Posted at 09:18 in 2007, 2021, Expresso | Permalink | Comments (0)
(16 Fev.)
"Aquilo só incomoda porque não incomoda ninguém." (Mário Moura, no blog The Ressabiator) Como não incomoda, o tema fez silêncio e vazio à sua volta? Não - só conheço "partilhas" hostis, feitas pelos meus amigos e conhecidos. Incomodados. Transcrevo as suas próprias medidas do incómodo (teria havido também pelo meio declarações de agrado?): "Prova disso foi o aumento de tráfico aqui no blogue: mais de 5300 visitas, mais de 3000 visitantes, em apenas um dia (mais 1700 visitantes que o record anterior). (...) O texto em questão teve mais de mil shares (só durante o dia) no facebook. Esteve no primeiro lugar do WordPress português e o próprio blog chegou ao quarto lugar."
Valerá a pena notar o silêncio (comprometido, cúmplice, a assobiar para o lado?) dos agentes do meio da arte, e em especial dos que exercem tribunas de crítica na imprensa em geral sem correrem riscos críticos (4 ou 5?), e depois os outros parceiros, sempre tão apressados no abaixo-assinado quando alguma autoridade censura uma obra de arte, ou ataca o que se intitula arte contemporânea.
E valerá a pena também observar criticamente a intervenção de autores que se pronunciam sobre arte a partir de outras autoridades disciplinares, científicas essas, ou técnicas: vindos da antropologia, da sociologia e da história cultural entendida como intervenção política, ou, já agora, do design (a que chamaria aqui, esquecendo o design de produto, o marketing visual, o que projecta a "representação" de um produto ou país, terreno que lhe é próprio e não deve ser invadido por um artista, no caso a nossa Joana - desculpe é uma pequena provocação respeitosa). Aí - não se tratando de ressentimento ou inveja - haveria que apontar o que é desconhecimento da "deslocação de paradigmas..." da arte contemporânea: por exemplo, o que sejam originalidade, citação, apropriação, ready-made, crítica, enfim o basicosinho.
Posted at 00:55 in 2007, 2013, Joana Vasconcelos, Veneza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Joana Vasconcelos
Não posso falar sobre o cacilheiro da Joana Vasconcelos porque não o vi. Falo sobre as reações ao cacilheiro da Joana, que não são reacções críticas porque os comentadores não o viram também, e não há juízo crítico possível com honestidade sobre uma obra de arte visual não vista, ou musical não ouvida, literária não lida, etc. Sabe-se que o habitual, mesmo para a crítica de arte, ou em especial para ela, é falar sobre press-releases e conferências de imprensa sobre intenções: está lá tudo explicado, ready-made, e melhor se for com ajuda do croquete. E também habitual é o ressentimento perante o sucesso, facilitado pelo não-ver e pela preferência igualitária pelo medíocre.
Por que razão a arte contemporânea incomoda aqueles de quem não se esperaria tal incómodo? Por ser arte? Por ser contemporânea? Por ser obra de uma mulher artista? Por se tratar de uma artista que se fez a si própria, sem vir de famílais ricas, sem ter uma segunda profissão comercial a pagar-lhe a “vida artística”, sem ter sido funcionária da SEC ou directora de museu, sem ter sido promovida ou produzida por uma galeria ou por um crítico, sem ser a cabeça mediática de um grupo, ou movimento ou geração (se tais coisas ainda existem)?
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Posted at 11:57 in 2007, 2013, Joana Vasconcelos, Polemica, Veneza | Permalink | Comments (3) | TrackBack (0)
Tags: Joana Vasncelos
1986, 19 Abril:
"Arco'86 em Madrid" / "pintado de fresco" + "Estratégias de representação" / "os portugueses no labirinto". Pp.50-52R.
1988 "Arco: o museu conformista"
1993, 20 Fevereiro
"Ano 5 d.c." + "O centro mais próximo"
1995
"Arte de Feira"
1996
"Ilusões perdidas"
1997 "A feira das vaidades"
1998 "Arco: a arte do mercado de arte"
1999 "O eixo ibérico"
2000 "Mais Arco, menos consenso"
2001 "Vinte arcos depois"
2002 "Os artistas do momento"
2003 "Relojoaria suíça"
2005 "A mercadoria da festa"
2006 "Euforias ibéricas" (Êxitos portugueses e outras novidades na Arco’06) - 18 Fev., mais a 04 Fev.: "Madrid, a Áustria e o resto" e a 28 de Janeiro: "Arco de Madrid com selecção controversa" (a exclusão da Arte Periférica)
2007 : "União ibérica" (Joana Vasconcelos) - 24 Fev. : Em ano da Coreia e em tempo de revisão de fórmulas, a feira Arco de Madrid volta a ser um palco importante para a arte portuguesa
+ "Madrid: A Arco e o resto" - 27 Jan.
2008: Menos Arco e Uma rede informal de dependências e cumplicidades...
Arquivo * artigo publicado na
revista Artistas Unidos
Nº 20, Dezembro 2007 (semestral), 10€
Director: Jorge Silva Melo. 600 exemplares
Num dossier intitulado "O que é feito da crítica?" que inclui tb depoimentos de António Guerreiro, Augusto M. Seabra, Luís Miguel Oliveira, Manuel Gusmão e Pedro Boléu.
"O campo expandido da crítica"
A crítica da crítica - de arte - é em geral uma actividade ociosa, em especial quando não se sustenta numa análise objectiva das condições materiais do exercício da actividade em questão. Como é ociosa, é muito naturalmente nostálgica, idealizando um passado que se reduz a uma ou outra figura exemplar que sobreviveu ao esquecimento por ser excepção e não regra. E é também inútil, ou fatal, quando se encerra num discurso ressentido face ao curso dos acontecimentos que se deixou de entender ou acompanhar.
Com o presente crescimento exponencial do mercado de arte (nos seus vários círculos sem fronteiras definidas, privado e institucional, galerístico e museal, mercantil e dito cultural), o espaço público da crítica conhece um idêntico alargamento, modificando-se nessas novas condições as modalidades da sua prática. Nunca houve tantos críticos, nunca se escreveu e editou tanta crítica, o que se acompanha por substanciais alterações objectivas dessa actividade, a que não corresponde qualquer “natureza” imutável. Mas também parece estar confirmado que não cresceu em paralelo o número dos seus leitores.
1 Dez. Vermeer em Haia - 1996
Cézanne em Paris - 1995
2 Dez. Museus e memória segundo Rui Sanches
4 Dez. Declaração de interesses
Poussin, quarto centenário - Paris 1994
Ronald B. Kitaj na Tate - 1994
6 Dez. Edgar Martins em Coimbra , CAV
MoMA, Modern Starts - 2000 (1)
10 Dez. Serralves / BES Revelação - "Lavrar um protesto"
Porto Anos 60/70 - Expresso 2001
António Quadros - 2001
Surrealismos - "Antes e depois de 1947" - Museu do Chiado, 2001
Nadir Afonso - 2001
Júlio Resende - 2001
Fernando Lanhas - 2001
MoMA, rever o séc. XX - 2000 (2)
MoMA, Making Choices - 2000 (3)
René Bertholo no MoMA - 2000 (4)
11 Dez. Art Basel Miami Beach
A memória, o calceteiro e Rui Sanches
20 Dez. ensino de arte - Luis Camnitzer in Artecontexto
21 Dez. Prémio Rothschild de pintura
22 Dez. " Uma estrela no Reina Sofia "
sobre Manolo Borja-Villel
23 Dez. " Um neo-CAM no sapatinho "
24 Dez. Agenda / sumário de exposições em 2007
26 Dez. Borja-Villel e o Reina Sofia ainda "en clave pictórica"
27 Dez. Ferdinand Hodler no Musée d'orsay
Puvis de Chavannes (Serge Lemoine, 2002)
Gustave Courbet no Grand Palais
28 Dez. As exposições de 2007 e outros tópicos
sobre "Um teatro sem teatro" no CCB
As escolhas de 2007 em Espanha (El Cultural / El Mundo)
31 Dez. Arquitectura dos museus , exp. e "conversas" na Culturgest
Figuras de 2007
Posted at 15:44 in 2007, Indice | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
As 10 figuras do ano são 4.
(A escolha das figuras tristes fica para outra vez, porque é preciso ser prudente. Seriam muitas mais.)
Em 1º lugar Jean-François Chougnet, o director do Museu Colecção Berardo de Arte Moderna e Contemporânea - o Museu Berardo do CCB.
Desconhecido antes, discreto depois, transformou uma grande mas heteróclita colecção num museu atraente e concorrido, inaugurando-o com uma brilhante montagem. Com compromissos vários, com novas aquisições notáveis e tb com opções pontuais discutíveis, como é natural, mas também com sinais bastantes de grande inteligência crítica, informação e eficácia visual. Já fizera uma estreia bem interessante e com muito humor na apresentação das esculturas da Colecção Berardo na AR e pôs de pé no CCB um programa de exposições temporárias que tem sido uma surpresa. (Berardo ele próprio poderia ficar para figura nacional do ano.)
2º Jorge Calado: com a exposição "INGenuidades, Fotografia e Engenharia 1846-2006" coroou o programa comemorativo dos 50 anos da Gulbenkian e abriu (voltou a abrir) os horizontes da fotografia em todas as suas direcções.
Com uma montagem excelente (em contradição com os designs preguiçosos para espectadores apressados, que por aí abundam) e um grande catálogo de mais de 600 páginas, foi tb uma exposição de exportação (em Bruxelas a mostra e com distribuição internacional da Thames & Hudson o livro).
E em Paris, na outra Gulbenkian que cá não chega, JC apresentou a primeira mostra antológica do inglês Mark Power (em associação com o Paris-Photo e os 60 anos da Magnum - mais um óptimo catálogo), depois de ter mostrado David Stephenson em 2006 e enquanto se prepara para expor as fotografias portuguesas de Thomas Weinberger em 2008. Continuou a trazer para o Expresso mensalmente informações sobre as fotografias lá de fora.
Em 3º lugar e ex-aequo, a uma distância considerável (para haver noção de escala): o Luís Trindade da P4 Photography e o António Júlio Duarte, na K Galeria, que vieram mudar os circuitos da fotografia em Lisboa.
O primeiro com os leilões de fotografias e de outras obras ou objectos, que dão projecção e viabilidade ao projecto de uma empresa com várias vertentes de actuação (também galeria, edições e circulação on-line), e em especial pela promoção do coleccionismo, num sector que tem sido subordinado aos equívocos e ignorâncias dos compradores de "arte contemporânea". A galeria nas suas novas instalações na Lapa inaugurou-se a 3 de Outubro com "Atlas", uma mostra de Carlios M. Fernandes, João Mariano e Rui Fonseca (até 10 Jan.) p4photography
Quanto ao António Júlio Duarte, além da comparência como artista, manteve na Kgaleria ao longo de todo o ano uma programação excelente, também por ser original e com sucessivas surpresas. Por lá passaram em especial fotógrafos desconhecidos - e é isso o que se precisa para mudar o ambiente claustrofóbico (e também grandes conhecidos, claro - mas aí são outros que não cumprem as suas responsabilidades). A Margarida Medeiros fez no Ípsilon/Público de 29 de Dez. um registo desse programa e continuam em exposição as magníficas fotografias de Rodrigo Amado, tb músico e crítico de jazz, a última das "revelações" propostas por AJD (ainda de 9 a 26 de Jan. - a seguir a programação da galeria do colectivo Kameraphoto será da responsabilidade de Sandra Rocha e Pauliana Valente Pimentel). kgaleria
Posted at 09:58 in 2007, Balanço do ano | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: António Júlio Duarte, Jean-François Chougnet, Jorge Calado, Kgaleria, Luís Trindade, P4 Photography
Ainda há artistas desconhecidos ou pouco vistos, e Ferdinand Hodler (1853-1918) é um dos grandes nomes do final do século XIX que não se inserem nas sínteses canónicas do modernismo.
É apresentado agora em Paris no Museu d'Orsay pelo seu director, Serge Lemoine, que tem vindo a iluminar caminhos menos percorridos.
"De son vivant, Ferdinand Hodler fut considéré comme l'un des artistes les plus importants et comme l'un des chefs de file de la modernité. Né à Berne en 1853, il vit à Genève jusqu'à sa mort en 1918, mais il accomplit une carrière européenne, jalonnée de succès et de scandales. Il est membre des grandes Sécessions et voit son oeuvre saluée à Vienne, Berlin et Munich. Paris lui réserve un triomphe en 1891 à l'occasion de l'exposition de son tableau manifeste, La Nuit (Berne, Kunstmuseum), interdit d'exposition pour obscénité par la ville de Genève. Mais au même moment, Zürich, Genève, Iéna ou Francfort lui passent d'importantes commandes publiques. Elles sont autant d'occasions pour l'artiste d'expérimenter son goût pour une peinture simplifiée, monumentale et décorative. Hodler est aussi un portraitiste sans concession et un paysagiste hors pair."
Ver Orsay - Hodler
Ferdinand Hodler, La pointe d'Andey, vallée de l'Arve (Haute Savoie). 1909
Huile sur toile, 67,5 x 90,5 cm
Paris, musée d'Orsay (© photo RMN, Gérard Blot)
Posted at 23:57 in 2007, histórias modernas, Paris | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Ferdinand Hodler, Musée d'orsay, Serge Lemoine
EM AGENDA
Pinturas Cantadas - arte e performance das mulheres de Naya (Estado de Bengala, Índia), no Museu de Etnologia, até final do ano. ver aqui (16 > 31 /07 > 14/08 2007)
MACE (site) Museu de Arte Contemporânea de Elvas, exposição inaugural: 18/07 e tb 17/07
Fundação António Prates, Ponte de Sor: 17/07
Museu Colecção Berardo, MCB - CCB (primeira visita, 24/06/2007).
Justine Triet Sur Place (vídeo em projecção permanente, 30'), Museu Colecção Berardo. (26/06/2007)
Shirley Jaffe Amarylis, 1987, Museu Colecção Berardo. (08/07/2007)
Museu do Neo-realismo, VFXira, na inauguração
*
Robert Rauschenberg, Museu de Serralves, "Em Viagem"
#
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1 Nov. Arte Lisboa 2006 / 2005 / 2004 / 2003 / 2002 / 2001 / FAC 2000 / 1999 / 1997
Marca 1997 / FAC 1996 - Exponor / FAC 1995 / Forum 1989 /
Feira das Indústrias da Cultura 1988
Arco 1988
1º Fórum de Arte Contemporânea 1988
2 Nov. Arte Lisboa 2007
Do Photoquai a Bamako - Paris 2007
3 Nov. Itinerário I : António Ole, 111
/ Jeanine Cohen e Nuno Silva, Gal. Caroline Pagès / Nuno Viegas, Arte Periférica / Um olhar russo sobre a Europa, Cordoaria
Itinerários II
4 Nov. Kameraphoto - Lusofonia
Kameraphoto I 2006
8 Nov. Arte Lisboa - a inauguração
9 Nov. Do centro-oriental - CCB / Museu Berardo - Caminhos excêntricos
10 Nov. Martin Parr The Photo Book - 2005
Lisboa cidade triste e alegre 1982 - O catálogo
Lisboa cidade triste e alegre Ether 1982
DN "Fotografias" 1982
12 Nov. Mark Power em Paris
David Stephenson - Paris 2006
Olhares Estrangeiros - Chiado 2006 / e Colecção PMLJ (fotógrafos do pós-guerra)
Dedans-Dehors - Paris 2005
Pedras e Rochas - Evora 2003
Tríptico - Évora 2000
www.mariabeatriz.nl
Neo-Realismo ML - JPP em VFX
15 Nov. Um teatro sem teatro - CCB / Museu Berardo
16 Nov.
22 Nov. Sérgio
23 Nov. CAM , O fim de um museu
24 Nov. Rui Chafes, inauguração na Gal. Graça Brandão
Rui Chafes 2004 / 2003 o livro / 2003 Porto / 2002 Paris / notas 1993-2005
AMS Letra de forma
25 Nov. Nuno Viegas desde 2001 (2)
26 Nov. Picasso e o retrato , MoMA 1996 (1)
A Suite Vollard , Cascais 1997 (2)
Picasso e o Mosqueteiro no Museu do Chiado 1997 (3)
Vazio em São Paulo , a "bienal" de Ivo Mesquita
27 Nov. Hockney em Paris, 1997 Centro Pompidou, etc (1)
28 Nov. Nuno Viegas , Arte Periférica, 2007 (1)
Miguel Ribeiro , fotografias, Appleton Square
Picasso , 2006 , El contemplador activo (6)
Picasso, Suite 156 , 1998 (3)
Picasso e Dominguín 2000 Museu Vieira (4)
A Suite 347 2001 (5)
Hockney , Arikha , Ross Bleckner , NY 1996 (2)
29 Nov. David Hockney , That's the Way I See it, "A mão e a máquina", em 1995 (3)
30 Nov. Robert Indiana e a normalização
Georges Rouault (1871-1958) na Gulbenkian, em 1996
SUMÁRIO DE NOVEMBRO
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EXPRESSO
Columbano, “Vida moderna e pintura antiga”, Museu do Chiado - 31 Mar. #
Columbano (antevisão), Museu do Chiado: “Um pintor moderno” - 17 Fev. #
José Loureiro, “Equilíbrios instáveis”, Gal. Cristina Guerra - 17 Mar. #
Manuel Amado (“O espectáculo vai começar…”, Palácio da Ajuda), “A verdade da ilusão” - 09 Fev. #
Sara Maia ("Dog's Sleep", Sala do Veado): "O excesso necessário" - 5 Maio #
Notas: Cláudia Ulisses (“Âncor”, R. Instituto Industrial) - 17 Fev.
Vasco Monteiro, Módulo - 31 Mar. #
“Frei Carlos e o Belo Portátil”, MNAA: “Devoção portátil” - 13 Jan. #
Calder, Fundação Eugénio de Almeida/Évora: “Sinais de vida” - 13 Jan. #
“Lisboa - Luanda - Maputo”, Cordoaria: “Trânsitos” - 24 Mar. #
ARCO, Madrid: “União Ibérica” (Joana Vasconcelos) - 24 Fev. #
Madrid: A Arco e o resto - 27 Jan. #
Centro de Arte Colecção Manuel de Brito em Aljés: “Uma colecção em aberto” - 27 Jan. #
“Mercado dos museus” (o Louvre em Abu Dhabi, os Guggenheim e o Hermitage… em Lisboa) - 20 Jan. #
"Hermitage: Em apoio do Museu" - 20 Outubro, pág. 10 #
Fotografia:
INGenuidades (Fotografia e Engenharia”, exp. de Jorge Calado, Gulbenkian), “Com arte e engenho”, “No curso da história”, “O estado do planeta” - 3 Fev. #
Edgar Martins (“Aproximações”, Gal. Graça Brandão, Lisboa): “Lugares de passagem” - 09 Fev. #
Jorge Molder, “Autor e actor” (Telefónica/Madrid e CAV/Coimbra) - 06 Jan. #
Nota: Catarina Botelho, Módulo - 17 Mar. #
(Ver: Jorge Calado, “Uma história alternativa” (The Photobook II, de Martin Parr e Gerry Badger, 24 Fev.
Jorge Calado, Thomas Weinberger, “A técnica não dorme”, 31 Mar.
exp. Brígida Mendes, Módulo, ARuivo - 06 Jan.)
+
“Tribuna”, A derrota de África, EXPRESSO, Caderno Actual, 5 de Outubro de 2007 (A primeira grande iniciativa que liga Portugal à internacionalização de artistas africanos corre o risco de se desvanecer antes do seu termo) #
+
"Crítica da crítica", na revista Artistas Unidos Nº 10, Dezembro 2007 (semestral), director: Jorge Silva Melo, num dossier intitulado "O que é feito da crítica?" - AQUI
Posted at 17:53 in 2007, Indice | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
1 . A inauguração do Museu do Neo-Realismo - hoje, sábado, dia 20 - é um acontecimento importante. Preparado desde há muitos anos - ver - e antecipado por muitas iniciativas, contando no seu acervo com diversos espólios literários (e mais os de Mário Sacramento, Orlando Costa e Alves Redol, agora doados), constitui uma grande prova de resistência, já em tempos de democracia, consagrada à memória da luta cultural de anteriores gerações de resistentes em mais difíceis condições políticas. Implantado num dos seus principais lugares de afirmação, Vila Franca de Xira, é também um pólo de diferenciação e afirmação cultural e patrimonial da cidade, a que autarcas de diferentes orientações (PC e PS) deram sequência.
Seja o que for o NR, frente cultural da oposição à ditadura ligada ou próxima do PC, movimento literário e artístico (com diferentes tempos de constituição e vigência), designação de circunstância e sempre de uso problemático reivindicado por (ou atribuído a) diferentes autores que problematizaram e procuraram renovar o que seria a tradição realista, ele é sem dúvida um tópico dinamizador da reflexão sobre o século XX e sobre a criação artística que defendeu a sua capacidade de intervenção face aos grandes acontecimentos que o marcaram, nas décadas decisivas que vão dos anos 10 aos anos 60 - décadas associadas à ideia de vanguarda política e artística.
Posted at 11:25 in 2007, Museus, Neo-realismo, Vila Franca de Xira | Permalink | Comments (0)
Tags: David Santos, Júlio Pomar, MNR, Museu do Neo-Realismo, Mário Dionísio
Expresso / Actual de 20 - 10 - 2007, pag. 20
"Em apoio do Museu" em vez de "Em apoio do Hermitage" [... em São Petersburgo]
O Hermitage foi um emblema da «glasnost» quando emprestou ao Metropolitan de Nova Iorque, em 1988, 51 pinturas do séc. XVII holandês e flamengo, muitas delas desconhecidas. Reagan e Gorbachov tinham assinado em Genebra, três anos antes, um acordo de cooperação cultural.
Com o fim da URSS teve início um grande esforço internacional de apoio ao museu estatal russo, forçado a procurar alternativas para um financiamento que se reduzia drasticamente, ao mesmo tempo que enfrentava gigantescos desafios de conservação de edifícios e colecções (mil salas e três milhões de objectos são números muito referidos). Apesar das mudanças políticas, o destino do Hermitage tem conhecido uma grande estabilidade, sob a condução determinada do director nomeado em 1992, após dois anos de vazio de poder. Mikhail Borisovich Pietrovsky, especialista em arte islâmica, é, aliás, filho de Boris Pietrovsky, que dirigiu o Hermitage durante os anteriores 26 anos.Logo em 1993 o novo regime convidou a Unesco a patrocinar o plano de reconstrução e extensão do museu, criando-se um conselho consultivo com directores dos principais museus internacionais. O apelo a donativos de governos, fundações e empresas teve efeito e a rede mundial dos "Friends of Hermitage" continua activa - o modelar "site" oferecido pela IBM valeu dois milhões de dólares.
As primeiras dádivas, logo em 19944, vieram do governo da Holanda: 1,2 milhões de dólares para equipamentos de informática e de protecção de caves contra inundações abriram caminho ao restauro, no Rijksmuseum de Amsterdão, de uma colecção de 610 gravuras de Rembrandt. Seguiu-se o apoio à reabilitação das galerias dos mestres holandeses, um dos núcleos mais valiosos - Pedro, o Grande, mantivera dois russos em permanência na região para assegurar a escolha da melhor produção local. O reatar desta antiga relação passou paulatinamente do envio de exposições à abertura de uma antena permanente, em 2004, a qual se irá tornar num grande museu em 2009. Considerado como a embaixada do Hermitage no Ocidente, o programa de Amsterdão foi acompanhado pela abertura de consulados em Londres e Las Vegas.O pólo inglês, que é um "fund-raising arm" do Hermitage Development Trust, abriu em 2000 num dos mais prestigiados centros de ensino e investigação de história de arte e conservação, o Courtauld Institut. Sete milhões de dólares foram então canalizados para São Petersburgo. Os Hermitage Rooms, cinco galerias decoradas ao antigo estilo do museu, com 411 metros quadrados, acolhem uma exposição anual. Em 2001 inaugurou-se uma galeria conjunta do Hermitage e do Guggenheim num espaço adaptado por Rem Koolhaas no Venetian Resort-Hotel-Casino, Las Vegas, mas esta associação não foi o milagre anunciado. O museu-empresa de Tomas Krens nunca mais conseguiu repetir o sucesso de Bilbau.
Portugal não teve papel notado nesta mobilização até à assinatura, em Março de 2006, de um protocolo que, além de fazer uma genérica referência à apresentação recíproca de monumentos da cultura mundial, prevê a troca de experiências entre especialistas nos domínios da gestão de museus, investigação histórica e conservação patrimonial. Denominado «Hermitage em Lisboa», o programa cita a realização de conferências científicas, seminários e mesas-redondas naquelas áreas e também projectos musicais no contexto dos programas da Academia de Música e da Orquestra Estatal do Hermitage.
No âmbito dessa alargada cooperação que o acordo refere, incui-se o estudo do projecto para a criação de um "Centro Hermitage em Lisboa", sem lhe atribuir, porém, qualquer conteúdo. Este protocolo de intenções vigora até ao fim de 2010 e pode ser renovado por períodos de quatro anos. Além da mostra que Putin vai inaugurar (orçada em 1,5 milhões de euros, incluindo transportes e seguros, mais 900 mil euros investidos na galeria da Ajuda), estão previstas mais duas em anos consecutivos.
Um outro protocolo que visa mormente a preparação de técnicos especializados foi já depois firmado, numa cimeira entre Putin e Romano Prodi, mas o projecto de um centro cultural e de investigação, o Hermitage-Itália, a criar em Ferrara, não contempla a hipótese de um mini-Hermitage.
...
O "estudo do projecto para a criação de um 'Centro Hermitage em Lisboa'" é referido num protocolo bilateral assinado em Março de 2006, mas não se lhe atribui qualquer conteúdo. É apenas um devaneio..., uma fantasia muito cara.
Todas as extensões internacionais do Hermitage têm a ver com a angariação de meios (fund-raising) ou com cooperação no âmbito da museologia e da conservação. A candidatura portuguesa não tem verosimilhança nessas duas áreas e é apenas uma teimosa confusão de quem trocou os vermelhos dos burocratas soviéticos pelos dourados do Império russo.
A recolha de depoimentos ("Polémica") que acompanha a reportagem da Alexandra Carita no Expresso é um bom contributo para animar as festividades do Palácio.
Posted at 14:59 in 2007, crónica, MC, Museus | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Fernando António Baptista Pereira, Hermitage, MC
Sobre projectos interrompidos e indecisões estratégicas. Sobre arte contemporânea de África e as oportunidades perdidas: a Colecção da CGD e a orientação multicultural da Culturgest, a Arte Lisboa de 2004, o projecto Artafrica da Gulbenkian, a exposição "Réplica e Rebeldia" do Instituto Camões, de 2006, que não veio a Lisboa. (revisto em 29/11/2008)
O título pode ser excessivo, mas talvez incite à leitura. Sai amanhã/hoje <a 5 Out. 2007> no Expresso/Actual e tem a ver com a estúpida circunstância de as diversas iniciativas de colaboração com os artistas de Moçambique (e outros lugares) se traírem sucessivamente por falta de sequência ou de visão estratégica, precisamente na altura em que a África desperta mais interesse nos circuitos culturais das antigas metrópoles - na Documenta e na bienal de Veneza, e antes na itinerante exposição Africa Remix. Aliás, parte desta, que acabava o seu curso no fim de Setembro em Joanesburgo, deve em seguida ser mostrada no activíssimo Centro Cultural Franco-Moçambicano.
A biblioteca do Instituto Camões em Maputo, bem como a escola portuguesa, são certamente pólos essenciais de uma presença cooperante e com êxito. Mas outros terrenos, para além da língua, têm assistido a uma absurda delapidação de meios e expectativas. Com dois bancos que fazem fortes investimentos mecenáticos a competir no terreno, a CGD e o Millennium, e com outras apostas empresariais significativas, bastaria articular recursos disponíveis, interessados e projectos.
EXPRESSO, Caderno Actual, 5 de Outubro de 2007, “Tribuna”
A derrota de África
A primeira grande iniciativa que liga Portugal à internacionalização de artistas africanos corre o risco de se desvanecer antes do seu termo
Posted at 18:34 in 2007, Arte Africa, crónica, Moçambique | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Artafrica, Instituto Camões, Réplica e Rebeldia
É a seguinte a lista das galerias portuguesas que vão estar presentes no Programa Geral da próxima edição do Arco:
Cristina Guerra, Fernando Santos, Filomena Soares, Graça Brandão, Lisboa 20, Mário Sequeira (Braga), Pedro Cera, Pedro Oliveira, Presença, Quadrado Azul e Vera Cortês. Na secção Arco 40, onde os espaços disponibilizados são apenas de 40 m2, estarão António Henriques (Viseu) e Carlos Carvalho. A Gal. Filomena Soares participa com um 2º espaço na secção Projectos.
Além de outras ausências notórias, como a da Módulo, que deixou há anos de participar no Arco, nota-se a falta da 111 e tb da Jorge Shirley, que teriam ficado em "lista de espera". Outras galerias foram sendo preteridas em anos anteriores, apesar do seu lugar destacado no mercado nacional.
Em 2007 estiveram 14 galerias portuguesas e o número desceu agora para 13 (ou 11 + 2, separando o caso Arco 40), com duas saídas e a entrada algo estranha da galeria de Viseu. No comité organizador, para onde são cooptadas as galerias que seleccionam as participações das restantes (não há nenhuma transparência na estrutura organizativa das feiras), tomou lugar este ano Cristina Guerra.
O país convidado é o Brasil e o Arco 2008, de 13 a 18 de fevereiro, acolhe um total de 257 galerías, 70 espanholas y 187 estrangeiras, mais 21 que na edição anterior, dispondo de mais espaço nos novos pavilhões 12 e 14.
Sem a 111, que é, pelo menos, uma das mais importantes galerias portuguesas, há menos Arco e menos razões para ir a Madrid.
Posted at 22:28 in 2007, 2008, Arco | Permalink | Comments (6) | TrackBack (0)
Tags: 111, Arco, Galeria 111
"Painters Progress", 1981, 294,5 x 236,2 cm. Col. MoMA
Era um dos artistas actuais que mais curiosidade me despertavam, e tinha comprado há dias na FNAC o catálogo da retrospectiva apresentada em 2005/06 no MOMA (e também no IVAM de Valência no passado verão, na que foi a sua 1ª retrospectiva na Europa). Robert Storr foi o comissário e o autor do extenso estudo publicado.
Morreu no domingo, dia 13 de Agosto, em Nova Iorque; nascera em 1940 (6 de Set.) em Chicago, onde se formou em 1962. 1ª retrospectiva em 1987 no Museu de Dallas.
Não há nenhuma obra sua na Colecção Berardo, mas ficaria bem na companhia de Frank Stella e Shirley Jaffe, a quem "seguiu" na procura de novos caminhos abstractos fora dos limites modernistas e das restrições minimalistas. Os recortes esculturais e a cor explosiva, com formas orgânicas e referências figurativas, e a presença forte do humor, distinguem a sua pintura desde meados dos anos 70.
A retrospectiva do MoMA em 2005, com 65 anos, foi a primeira mostra monográfica do Departamento de Pintura desde a reabertura do Museu no ano anterior, e a quarta dedicada a uma mulher, depois de Louise Bourgeois, aos 70 anos; Lee Krasner, aos 76 anos; e Helen Frankenthaler, aos 67.
"Deeper Than D.", 1983 (269,2 x 259,1 cm) Col. part.
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Tags: Elisabeth Murray, MOMA, Robert Storr
EXPRESSO/Actual de 10-02-2007
A verdade da ilusão
Uma incursão do ilusionismo próprio da pintura figurativa de Manuel Amado no mundo do fingimento do teatro
«A Última Ceia dos Polichinelos», 2005
O lugar de exposição, histórico-patrimonial, é inesperado. É também inesperado o espaço amplo das salas comunicantes que acolhem as 50 telas mostradas, um corpo vasto de trabalho, tematicamente unificado e erguido ao longo de quatro anos de produção, de 2002 a 2006. Também é uma surpresa a aparição de figuras numa pintura que se tem fixado em lugares vazios, mesmo quando é muito forte a impressão de que alguém habita as salas e corredores desertos, ou que alguém passou ou vai passar pelas suas vistas interiores (e íntimas) ou pelas paisagens exteriores de ruas e jardins.
Posted at 20:31 in 2007, artistas | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Manuel Amado
Autor e actor
Duas perspectivas paralelas da obra de Jorge Molder
EXPRESSO/Actual de 06-01-07
Pormenor da instalação «Algum Tempo Antes», em Madrid
Em Madrid, o jogo de Molder com a auto-representação, o uso da sua própria imagem-máscara oferecida à interrogação de ser ou não ser auto-retrato, sempre organizada em sequências que põem a questão de um sentido narrativo específico (um episódio, uma acção, um título), é prolongado até novo limite: uma réplica do corpo do artista ocupa o lugar central da galeria. Segura um catálogo com uma fotografia sua (as mãos que guardam a luz, da série «The Portuguese Dutchman», 1990) e está parcialmente voltado para uma parede onde se vê um rectângulo negro (janela ou espelho obliterados, papel de impressão queimado pela luz).
Posted at 08:19 in 2007, Fotografos, Madrid | Permalink | Comments (0)
Tags: Fundación Telefónica, Jorge Molder
EXPRESSO/Actual de 13-01-07
"Sinais de vida"
A obra paralela de Calder, sobre papel, mostrada em Évora
Calder tem um lugar de grande destaque na história da escultura do século XX, no caminho que a afasta decididamente da estatuária e, em paralelo, confere novas condições de viabilidade ao monumento, separando-o das tradicionais funções representativas ou de celebração (que funções lhe restam não é uma questão fácil). Com a invenção do «mobile», no início dos anos 30, retirou o peso e a imobilidade à escultura, ao criar formas em movimento, suspensas e instáveis, que desenham no ar arabescos imprevisíveis. Marcel Duchamp, brilhante observador dos artistas seus contemporâneos no catálogo da «Société Anonyme», apontava em 1949 a arte de Calder como «a sublimação de uma árvore ao vento» e «pura alegria de viver» (joie de vivre). Sartre já escrevera em 1946 que os «mobiles» eram simultaneamente «invenções líricas, combinações técnicas, quase matemáticas, e o símbolo sensível da Natureza».
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EXPRESSO/Actual de 13-01-07
"Devoção portátil"
A propósito de uma pequena pintura de Frei Carlos
«Ecce Homo», de Frei Carlos (pormenor)
A apresentação pública de uma obra recentemente adquirida de Frei Carlos, que não se encontrava referenciada, um Ecce Homo, ou Senhor da Cana Verde, de pequeno formato (39,5 x 31 cm), serve de pretexto ou oportunidade para uma exposição também de pequena escala mas de proveitosa concepção. O autor, as condições e características da sua actividade, a escala privada e portátil de parte da sua obra, os modelos de imagens devocionais em uso entre os séculos XV e XVI, e outros temas próximos organizam-se numa digressão que ilumina a singularidade da peça em causa e a inclui no seu contexto histórico e cultural. Sem catálogo (apenas um desdobrável), a mostra comissariada por José Alberto Seabra Carvalho é muito bem servida pelos textos informativos das tabelas.
Posted at 01:59 in 2007, MNAA | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Frei Carlos, MNAA
Night conversation piece, still video
em "O falso diário de A.B.", Xana, no Museu da Electricidade, central Tejo, até 16/09/2007
2 Pittura metafisica / 3 Passeio / 4 Incident at a Spanish museum, video stills.
A colagem com outros meios, a montagem por outros processos. As projecções mostradas na antologia de 2005 eram pintura instalada e em movimento; agora a exploração dos meios digitais e das condições informáticas de trabalho aponta numa outra direcção de cruzamento, fusão e potenciação de processos e de poéticas.
Posted at 19:37 in 2007, Xana | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
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Apresentou «Adiar o Coração" na Módulo em Março
nota in EXPRESSO/Actual de 17-03-2007
"À entrada, S/Título (Luísa a Sair do Banho) coloca-nos diante de uma muito provável referência - citação ou homenagem - a Bonnard, pintor e fotógrafo de um quotidiano intimista. Seguindo essa pista inicial, as fotografias percorrem diferentes situações domésticas numa sucessão de interiores que podem ver-se como discretos retratos em situação de um círculo de pessoas próximas da autora, embora preservando uma distância face a qualquer intenção de confessionalidade sentimental que as separa radicalmente do exemplo de Nan Goldin (adiando o coração?).
Entre a agilidade do instantâneo e a composição calculada, cinematográfica, o tempo ficcional das figuras-personagens e a importância dos valores da luz têm uma densidade pictural (mas não picturialista) e uma intensidade física que identifica as imagens desta primeira individual como um projecto fotográfico já individualizado."
Participou a seguir num projecto colectivo na Arte Comtempo, "Trabalhar Cansa",
e está agora na Plataforma Revólver, com três fotografias, em "Debaixo do Tapete", até 31 de Julho.
Catarina Botelho, “S/Titulo” (Júlia deitada), 2007
Posted at 19:35 in 2007, Fotografia portuguesa, Modulo | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Catarina Botelho, Módulo
Veneza +
The Ney Yorker. com
The Art World - "Big Ideas" The Venice Biennale by Peter Schjeldahl June 25, 2007
...) "Visitors whose attention skates over the depths of perception and feeling in Storr’s Biennale are not wrong, if the purpose of new art now is, as the dictatorship of commerce affirms, to enable a general glorying in products of creative crackle and fizz, never mind graver yearnings of the soul and dire news of the day. I can’t condemn the skaters, given that sheer energy, no matter how apparently feckless, is always the truest sign of what will distinguish the art, and the styles of enthusiasm, in any era. Art doesn’t change the world, and the world changes art only in ways that, whatever else they may be, are consistent with unforced pleasure. By insisting on contemplative absorption and civic conscience, Storr is a bit of a schoolmarm, demanding dignity of irresponsible pupils. But he marshals a lot of artistic talent to his side—and, for clarity and rhythm of presentation, his shows constitute by a long shot the most elegant of the several Biennales I’ve seen. I think the event will be remembered as a cautionary service, conservative in spirit and progressive in principle, to a frenetic time.
E
As fotos e o mapa das periferias multiculturais e pós-coloniais, o que se chamou 3º Mundo ("Mondos del Arte")
"antes de publicar nuestros extensos reportes visuales sobre la Bienal de Venecia y la Documenta de Kassel, les ofrecemos ya un recorrido rápido por Venecia incluyendo 40 imágenes: *Bienal de Venecia: Primer Foto Tour* / A fines de junio seguirá un recorrido por la Bienal, con fotos e informaciones sobre obras de aprox. 120 participantes. Detalles sobre las 24 muestras y pabellones que cubriremos" (ver mapa)
Universe-in-universe.de - fotos e o mapa
#
Kassel -
Telegraph.co.uk 19/06/2007
"The worst art show ever"
Richard Dorment searches desperately for signs of artistic talent at the 12th 'Documenta' show in Kassel, Germany
(...) "The only thing a critic can do is to try to distinguishistinguish between what was done deliberately, and what is simply bad taste. To create their exhibition, Buergel and Noack began by choosing themes so vague as to be meaningless, ranging from "Is the modern our antiquity?" to "What is our mere life?" This enabled them to include any work of art by any artist, living or dead, from any era in history right back to the 16th century." (...)
(...) This is a show organised by two pseuds and intended for graduate students and people who don't really like visual art at all."
+ In pictures: Documenta 12
e
"100 days of ineptitude", by Adrian Searle
"It cost £14m and claims to set the world's artistic agenda, but Documenta 12 leaves Adrian Searle lost and confused"
Tuesday June 19, 2007 - The Guardian
(...) "What really matters is our encounters with art, the sparks that fly between things. We have to hold on to the stories we tell ourselves as we look. The trouble is that so intrusive is the installation design, and so confusing the layout, that everything rapidly turns into a kind of visual sludge."
Posted at 11:34 in 2007, Documenta, Veneza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Documenta, Venice Biennale
White building from blue porch, 1968 (o./t., 75 x 81 cb) Casa branca vista de um pórtico azul
Robert De Niro Senior ver 1 não se encontra nos grandes panoramas norte-americanos do séc. XX. Por ex. em American art in the 20th Century, 1993, de Joachimides e Rosenthal (Royal Academy e Saatchie Gall. + Martin-Gropius Bau). Ou em The American Century, Art & Culture, 1999-2000, Whitney Museum. Mas, sem usar o Google, está por exemplo na história parcelar e parcial de Irving Sandler, em francês, Le triomphe de l'art américain, vol. 3, L'École de New York (The Painters and Sculptors of the fifties, 1978; ed. Carré 1991).
Aparece aqui como um dos 13 jovens artistas convidados a participarem no Ninth Street Show, 1951, organizado num armazém da rua desse nome por vários membros fundadores do Clube - ou Eighth Street Club ou Artists Club - fundado em 1949, por De Kooning, Kline, Reinhardt e outros, local de debates públicos até 1954, e depois com novos responsáveis. Com De Niro expunham, p.e., Alfred Leslie, Hellen Frankenthaler, Grace Hartigan, Eleine De Kooning, Joan Mitchell, Fairfield Porter, etc. Era já a 2ª geração da Escola de NY (o nº de artistas mulheres será significativo?).
A primeira exposição importante da "nova vaga" terá sido a New Talent, 1950, organizada por Greenberg e Meyer Shapiro na Kootz Gallery. Entre os 23, De Niro estava acompanhado por Leslie, Hartigan, Eleine De Kooning, Robert Goodnough e Larry Rivers. É a época do reconhecimento pleno da 1ª geração do expressionismo abstracto, vindo desde 1940, e da vitória americana do "modernismo". A seguir vai pôr-se a difícil questão das rotações geracionais e da continuidade de uma "vanguarda".
Posted at 10:12 in 2007, Exposições, Nova Iorque | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Robert De Niro Senior
Cruzei-me com eles em Nova Iorque, mas a agenda era outra. Agora, apareceram por Lisboa, pai e filho, júnior e senior. Robert De Niro pai (1922-1993) foi um pintor bem interessante. A antologia mostra-o em duas salas com pintura e desenhos em geral dos anos 60 e 70, que não acompanham aquilo que mais se conhece dessas décadas. Essa distância, que aproxima o pintor de outros anteriores (Bonnard, Matisse são os mais evidentes), é também o que liga a outros mais recentes e actuais.
A exposição trazida pelo Lisbon Village Festival é uma boa surpresa e as imagens possíveis são uma pálida aproximação às suas cores próprias, com violetas e amarelos únicos, e uma luz vibrante.
No Palácio Galveias até 8 de Julho.
sáb. e dom. 14-19h30 / 3ª a 6ª 10-19h30 (gratuito)
Winfield Street Hoses II, Bernal Heigts, 1978 (óleo/tela, 56 x 81,3 cm)
#
É por cá um desconhecido, mas quem conhece um grande pintor norte-americano como Fairfield Porter, por exemplo? Aliás, este Porter (1907-1975, pintor e crítico) também escreveu sobre De Niro, como se irá ver.
Posted at 01:30 in 2007, Exposições, Nova Iorque | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Robert De Niro Senior
é provavelmente a melhor cobertura
a crítica do New York Times nyt
"That Unruly, Serendipitous Show in Venice" by MICHAEL KIMMELMAN
Much of this biennale murmurs, it doesn’t shout. I doubt this fair will be recalled as groundbreaking or dynamic, but it is an independent show, strong in its convictions.
"VENICE, June 13 — After the artists, dealers, critics and hedge-fund guys jetted off last weekend to shop in Basel and check out Documenta in Germany, it became easier to tell whether the 52nd version of the Venice Biennale was as much of a bore as it seemed. It’s not. It’s subtle and sober. And, well, yes, maybe it’s just a little boring.
But it grows on you. It did on me, anyway. Aside, of course, from the simple fact that it’s in this ancient paradise of sun, honeysuckle and stone (passing disappointments of art somehow invariably wafting away on sea breezes), what’s always glorious about this oldest of the international festivals is its unruliness. There is never just one biennale but many of them, all mixed up, and you’re free to like or kvetch about any or all." (...)
o mapa:
nytimes graphic
e nos nyt blogs (parte substancial da informação dos grandes orgãos passa agora pelos seus blogs)
...lá aparece o itinerante artista romeno Dan Perjovschi que muito me irritou no Porto... (um bobo da corte / un farceur de cour pour ce royaume vaste / a court jester for this far-flung kingdom of art)
+ as fotos - slide show - de Librado Romero/ The New York Times (e a última é a melhor)
Posted at 00:02 in 2007, Veneza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Venice biennale
no jardim do Palazzo Nani Bernardo Lucheschi em Veneza (I), de e com Joana Vasconcelos
Posted at 17:02 in 2007, Joana Vasconcelos, Veneza | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
Tags: Adiac Portugal, Joana Vasconcelos, Venice biennale
O Leão de Ouro de Veneza atribuído a Malick Sidibé começou por me chocar. Associei-o à iniciativa de Robert Storr de incluir na Bienal uma representação de África através de uma colecção sedeada em Luanda e que cheira muito a petróleo (aberto um concurso, terá sido essa a candidatura que pagou mais, ou que custava menos). /POLÉMICA EM TORNO DA COLECÇÃO SINDIKA DOKOLO: Artecapital.net actualizado em artnet /
Mas há meios ínvios de chegar a coisas sérias (as linhas tortas de Deus...) O G8 e Sarkozy andam ocupados com África, ainda bem. E o Leão de Ouro foi quase sempre irrelevante.
Também o facto de se tratar de um retratista e repórter popular dos anos 50-60, de quem se recupera e reedita a antiga produção, não é entusiasmante. Já agora, atenção também ao galego Virxilio Vieitez (n.1930, Soutelo de Montes) ou António Gonçalves Pedro, de Mora (1927-1999) - mas, a diferença é significativa, MS é um intérprete da mudança, em particular dos anos das independências africanas.
Malick Sibidé (nascido em 1936) anda há alguns anos em grandes trânsitos. Foi distinguido com o Prémio Hasselblad em 2003, e exposto no CAV, Coimbra, em 2004.
Tinha chegado em 2002 ao mercado galerístico, através de reedições em grande formato de antigos retratos dos anos 50-60, com exposições nesse ano na Jack Shainman Gallery, New York, USA e na Galerie Claude Samuel, Paris.
Antes disso ocupava um duplo papel de fotógrafo e representante da fotografia do Mali (Seydou Keita...) nos círculos que íam divulgando e promovendo a fotografia africana (Bamako 1, 1994). Logo em 1995 foi apresentado por André Magnin (Magiciens de la Terra/Colecção Jean Pigozzi) na Fondation Cartier pour l'art contemporain, Paris.
a continuar
ver:
Posted at 10:01 in 2007, Africa, Fotografia africana, Fotografos, Photo, Veneza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Malick Sidibé, Venice biennale
flickr crylov's photos, Outubro 2005 (exposição em Los Angeles dedicada à... Tropical House by Jean Prouve. ) Hammer Museum
#
"Não tive que me sentar numa biblioteca cheia de pó, o assunto está no discurso mais central: na Christie's, em Nova Iorque!", Ângela Ferreira, Público, Ípsilon, pág. 11.
Algumas leituras recomendáveis (sem pó):
Quem foi Jean_Prouvé:
Wikipedia
A Maison Tropical no Centro Pompidou
Figaro 1
e também:
Jean Prouvé - Les Maisons Tropicales
Livro ed. pelo galerista Eric Touchaleaume
La «maison tropicale» de Jean Prouvé : une épopée Brazzaville-Paris
Figaro 2 par Béatrice de Rochebouët, le 03 novembre 2006
Maisons Privées
sobre a operação de "repatriamento" de Eric Touchaleaume
E também a Christies , claro...
Posted at 12:25 in 2007, Africa, cidade, Veneza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Angela Ferreira, Jean Prouvé, Maison tropical, Tropical house, Venise
No Le Monde de hoje:
1
"Cent douze biennales d'art contemporain ont lieu, aujourd'hui dans le monde. La croissance est exponentielle, qui témoigne de la mondialisation galopante de l'art actuel. En juin, l'essentiel se passe en Europe avec Venise, Kassel et Münster. Mais le phénomène est désormais planétaire.
Lyon, Berlin, Istanbul, Moscou, Sharjah, Turin, Shanghaï, La Havane, Sidney, Dakar, Taïpeh, et même Ushuaia... On ne compte plus les villes qui accueillent ces méga-expositions, et le phénomène semble s'accroître régulièrement, surtout en Asie. Chaque année voit éclore de nouveaux projets : Athènes s'offre sa première biennale en septembre, Bruxelles est en train d'élaborer la sienne. Seul Paris semble, pour l'instant, manquer à l'appel."
Posted at 16:23 in 2007, Veneza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: venice biennale
A Bienal de longe: la biennale
1. GB: Tracey Emin: "Borrowed Light"
British Pavilion Venice Biennale 2007 Tracey Emin
Posted at 11:24 in 2007, Veneza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Venice biennale
Dorothy, ainda no atelier / e depois em Veneza
A monografia sobre Joana Vasconcelos que foi lançada em Madrid, no Arco, vai também ser apresentada em Veneza, a 8 de Junho.
Em exposição no Palazzo Nani Bernardo Lucheschi (só nos dias 7 a 10, na inauguração da Bienal) estarão uma obra inédita, Dorothy, um enorme sapato de salto alto modelo Prada feito de panelas de alumínio + a colcha de sete metros Donzela que já esteve este ano no castelo da Feira e agora ficará na fachada do palácio, frente ao Gran Canal + o Barco da Mariquinhas, forrado a azulejos, de 2002, que deverá flutuar junto a uma gôndola.
A iniciativa é de António da Veiga Pinto e Marc Pottier, os animadores da ADIAC Portugal*, com a leiloeira e galeria-livraria Artcurial (Hôtel Dassault, Paris). "Yellow Brick Road" é o título do acontecimenro.
Posted at 21:25 in 2007, Joana Vasconcelos, Veneza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Adiac, Biennale di Venezia, Joana Vasconcelos, venice biennale
A minha relação com os trabalhos de JV foi-se tornando de um interesse ou entusiasmo crescente, em especial a partir da exposição de Paris, em 2005, mas já aumentava desde a série dos tricots em lã, começada em 2001, para além do gosto por algumas obras anteriores (e a rejeição de outras). Foi-se associando a algumas peças e intervenções uma mais clara intencionalidade e/ou referencialidade, também em termos da sua lógica sequencial, e igualmente uma mais notória ambivalência/ambiguidade entre a atitude de crítica distanciada (o humor) e o interesse pelos objectos e processos apropriados (a não indiferença, a escolha).
Já não se trata só de uma distanciação irónica com base num uso oportunista, ou de um exercício principalmente lúdico encerrado no fechado espaço da arte, e parece existir uma cumplicidade interrogada, ou mesmo reivindicada, com os temas, os ícones, os processos que surgem nestas obras.
A obra exposta no Arco - instalada com movimento e som (Amália) - ganhou uma visibilidade que incomodava muita gente . Gostei de a mostrar numa página inteira do Expresso e de associar o coração com o título encontrado (grandes valores da nacionalidade, a filigrana de ouro dos minhotos e o coração de Amália, afirmavam-se e parodiavam-se na capital peninsular. Que JV tenha utilizado talheres de plástico para construir o seu objecto é essencial, tal como o balanço visual entre a imagem global e o pormenor.
Coração Independente Preto / Black Independent Heart, 2006, com os seus 3,70 m de altura de ferro pintado e "filigrana" de talheres de plástico, instalado no Arco com som e em rotação - daí a imagem desfocada...
"União ibérica"
EXPRESSO/Actual de 24-02-2007
Em ano da Coreia e em tempo de revisão de fórmulas, a feira Arco de Madrid volta a ser um palco importante para a arte portuguesa
Posted at 21:10 in 2007, Arco, Joana Vasconcelos, Madrid | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Arco 2007, Joana Vasconcelos
Columbano, em últimas semanas (hoje em último dia), continua a surpreender por boas e más razões. O homem passa do melhor ao pior com uma desarmante rapidez - e a casa não ajuda.
( de a ervilha )
O Museu (em especial ao domingo de manhã) parece aquilo que não tem sido, um Museu, e o público acorre para reencontrar o antigo dono do lugar ou um nome que conhece, sempre jogando pelo seguro - arriscar tem sido tantas vezes revoltante.
Posted at 10:13 in 2007, história de Portugal | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Columbano, Museu do Chiado
A exposição "Dog's Sleep" na Sala do Veado (9-31 Maio):
"O excesso necessário"
in EXPRESSO/Actual de 5 Maio 2007
Fomos deixando de saber que a pintura é também um meio de contar histórias, e cada vez que o descobrimos - tem de ser sempre de maneira diferente - o escândalo é maior. É essencial que por esse contar histórias se entenda algo de diferente da ilustração, por mais que se preze a prática do ilustrador que verte em imagens, à sua maneira, a ficção escrita, em geral por outrem. É essencial que as histórias que se contam, as personagens que se constroem, os fantasmas e as fantasias que se soltam cresçam da realidade material da pintura, inscritas no seu fazer, sem que a tradução por palavras (prévia ou posterior) esgote os sinais visuais e sem que os seus sentidos possíveis se congelem numa narrativa estabilizada.
Sara Maia, "O Colo"
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Tags: Sara Maia
Casa-Estúdio Carlos Relvas, Golegã. 21-04-2007
O destino era o Paul do Boquilobo, mas o "templo da fotografia" (!?) tinha sido inaugurado na véspera. Foi uma visita atribulada e demasiado breve - interrompida logo no átrio de entrada. Voltar-se-á mais tarde, de preferência num dia de semana (talvez com menos gente), esperando que esteja mais oleada a condução do grupo e o discurso do/da guia.
Depois da espera no edifício de recepção, a lentidão dos primeiros passos, o excessivo pormenor das informações (ainda mal aprendidas) e a exigência de assistir-se a um filme de apresentação (que deveria ser mostrado durante a espera no anexo) esgotaram a paciência. Atenção: O local não se presta ao turismo de massas, e o excesso de visitantes pode ser mais ruinoso para a sua conservação que o anterior esquecimento do lugar.
Posted at 02:31 in 2007, Carlos Relvas, história da fotografia | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
Tags: Carlos Relvas, Estúdio Relvas, Golegã
Retrato de Joaquim Lourenço Lopes (o consul de Portugal na cidado do Cabo, de passagem por Paris), 1883, 92x57 cm, Col. particular.
O quadro reproduz-se no catálogo mas não figura na exposição. É a obra mais clara e mais "rápida" de Columbano, mais próxima portanto de uma ideia de modernidade e de pintura moderna que ele conheceu em Manet, em Sargent, Boldini e outros retratistas mundanos, em Paris, mas teve dificuldade em acompanhar. A factura esbocetada (abocetado, em espanhol) é aqui por vezes incerta, e a torsão da pose elegante corrige-se na decidida firmeza miniaturista do rosto. Também é uma obra útil para pôr em paralelo as pinturas realizadas para o Salon e os trabalhos mais livres, destinados a um público de gosto moderno.
Posted at 22:41 in 2007, história de Portugal | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Columbano, Museu do Chiado
Os retratos de Henri Cartier-Bresson - "Um Silêncio Interior"
em Évora, na Fundação Eugénio de Almeida, até 29 de Julho (9h30-18h30, todos os dias). Na foto: 4/5 retratados na cama, entre eles Giacometti e à dir. Christian Dior, 1945.
Trata-se exactamente de "Le Silence interieur d'une victime consentante", exposição da Fundação HCB, inaugurada na sua sede de Paris em Janeiro de 2006, a primeira resultante da inventariação das obras da respectiva colecção permanente. Acompanhada pela edição portuguesa (Dinalivro, Lisboa) do magnífico catálogo original, impressa por Steidl, Gottingen. Com prefácio de Agnès Sire ("Silêncios"), comissária e directora da Fundação, e introdução de Jean-Luc Nancy ("O olhar dado").
Posted at 21:55 in 2007, Cartier-Bresson, Evora, Photo | Permalink | Comments (0) | TrackBack (1)
Tags: Cartier-Bresson, HCB, Évora
A propósito de uma sucursal do Ermitage ou Hermitage anunciada para Lisboa...
artigo publicado no EXPRESSO/Actual de 20-01-2007, não pag.
"Mercado dos museus"
O projecto de uma filial do Louvre no Abu Dhabi abriu uma larga polémica sobre a nova economia da arte, em que o Guggenheim e o Hermitage são parceiros
A pirâmide de I. M. Pei era premonitória. Agora é o «Louvre do deserto» que agita os meios culturais desde que três figuras da museologia publicaram no «Le Monde» (13 de Dezembro) a proclamação «Os museus não estão à venda», logo assumida como abaixo-assinado. A economia do sector tinha como vertentes mais mediáticas a saga das sucursais do Guggenheim e a angariação de fundos do Hermitage, por sinal associados desde 2001 em Las Vegas, no Venetian Resort-Hotel-Casino. A vertigem das deslocalizações atingiu o Louvre e o Centro Pompidou, que tinham começado por anunciar a construção de «antenas» em Lens (Pas de Calais) e Metz, respectivamente. Tratava-se de abrir a caixa de Pandora antes de partirem para o Oriente.
Posted at 01:05 in 2007, Museus | Permalink | Comments (0) | TrackBack (1)
Tags: Abu Dhabi, Ermitage, Françoise Cachin, Guggenheim, Hermitage, Louvre, MC, Museus
Tem sido um dos quebra-cabeças mais confidenciais: como e onde abrir a anunciada sucursal. Ou mesmo só uma luxuosa exposiçãozinha por ocasião da cimeira com o Putin. Houve ordens para se encontrar um espaço aceitável pelos convidados, que têm meios para serem exigentes. Parece que é a Galeria de Pintura do rei D. Luis, no Palácio da Ajuda, o local escolhido, mas as obras a fazer serão uma nota pesada.
O protocolo assinado em Moscovo pela ministra em 2 de Março de 2006 está no site do museu russo:
http://www.hermitagemuseum.org/html_En/11/2006/hm11_1_160.html
E a 1ª exp. em Lisboa abre a 25 de Outubro, diz o DN (Ver abaixo)
Continue reading "Um Ermitage ou Hermitage para cada um / Ferrara e Lisboa" »
Posted at 00:54 in 2007, MC, Museus | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Ermitage, Hermitage, MC, Museus
No meu Atelier, 1984, Museu Grão Vasco, Viseu
“Vida moderna e pintura antiga”
(e as brevíssimas relações internacionais de Columbano)
- Versão alargada da prosa publicada no EXPRESSO/Actual de 31/03/2007 - há actualizações sobre a exp. a 17 de Abril -3- (o catálogo) e a 15 de Maio -4- / e tinha-se feito já uma apresentação "cega" da exposição (1 - antevisão) aqui tb com data de 29 de Março
O melhor conhecimento recente da obra de Amadeo de Souza-Cardoso, a partir das relações com Modigliani e Brancusi ou da sua projecção norte-americana, beneficiou da investigação estrangeira que veio contrariar o pouco gosto nacional pelo estudo de fontes directas. O mesmo poderia acontecer com Columbano, se a sua produção não tivesse uma dimensão apenas nacional. Em alternativa, é importante ir observando as obras de estrangeiros que foram seus contemporâneos e acompanhar as novas abordagens de pintores famosos na viragem dos séculos XIX-XX que a crónica das vanguardas relegou para uma sombra a ser paulatinamente revista. Algumas recentes exposições espanholas foram abrindo pistas ou pondo em causa anteriores certezas.
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Tags: Columbano, Museu do Chiado
"Um pintor moderno"
Expresso/Actual de 17-02-2007, antes de a exposição se poder visitar
Novas possibilidades de abordagem dos primeiros tempos da carreira de Columbano, um artista a par do seu tempo. No Museu do Chiado, Columbano Bordalo Pinheiro nos 150 anos do nascimento
Quando, na quinta-feira, se inaugurou a exposição que celebra os 150 anos do nascimento de Columbano (1857- 1929), abria também no Petit Palais de Paris, ida do Museu Thyssen de Madrid, uma mostra que associa dois pintores seus exactos contemporâneos: John Singer Sargent (1856-1925), norte-americano de largo trânsito europeu, e o espanhol Joaquín Sorolla (1863-1923). A coincidência confirma o interesse pela reapreciação de artistas de grande notoriedade na viragem dos séculos XIX-XX depois remetidos a lugares apenas nacionais por uma história da arte demasiado francesa e sintetizada pela lógica do evolucionismo vanguardista. À carreira desses dois «pintores da luz» que conheceram em vida grande êxito internacional corresponde o mais soturno destino do português, pintor de sombras e espectros.
"Retrato de Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro", 1884?, 46 x 38 cm, Museu do Chiado
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Tags: Chiado, Columbano, Museu do Chiado
in EXPRESSO/Actual de 24/03/2007
Artistas de Angola, de Moçambique e de Portugal reunidos numa exposição que põe em contacto diferentes experiências e contextos artísticos
Foto: Pedro Valdez Cardoso, «Livro dos Actos», 2006
Passa-se uma cortina de folhetos publicitários (intervenção de Gustavo Sumpta), que separa o mundo dos consumos populares do espaço fechado das intenções artísticas. Ou, pelo contrário, essa cortina de anúncios baratos associa a promoção de um evento cultural, a concorrência entre as obras, a realidade do mercado de arte à mais banal competição entre produtos e marcas. Não importa demorar nessa enésima referência às caixas Brillo, na entrada da Cordoaria, porque há logo outra referência histórica mais poderosa, essa desenvolvida com invenção conceptual e surpresa de processos. Numa exposição que reúne em Lisboa artistas nacionais e outros vindos de Luanda e Maputo, é oportuno evocar com inteligência as ambições e derrotas coloniais e é isso que faz o Livro de Actos de Pedro Valdez Cardoso, já apresentado no ano passado no castelo de Sines (o mesmo artista tem uma obra importante na colectiva que trouxe brasileiros e espanhóis ao Museu da Cidade e assina agora outro episódio do «Voyeur Project»).
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Tags: Jorge Dias, Vitor Pinto da Fonseca
Vasco Monteiro, "Red Guard" (Guarda Vermelho), 2006, óleo s/tela 40x50 cm.
Gal. Módulo, até 18 de Abril.
Surgiu em 2006 entre os finalistas do Ar.Co no Museu da Cidade, mas não é exactamente um pintor jovem que agora faz a primeira individual (n. Lisboa, 1957). Fotógrafo profissional, sem intenções artísticas, não precisa de cumprir os protocolos escolares da pintura fotográfica, e, pelo contrário, serve-se da tela e do óleo com uma inteira liberdade de imaginação, memória, observação ou citação, com a frescura de um amador à margem de tradições académicas ou ex-anti-académicas. Trata-se mesmo de não seguir qualquer outra disciplina se não a de dar curso a ficções privadas, certamente idiossincráticas mas muito diversas nas suas configurações narrativas, que podem para o observador exterior surgir como oníricas, insólitas ou absurdas. O pequeno formato adequa-se a essa espontaneidade intimista, sem esforço aparente ou ambição de grande pintura. É um interessante começo.
Nota da edição do Expresso Actual de 31/03/2007 - por sinal, a última!
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Tags: Vasco Monteiro
"Equilibrios instaveis"
"A pintura impura de José Loureiro, entre os seus programas prévios e o acontecer do quadro, num momento de aproximação às grelhas de Mondrian"
EXPRESSO/ACTUAL de 17 de Março de 2007
Galeria Cristina Guerra
É inevitável pensar em Mondrian e nas suas composições de rectângulos e quadrados definidos por traços negros que estruturam o espaço plano do quadro, onde se inscrevem zonas brancas ou de cores primárias. Nas pinturas de José Loureiro as linhas rectas interrompem-se ou duplicam-se (são a justaposição de contornos de moldes usados como régua, em precária aliança da mão e da máquina), a ordem é instável (arbitrária, mas justa), a estrutura vacila sem se desmoronar, a superfície branca «all-over» vibra, abre-se para dentro, numa insondável profundidade flutuante, como um ecrã catódico, mas é a grelha de Mondrian que se move nestes quadros. Não é a primeira vez que esse encontro acontece nem ele é acidental, tratando-se de um pintor que põe em jogo meios de organização sistemática do espaço do quadro, com formas modulares, padrões, barras e outros elementos de repetição estrutural - e também, para lá da fronteira movediça do que se chama abstracção, matrizes recortadas de figuras e objectos, adoptando a disciplina da variação mecânica em situações de representação figurativa.
Posted at 00:15 in 2007, José Loureiro | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
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