O lugar prolonga a ex-Dário Ramos, que teve sede à Foz, ocupa o antigo grande espaço da Graça Brandão e chama-se Galeria da Miguel Bombarda, onde fica. Veio talvez compensar as extensões ou passagens para Lisboa, ou pelo menos preencher um vazio. Depois da estreia com Álvaro Siza (antigas pinturas, desenhos e esculturas), mostra Gabriele Basilico e uma série dos anos 1984-85 que se editou como Bord de Mer, 1990, resultante de uma encomenda no âmbito da Mission Photographique de la Datar. Pontos da costa norte francesa, assinaladas num mapa que se apresenta; vivendas, barracas, roulotes face ao mar, de preferência no inverno, desertas e ventosas. Os fumos de Dunkerque. Calais. Le Treport, sempre com um sábio uso da luz. Fecant, destino de um dia em viagem.
É uma das mais sérias produções da fotografia topográfica, como a do inglês John Davies, particularmente competente quanto à informação arquitectónica e urbanística que transporta. E teve por via de Álvaro Siza uma presença frequente entre nós (que às vezes pareceu excessiva...).
Sem entrar em pesquisas, lembre-se "Uma Cidade Assim" (Matosinhos) de 1996, com Augusto Alves da Silva e outros, e a antologia "A Experiência dos Lugares" (L'Esperienza dei Luoghi) em 1997 no CCB, onde várias das fotos da costa francesa se incluem no capítulo Vedute (Vistas).
Aí se podia encontrar o livro de Gabriele Basilico Arquitectura em Portugal, col. Equações de Arquitectura, Dafne Editora, Porto 2006 (15 e)
Com prefácio de Paulo Catrica (Um certo modo de ver), é "um roteiro fotográfico" que reúne o material realizado para a exposição "Desenho nas Cidades, Arquitectura em Portugal" comissariada por Álvaro Siza.
Mas nem mesmo o Basilico conseguiria tornar interessante a intervenção de Siza & Moura na Avenida - e daqui não se vê o tanquinho aberto lá em cima, junto ao Garrett. E o final da Boavista, ou começo junto ao castelo do Queijo. vai também Rio abaixo...
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