e os dez por centos
restantes são investidos pela Fundação Luso-Americana para o
Desenvolvimento. É uma lógica empresarial, mesmo que inevitavelmente
sem resultados lucrativos, que presidirá às suas actividades.
Posted at 01:24 in 1993, Culturgest | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: CGD, Culturgest, Rui Vilar
Expresso/Cartaz, 29 Maio 1993
“Lagos, centro modelo"
MALHOA, ALMADA & ÂNGELO, MIRANDA JUSTO
Centro Cultural de Lagos
Enquanto se discutem as dimensões e as actividades do Centro Cultural
de Belém, vale a pena conhecer o investimento feito por uma cidade de
pequenos recursos, como é Lagos, num centro cultural onde é possível
apresentar em simultâneo três exposições (ou cinco, com uma sala
dedicada a trabalhos escolares e, num pátio interior descoberto, ainda
as esculturas de Pascal Radar, em fim de carreira), e que dispõe de um
magnífico auditório de 300 lugares e de outros espaços mais para
múltiplos fins a inventar.
Inteligentemente, o responsável pela
autarquia (PSD) considerou que não lhe bastam os meses de sol e que a
cultura dos seus habitantes e a oferta turística se prolongam por
outras actividades, umas tirando partido do património histórico local,
outras abertas ao presente e à inovação.
Posted at 01:18 in 1993, Lagos | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Alexandre Barata, Centro Cultural de Lagos, D. Sebastião, João Cutileiro, Lagos, Xana
EXPRESSO/Cartaz de 27-Março-93, p. 3
Actual: "Veneza em Paris"
(“O século de Ticiano”, Grand Palais)
Depois da abertura da grande exposição Matisse no Centro Pompidou (até 21 de Junho), outra grande inauguração parisiense veio colocar o século de ouro veneziano sob os projectores da actualidade. É "O século de Ticiano, de Giorgione a Veronese", que apresenta nas galerias do Grand Palais (até 14 de Junho) perto de 150 pinturas e uma centena de desenhos do século XVI, em torno das obras da colecção do Museu do Louvre — e foi precisamente a oportunidade da reinstalação da Sala dos Estados e da Grande Galeria do Louvre que tornou possível esta mostra.
Posted at 01:16 in 1993, história antiga, Paris | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Grand Palais, Michel Laclotte, Ticiano, Ticien, Tiziano
ARQUIVO _ EXPRESSO/Revista de 06 Março de 1993, pp 52 - 56
Margens
“Abismos da visão: fronteiras da razão”
"Visões Paralelas" é uma grande exposição que se mostra no Museu Reina Sofia em Madrid, vinda de Los Angeles e com viagem marcada para Basileia e Tóquio. Aí se apresentam em paralelo obras de artistas modernos e de marginais (loucos, autodidactas mais ou menos excêntricos, "visionários compulsivos") ensaiando uma interpretação polémica da evolução da arte do século XX. Um campo aberto à investigação ou a defesa de uma nova mística"
(Sobre a exposição «Visões Paralelas — artistas modernos e arte marginal», de Maurice Tuchman e Carol S. Eliel / Visiones Paralelas, Museo Reina Sofia, Madrid / Parallel Visions, County Museum of Art. Los Angeles)
FOI certamente Klee o primeiro artista do século XX a apontar as criações dos doentes mentais (a par da arte das crianças e dos povos «primitivos») como exemplos a seguir para «reformar a pintura», afastando-a das «correntes da tradição de ontem», ou seja, do academismo.
Estava-se então em 1912, Klee expunha em Munique com os expressionistas do grupo do «Cavaleiro Azul», e a sua proposta, embora só brevemente formulada, tinha já um sentido mais radical que o interesse dos impressionistas pelo exotismo das estampas japonesas, a sedução de Gauguin pelos «selvagens» da Polinésia, a admiração dos modernos pela ingenuidade do Douanier Rousseau e a descoberta pelos pintores parisienses, os «fauves» e Picasso, do primitivismo da «arte tribal», a partir de 1906. Num processo de continuada contestação da cultura instituída e num contexto artístico marcado pela urgência da ruptura e da inovação, tratava-se de colher inspiração no «selvagem» que sobrevivia nas franjas do mundo civilizado, na espontaneidade da expressão infantil e na suposta sinceridade sem freio dos alienados, como uma verdade mais autêntica e profunda que o artista de vanguarda deveria tomar por modelo da criatividade.
É toda a fortuna que teve ao longo do século essa mesma proposta, sucessivamente renovada pelos surrealistas e por Dubuffet, que constitui o tema de uma grande exposição com origem no Museu de Los Angeles e agora apresentada em Madrid no Museu Rainha Sofia (até 9 de Maio), antes de completar uma volta ao mundo com escalas em Basileia e Tóquio. Uma exposição de grande importância, mesmo que transporte uma carga ideológica de sentido, afinal, obscurantista.
Continue reading "Parallel Visions - Visiones Paralelas 1993" »
Posted at 01:14 in 1993, Madrid, Outsider | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: arte marginal, Maurice Tuchman, MNCARS, Parallel Visions, Reina Sofia, Visiones Paralelas
EXPRESSO/Revista de 27-Fev.-93 (Madrid, Arco), pp 58-61
in MADRID “Depois do quadrado branco”
2
Brice Marden, Reina Sofia
Susana Solano,Palácio Valazquez
Miró, Reina Sofia
James Turrell, La Caixa
Rauschenberg fot., Galeria Cobo e Alexander
ENTRE Malevitch e as obras de Brice Marden e Susana Solano, dois artistas com que Donald Kuspit poderia exemplificar a sua «ideia do artista suficientemente bom», em oposição à tipologia dos artistas de vanguarda («Creacion», nº 5, Madrid 1992), existe uma proximidade de motivações e interesses que é sempre possível classificar como do domínio da metafísica, em contraposição às leituras reducionistas dos formalismos. Associados directamente, nos respectivos inícios de carreira, à lógica evolutiva e aos elementos materiais do minimalismo, de que Malevitch é ainda a remota origem, em ambos os artistas a linguagem das formas, que é desenvolvida sobre o terreno da não representação e da procura de uma eficácia visual alheia a uma normativa validade puramente intelectual, interpreta-se como permanência do enigma ou da inquietação existencial, da ambiguidade dos sentidos ou do sublime.
Posted at 01:13 in 1993, Madrid | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Brice Marden, James Turrell, Miró, Robert Rauschenberg, Susana Solano
EXPRESSO/Revista de 27-Fev.-93 (Madrid, Arco), pp 58-61
MADRID “Depois do quadrado branco”
2
+ Malevitch, Fundação Juan March
Brice Marden, Reina Sofia
Susana Solano,Palácio Valazquez
Miró, Reina Sofia
James Turrell, La Caixa
Rauschenberg fot., Galeria Cobo e Alexander
COM A DESAGREGAÇÃO do Estado soviético, os museus russos entraram numa crise de consequências imprevisíveis: carecem de meios financeiros para se manterem e sofrem fortíssimas pressões para a devolução de obras a herdeiros de coleccionadores expropriados ou familiares de artistas que foram vítimas de apreensões e alegadas doações forçadas. Até o grande núcleo de trabalhos de Malevitch que desde 1958 se encontra exposto no Stedelijk Museum de Amsterdão está a ser cobiçado, uma vez que nunca foram esclarecidas as condições em que o artista o deixou ficar em Berlim, em 1927, quando foi chamado a Moscovo por altura das primeiras denúncias da abstracção como «a arte da era do imperialismo».
Posted at 01:13 in 1993, Historia, Madrid | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Fondación Juan March, Malevitch
EXPRESSO/ Cartaz 03.abril. 1993
Actual
«Ruínas de Beirute... ócios britânicos»
Paris, Palais de Tokyo, Ed. du Cyprès
+
Don McCullin, Bernard Faucon, Martin Parr
Robert Frank regressou à reportagem para fotografar o centro arruinado de Beirute, na companhia do francês Raymond Depardon, do italiano Gabriele Basilico, do suiço René Burri, do checo Josef Koudelka e do libanês Fouad Elkoury. Quem juntou a mais improvável equipa de fotojornalistas foi a Fundação Hariri, tutelada pelo milionário chefe do governo libanês, Rafic Hariri, e o primeiro resultado da operação visita-se em Paris no Palais de Tokyo (até dia 12) e folheia-se na luxuosa edição de Beyrouth, centre-ville (ed. du Cyprès, 490 FF).
Posted at 01:10 in 1993, Fotografos, Martin Parr, Paris | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Bernard Faucon, Don McCullin, Martin Parr, Raymond Depardon
EXPRESSO/Cartaz de 05 Junho 1993, Actual, p. 3
o livro Augusto Cabrita — Um Ponto de
Vista,
edição Europália
«O último filme de Augusto Cabrita»
POR coincidência infeliz, a memória da Europália ficará associada à
memória de Augusto Cabrita. Foi a este, com efeito, que Rui Vilar
atribuiu a empresa de fotografar a mais vasta, e também mais bem
sucedida, representação da cultura portuguesa no estrangeiro. Concluida
a reportagem, preparada a edição de um album, viria a falecer já este
ano mas antes de poder ver a conclusão do seu trabalho.
O livro está pronto, e pode dizer-se que é o registo merecido pela
Europália e pelo fotógrafo. Intitula-se Augusto Cabrita — Um Ponto de
Vista e tem ainda, sobre a capa cartonada com um aspecto de Bruges — a
memória de Brel, também — as referências «Europália 91 Portugal» e
«texto de Nuno Júdice».
Posted at 01:08 in 1993, Europália, Fotografos | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Augusto Cabrita, Europália 91
EXPRESSO/Cartaz de 13 Março 1993
(Actual, p. 2)
«Beaumont Newhall (1908-1993)»
Beaumont Newhall, o pioneiro da divulgação moderna da fotografia, morreu no dia 28 de Fevereiro, na sua casa de Santa Fé. Nascera a 22 de Junho de 1908 em Lynn, Massachusetts, e foi o fundador, a convite de Alfred H. Barr, em 1940, do departamento de fotografia do MoMA, que dirigiu até 1947.
Diplomado em História da Arte em Harvard e em arte e arqueologia em Paris, em 1933, entrara para o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque em 1935, como bibliotecário, e dois anos depois foi o responsável pela exposição "Photography 1939-1937", cujo catálogo se iria tornar no clássico da história de fotografia (The History of Photography, cinco vezes revista até à última edição de 1982). Tal exposição integrara-se na série das quatro grandes mostras — com "Cubism and Abstract Art", "Fantastic Art, Dada and Surrealism", e "Bauhaus: 1919-1928" — que entre 36 e 38 estabeleceram o paradigma da entrada da modernidade no museu (e a da fotografia como um dos seus ramos).
Posted at 01:07 in 1993, história da fotografia | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Beaumont Newhall
Expresso/Cartaz de 11 Set. 1993
Livros
ROTEIRO DA PRECÁRIA LUZ
fotografias de Paula Oudman
Se existisse um panorama editorial da fotografia em Portugal, este
livro seria um caso insólito. Como não existe (e não há condições de
mercado para existir), é uma raridade e certamente um curioso absurdo:
um album cartonado, com 184 fotos a preto e branco em página inteira,
da autoria de uma jovem fotógrafa, discretamente publicado e logo
abandonado à sua sorte, ao abrigo de um qualquer programa da Fundação
da Juventude (?!).
Não é um roteiro do Porto nem as fotografias prometem uma rotina
documental ou turística, e também os brevíssimos textos de Mário
Cláudio não são prosa poética que baste para assegurar o alibi da
ilustração literária. Mas é de uma visita ao Porto e ao Douro que se
trata, com deambulações pela Ribeira e ida até às vindimas: uma visita
guiada por uma memória e que se constrói como uma ficção.
Posted at 00:29 in 1993, Fotografos | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
Tags: Mário Cláudio, Paula Oudman
"Super Xana"
EXPRESSO/Cartaz de 13/03/93
XANA, "Super Plástica", Gal. Valentim de Carvalho
"Organizar o espaço como uma segunda pele. Bela, claro!" É uma exposição "Super Plástica". O que remete tanto para a cirurgia como para as artes ditas plásticas, mas se esclarece mais prosaicamente na feérica invasão de plásticos pelo espaço da galeria. "Se a exposição ficar muito parecida com um supermercado, será excelente!".
Uma instalação, como devem ser as exposições mais contemporâneas. Uma
instalação conceptual, com título, programa, protocolo e inventário de
objectos, comunicados num disco preto que serve de convite. Como "uma
concepção do mundo" e até com uma chamada de atenção às "desgraças que
vão pela Terra" - "esta exposição não (as) esconde, porque essas estão
sempre a saltar-nos para cima".
E também uma instalação Super Pop, como se verá pela presença repetida
dos objectos de consumo corrente (alguidares, pratos, cestos de roupa,
canecas, contentores, baldes, etc), sempre de plástico, claro, e também
pela apropriação de imagens recortadas de pares do cinema - se não
faltasse a colaboração do fabricante devia haver mesmo uma parede de
embalagens do autêntico Super Pop, recordando outras histórias de com
caixas de Brillo (Warhol).
Posted at 00:30 in 1993, Xana | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Galeria Valentim de Carvalho, Xana
Depois da apresentação anónima de um pequeno nº de obras, em Julho de 1993 -- por coincidência, um mês depois da abertura ao público do CCB (ver CCB 1993) --, a Colecção Berardo aparece a público em 1995, desde o início associada ao projecto de uma galeria pública. Francisco Capelo é então o orientador e o porta-voz da Colecção.
"Colecção Berardo vai ter museu em 1995"
EXPRESSO/Cartaz de 6-5-95 ("Actual", pág. 5)
A importância da colecção de arte contemporânea que está a ser reunida por Joe Berardo e também o seu propósito de a instalar numa galeria pública em Portugal foram referidos com destaque no número de Fevereiro da revista americana «ARTnews», que salienta os elevados valores atingidos por algumas aquisições realizadas em leilões da Sotheby's e da Christie's.
Ao intitular o artigo «Portugal's Mystery Man», a revista não menciona o nome de Francisco Capelo, do Banif, que tem conduzido as aquisições para a colecção do financeiro madeirense Joe Berardo, mas cita-o sob anonimato declarando esperar que a colecção possa ficar disponível ao público português ainda durante o ano de 1995. «Estamos num país onde não existe numa colecção pública de arte internacional do pós-guerra», sublinha a mesma fonte.
Posted at 18:12 in 1993, 1995, Berardo, Colecções | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Berardo, Berardo Collection, Colecção Berardo, Francisco Capelo, Museu Berardo
EXPRESSO/Cartaz 03.04.1993, pag.17
“Documentos”
FRANK THIEL, Módulo, Lisboa
JOAN FONTCUBERTA, Gal. Pedro Oliveira, Porto
Apenas a sequência das inaugurações permite que se aproximem num
comentário único estas duas exposições. Ou o interesse de ambas, sobre
diversíssimas bases. Ou, ainda, a possibilidade de serem tomadas como
exemplos da vastidão do continente fotográfico.
Frank Thiel é um jovem alemão, nascido a Leste (em 1966) e passado a
Ocidente antes da queda do muro. Com uma história dramática de um ano
de prisão no fim da adolescência e uma libertação a troco de dinheiro,
no contingente das «vendas» anuais feitas pelas autoridades ditas
socialistas. Vive em Berlim desde 1985, onde fez estudos de fotografia;
ganhou em 1990 o prémio da Kodak alemã e nesse ano expôs, por isso, em
Arles. A primeira individual data de 1991, em Berlim, e logo no ano
seguinte integrou uma importante mostra colectiva alemã que circulou em
Espanha, «Einsamkeit, un sentimiento aleman», ao lado de Bernd &
Hilla Becher, Jochen Gerz, Thomas Ruff e Roland Fischer (exp.
comissariada por Rosa Olivares — Tarazona Foto 1992, Zaragoza; «La
Caixa», Madrid e Barcelona; Palma de Maiorca). No próximo ano,
participará numa colectiva de fotografia a apresentar por Lisboa'94 no
CCB («Depois de Amanhã»).
Posted at 11:45 in 1993, Fotografos | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Frank Thiel, Galeria Pedro Oliveira, Joan Fontcuberta, Módulo
1993 Mês da Fotografia / Na inauguração do CCB
"O fim de século como epopeia"
EXPRESSO/Revista de 19 Junho 1993
A AMBIÇÃO e o gigantismo do trabalho de Sebastião Salgado têm alguns
(raros) precedentes, mas há um facto inédito na exposição que o Centro
Cultural de Belém acolheu por iniciativa do Mês da Fotografia. É a
primeira vez que em Portugal é possível ver uma obra de tal importância
no momento exacto da sua divulgação mundial.
São 250 imagens em exibição e mais do dobro projectadas em dois
diaporamas — uma das quatro edições (mais uma quinta abreviada) da
exposição «Trabalho» (ou «Workers / La Main de l'Homme / Trabajadores»,
etc) em circulação simultânea por vários continentes. E ainda um livro
publicado em português pela Caminho, com 395 fotografias e a
excepcional qualidade de impressão assegurada pela co-edição
internacional em oito versões nas oficinas de Jean Guenoud, na Suiça
(Trabalho — uma Arqueologia da Era Industrial, 400 págs + separata de
legendas com 24 págs., 19 950$00).
Posted at 10:43 in 1993, CCB, Fotografos, LisboaPhoto | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: CCB, Mês da Fotografia, Sebastião Salgado, Trabalho, Workers
Hoje inaugura-se o Polo III da Trienal de Lisboa com a Exposição Monográfica Álvaro Siza no Museu da Electricidade (17h30). Às 21 no CCB conferência sobre a nova sede da Fundação Iberê Carmargo em Porto Alegre.
O Público publica um importante dossier no Ípsilon (sem acesso), com texto e entrevista de Alexandra Prado Coelho e um testemunho de Nuno Portas.
#
O Museu de Santiago, inaugurado em 1993, é uma das suas obras de grande projecção. Por sinal, é o ano em que abriu o CCB e em que o projecto para o Museu de Serralves conhecia grandes dificuldades.
#
SIZA “Construir com a luz” em Santiago de Compostela
Expresso/Revista de 02-10-1993 (com fotografias de António-Pedro Ferreira
Álvaro Siza Vieira orienta a visita à sua obra mais recente, o Centro Galego de Arte Contemporânea, inaugurado a 29 de Setembro, junto a um grande convento barroco, no centro histórico da cidade: a busca do essencial numa construção guiada pela rezão. É também a oportunidade para recordar outro museu, anuciado para Serralves – Ver Serralves 1993)
SÓ AS CÂMARAS de vídeo do sistema de segurança interrompem a absoluta
regularidade das paredes das salas de exposição. Do alto vem uma luz
solar que será eternamente constante - coada, controlada e completada
pela iluminação artificial: «É preciso que ela não venha ferir a
minúcia de Vermeer, rivalizar com a luz violenta de Goya, ou com a sua
penumbra, desfazer a quente atmosfera do Ticiano, sempre pronta a
esbater-se, nem a luz universal de Velázquez, ou a luz dissecada de
Picasso» (1).
Não haverá Vermeer ou Velázquez em Santiago de Compostela, mas a luz
imutável e as paredes brancas, rigorosamente ortogonais, constroiem os
espaços de exposição permanente do Centro Galego de Arte Contemporânea
(CGAC). O edifício inclui também um auditório e uma biblioteca de arte,
várias galerias para mostras temporárias, salas de reunião e de
serviços, depósitos e oficinas, livraria e cafetaria (o custo total da
construção oscilará entre os 2,5 e os 3 milhões de contos): é a mais
recente obra de Álvaro Siza Vieira e foi inaugurada na passada
quarta-feira por uma retrospectiva de Maruja Mallo, pintora nascida em
1902, em Viveo, Lugo, com uma discreta carreira madrilena e
internacional
Posted at 09:13 in 1993, Arquitectura, Museus, Siza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: CGAC, Siza, Álvaro Siza
Na ocasião da abertura do CGAC de Compostela, revisão do caso Serralves, onde o 1º projecto se encomendara em 199o e a inauguração ocorre em 1999.
Serralves em 1993
EXPRESSO/Revista de 02-10-1993, pág. 25
Álvaro Siza: “Arquitecto arquitecta…”
SANTIAGO de Compostela já tem o seu centro de arte contemporânea e o Porto é menos capital do norte.
O Parque de Serralves foi comprado em 1986, por iniciativa de Teresa
Patrício Gouveia, para aí ser construído o Museu Nacional de Arte
Moderna. Passaram-se sete anos. Não há Museu e o próprio centro de
exposições instalado na Casa de Serralves tem a sua sobrevivência em
risco.
Posted at 08:28 in 1993, Arquitectura, Museus, Serralves, Siza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Museu de Serralves, Serralves, Álvaro Siza
Para a história do CCB - 2 (ver nº 1)
As 1ªas exposições do CCB abriram a 10 de Junho de 1993: Sebastião Salgado e "Trabalho" no âmbito do Mês da Fotografia (EXPRESSO/Revista, de 19 Junho 1993, “O fim de século como epopeia”), "O Triunfo do Barroco", vindo da Europália'91, arquitecto Nuno Mateus - ARX Portugal e instalações de esculturas de Alberto Carneiro e Rui Chafes.
"Inaugurar sem rede", Expresso/1º caderno de 12-06-1993, pág. A19
"Apesar de a inauguração do CCB ter sido um êxito, sobram muitas interrogações. Sobretudo acerca dos meios financeiros que garantam o futuro"
"Não se desvaneceu o escândalo do Centro Cultural de Belém com a
abertura ao público do módulo de exposições, mesmo que globalmente deva
ser considerado um êxito a sua inauguração com cinco mostras
simultâneas.
É um escândalo que, com ano e meio de atraso e com vários milhões de
acréscimo em relação às datas e às verbas previstas, ainda decorram
obras no Centro de Espectáculos e até no próprio Centro de Exposições,
nas suas áreas de reservas, de actividades pedagógicas e de oficinas.
Mas é sobretudo um escândalo que se mantenha em vigor o decreto-lei que
criou a Fundação das Descobertas como entidade gestora do CCB, em
especial no ponto em que se lhe atribui, mesmo que a prazo, o objectivo
de atingir uma «plena independência financeira relativamente ao
Orçamento do Estado».
Posted at 02:13 in 1993, CCB, Museus | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: CCB, Fundação das Descobertas, Mês da Fotografia, Sebastião Salgado, SEC
Mês da Fotografia, Lisboa
EXPRESSO/Cartaz
Notas de 29/05, "Um Mês de Fotografia", capa, e "Festas fotográficas"
e de 05/06, "Foto-festas"
12/06, "Luzes e sombras"
19/06, "Mês da Fotografia"
26/06, "Fim do"Mês"
e tb de 03/07, pág. "Fotografia"
JOÃO CUTILEIRO, Gal. Valentim de Carvalho
29/05/1993
«Memórias», retratos (inéditos) de amigos e familiares, 1958-70. As fotos foram-se perdendo pelas gavetas e pelas paredes (serviram até de alvo para setas), amareleceram e comeu-as o bicho. Juntas agora, traçam uma galáxia de relações, amizades e amores que veremos ao sabor das identificações disponíveis a cada um: Fernando Mascarenhas (em 65), Jorge Sampaio e Karin Dias, João Cid dos Santos, Francisco Keil do Amaral, Ana Viegas, Maria Cabral e Vasco Pulido Valente, Mário Cesariny (uma parede com seis fotos de 64), Menez (Londres, 63), Reg Butler, José Cardoso Pires (60), Ruy Cinatti, Gerard Castello Lopes, etc, e um auto-retrato legendado «Paul Newman». Por vezes, as cabeças deixam adivinhar um olhar escultórico, a caminho de outros retratos (Helder Macedo, Azevedo Gomes, Keil do Amaral). Com os retratos de Lemos, tão diferentes, estas fotos privadas levantam um véu sobre um passado oculto, aqui apercebido como um tempo feliz. São pequenos grandes nadas.
(05/06)
«Memórias», retratos (inéditos) de amigos e familiares, 1958-70. 100
fotografias que traçam um percurso de cumplicidades pessoais,
transportando a memória do seu uso (as paredes, os álbuns, ou até o
alvo para setas) e um seguro valor de documento sobre os meios
intelectuais do seu tempo. Mas é também a procura do sentido do retrato
que nelas se encontra, na diversidade dos enquadramentos e das poses
«colhidas do natural», ao mesmo tempo que o olhar do escultor se
adivinha. Cutileiro mostrara fotografias numa exp. em 1961 e fez parte
da geração dos «olhares inquietos» (A. Sena) — este é mais um passo na
recuperação de uma indispensável memória fotográfica.
Posted at 00:34 in 1993, Cutileiro, LisboaPhoto | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Galeria Valentim de Carvalho, João Cutileiro, Mês da Fotografia
EXPRESSO/Cartaz de 19/06/1993, "Mês da Fotografia", p. 14
COM A abertura tardia das quatro exposições adiante indicadas em primeiro lugar, o Mês da Fotografia ganhou a dimensão de um acontecimento único em Lisboa. Para lá das insuficiências apontadas há uma semana (e em especial da não importação dos catálogos originais das exposições), importa agora sublinhar a decisiva qualidade de muitas das mostras apresentadas e a importância do efeito global causado pela simultaneidade da sua exibição, cujo impacto é avaliável pelo fluxo permanente dos visitantes.
Posted at 00:30 in 1993, LisboaPhoto | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Mês da Fotografia, Serge Trefaut
2ª semana
EXPRESSO/Cartaz, 5/06/93 - notas
3ª semana, 12/06/1993 - “Luzes e sombras”
DAS exposições do Mês da Fotografia anunciadas no Cartaz anterior, encontravam-se 11 abertas no passado sábado e quatro encerradas (seriam seis as não inauguradas se se tomasse por certo o calendário inicialmente divulgado). Entretanto, nenhuma informação colocada nas exposições patentes ao público alertava o visitante interessado para que evitasse deslocações inúteis, tal como, em geral, nenhum cartaz justificava os adiamentos nos locais não abertos. São falhas de organização inadmissíveis, e toda a argumentação que procure justificar-se com o gigantismo do programa deve ser liminarmente rejeitada. É sob reserva, por isso, que adiante se referem todas as exposições com abertura prevista para os últimos dias.
Posted at 00:22 in 1993, LisboaPhoto | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Mês da Fotografia, Serge Trefaut
EXPRESSO/Cartaz de 29/05/1993
Capa: Um mês de fotografia / pág. 15: “Festas fotográficas”
A POUCOS dias da abertura, o Mês da Fotografia ainda parece uma «aposta no impossível». É Serge Tréfaut, o seu principal responsável, quem o reconhece, enquanto garante o cumprimento de um programa de 24 exposições que começou por ser apenas uma das componentes das Festas de Lisboa, até se transformar na mais ambiciosa operação de divulgação da fotografia já ensaiada entre nós e também na primeira edição de uma bienal que tem por exemplo o «Mois de la Photo» de Paris.
Posted at 00:15 in 1993, LisboaPhoto | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Mês da Fotografia, Serge Treffaut
O centro de exposições do CCB vai reabrir como Museu de Arte Moderna e Contemporânea - Colecção Berardo, ou mais directamente: Museu Colecção Berardo. A inauguração oficial está marcada para 25 de Junho -- pouco mais de dez anos depois de (a 17 de Maio de 1997) se ter inaugurado o Sintra Museu de Arte Moderna - Colecção Berardo, que entretanto se mantém em actividade.
E um pouco menos de 14 anos depois de se terem apresentado a partir de 8 de Julho de 1993, na Galeria Valentim de Carvalho, de Maria Nobre Franco, as obras de um coleccionador anónimo que mais tarde veio a identificar-se como José Berardo.
Aí se puderam ver obras de Albers, Fontana, Rotella, Arman, Spoerri,Christo, Niki de Saint Phale, Rauschenberg, Dubuffet, Peter Philips, Baj, Yves Klein, Barceló, Combas, Clemente, Blais, Joe Tilson, Matt Mullican e outros. Era o princípio da Colecção Berardo, como se veio depois a saber. (No Cartaz do Expresso publicou-se uma crítica de José Luís Porfírio à exp. "Uma Colecção Particular" no dia 24 de Julho.)
#
Sobre o que será o Museu Berardo ver entrevista com o seu director, Jean-François Chougnet, realizada por Sandra Vieira Jürgens, em artecapital.net
#
E é altura de rever algumas datas e textos, sobre o CCB e sobre a Colecção Berardo.
A começar por uma defesa do edifício, que era à data da sua construção muito atacado. O CCB apareceu com a justificação ou o propósito de aí decorrer a 1ª presidência europeia por parte de Portugal, no 1º semestre de 1992, tempos do 1º Cavaco. O interior do Módulo 1 tem ainda características de um bunker envidraçado, conforme as medidas de segurança então consideradas necessárias.
Projectado como um grande equipamento cultural nos tempos de Teresa Gouveia e António Lamas, o seu programa "perdeu-se" com a seguinte equipa da SEC-IPPAR, entrando-se na maior confusão sobre o destino museológico e a estrutura de financiamento-administração.
Depois da presidência portuguesa, a casa reentrou em obras por mais um ano e o seu destino voltou a mergulhar em incertezas.
EXPRESSO/Revista de 13-03-93 (no âmbito de um dossier sobre o tema)
"Um lugar central"
Em Paris, o actual coração da cidade é formado pelos museus do Louvre e
d'Orsay e o Centro Pompidou. Refizeram o lugar tradicional da França
como grande eixo cultural, são a cúpula da principal actividade
económica do país, o turismo e os «loisirs» (por muito que custe aos
puristas, e por mais preocupantes que sejam, de facto, os efeitos da
massificação e espectacularização da cultura), e asseguram o lugar
central da capital em tempos de mediatização e mundialização da
informação.
Em Madrid, o reforço da importância da capital contra as
pressões centrífugas que se seguiram à democratização passou por uma
política de afirmação cultural, e em especial pela criação de um eixo
de grandes museus centrais que tem os seus pólos no Prado, no Rainha
Sofia e no Museu Thyssen, contrariando-se em poucos anos a primazia
antes reivindicada por Barcelona. Os exemplos multiplicam-se em
Londres, em Berlim, por toda a parte.
Posted at 00:10 in 1993, Berardo, CCB, Museus | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Berardo, CCB
Expresso/Cartaz de 12 de Junho de 1993, Actual, pág. 3
"Veneza sem Portugal"
A Bienal de Veneza, na sua 45ª edição, abre amanhã as portas ao público, depois de três dias de «vernissage», ainda sob o efeito do choque causado pelo atentado de Florença. É a mais prestigiada manifestação cultural italiana e a mais importante das grandes exposições internacionais — em concorrência, de quatro em quatro anos, com a Documenta de Kassel —, acolhendo até 10 de Outubro as obras de mais de 700 artistas vindos de 53 países.
Mas Portugal, tal como na edição anterior, não estará representado, uma vez que a Secretaria de Estado da Cultura optou por interromper em 1990 a participação nacional, e nenhum artista foi convidado a participar nas exposições paralelas, de âmbito não-nacional - uma situação que é grave e merece ser pensada.
Posted at 23:50 in 1993, Veneza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Biennale di Venezia, venice biennale
Expresso/Revista 17 de Julho de 1993, pp 36-41
(versão de arquivo)
«Fórmula Magnum», entrevista em co-autoria com António Pedro Ferreira
45 ANOS DE reportagem na Europa de Leste por 45 fotógrafos da mais mítica das agências apresentam-se na Estufa Fria, numa sumptuosa montagem ainda integrada no «Mês da Fotografia» promovido pela Câmara de Lisboa. Abbas e François Hébel foram os representantes da Magnum presentes na inauguração e é com eles que se faz adiante uma viagem ao interior da cooperativa criada em 1947 por Robert Capa, David Saymour, George Rodger e Henri Cartier-Bresson, à procura das razões por que, tantas décadas depois, os seus fotógrafos continuam a estar na primeira linha.
Abbas, iraniano nascido em 1944, é fotógrafo da Magnum desde 1981 e o actual vice-presidente da agência de Paris. Publicou três livros, sobre o Zaire, o Irão e o México, e apresentará no próximo ano, em exposição itinerante e em livro, o resultado de seis anos de reportagem sobre o Islão. François Hébel é director da Magnum de Paris desde 1987, depois de ter dirigido os Encontros Internacionais de Arles; é também o responsável principal pelo projecto «À l'Est, de Magnum», em colaboração com o fotógrafo René Burri, que assegurou a direcção artística.
Exposição MAGNUM NO LESTE, Estufa Fria, Mês da Fotografia de Lisboa, 30 de Junho a 8 de Agosto 1993
o Livro À L'EST DE MAGNUM, 1945-1990 (quarante-cinq ans de reportage derrière le rideau de fer), ed Arthaud
Posted at 22:10 in 1993, Magnum | Permalink | Comments (0)
Tags: Abbas, François Hébel, Magnum
Expresso/Revista de 17 Julho 1993
"Um triplo projecto"
«Magnum no Leste», na Estufa Fria (+audiovisual e o livro...) versão de arquivo, incompleta
A exposição «Magnum no Leste» é apenas a terça parte de um projecto que inclui também um espectáculo audiovisual itinerante e um livro. Mesmo que a exposição tenha encontrado em Lisboa excepcionais condições de montagem, numa insólita galeria a que Abbas e François Hébel não deixaram de atribuir uma aparência estalinista adequada ao seu tema, a falta dos outros dois componentes continua a ser grave.
Posted at 22:00 in 1993, Magnum | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: A l'Est de Magnum, Abbas, François Hébel, Magnum
Quando se anuncia a edição (anual) do PhotoEspaña que em 2007 é comemorativa do 10º aniversário
e quando o LisboaPhoto (bienal) se interrompeu ao cabo de duas edições, é oportuno recordar que o Mês da Fotografia de 1993 (onde é que isso já vai...), que aconteceu em Lisboa e sob a direcção de Sergio Tréfaut, também ficara sem a anunciada continuidade (em 1995).
Estamos sempre a começar... mal (à atenção de António Costa!).
Nessa altura, em 1995, assinalou-se assim a inconstância dos (i)responsáveis:
Tribuna - EXPRESSO/Cartaz de 03 Junho 1995
"Lx 95"
EM 1993 as Festas de Lisboa foram também o Mês da Fotografia.
No respectivo catálogo, que foi impresso na Suíça, o vereador Vítor Costa, do Pelouro do Turismo, afirmava então que «numa perspectiva de diversificação e inovação, as Festas procuram lançar um acontecimento que se pretende venha a realizar-se no futuro com uma periodicidade bienal». Palavra de vereador.
Em 1995 não há Mês da Fotografia, tal como já se deixara cair em 1994 o programa de «Arte Pública». Era uma iniciativa polémica com grande visibilidade que tornava patente a dificuldade camarária de estabelecer com a arte — a intervenção dos artistas no espaço público, a escultura urbana e a decoração — uma relação que não fosse apenas efémera e instrumental.
Continue reading "MÊS DA FOTOGRAFIA LISBOA (um mês em 1993)" »
Posted at 18:43 in 1993, 1995, 2005, Arquivo Lisboa, crónica, Lisboa, LisboaPhoto | Permalink | Comments (0)
Tags: Lisboa 1993, Mês da Fotografia