Nessa altura, o catálogo também saiu atrasado. Muito depois de encerrada a exposição. Expresso/Cartaz (Actual) de 24-12-1998
"Enfim, o catálogo"
VAI ser finalmente distribuído o catálogo da exposição «À Prova de Água», comissariada por Jorge Calado e apresentada entre Fevereiro e Maio no Centro Cultural de Belém, no âmbito do Festival dos 100 Dias promovido pela Expo'98. Os primeiros exemplares da edição portuguesa serão postos à venda (ao preço de 10.000$00) durante a próxima semana ou já nos primeiros dias de Janeiro, no balcão de recepção do módulo de exposições do CCB e também, no Porto, nas instalações da Cadeia da Relação do Centro Português de Fotografia, que subsidiou o projecto.
O atraso da saída do catálogo começou por ficar a dever-se a um acidente de viação sofrido pelo comissário, tendo-se então optado por não sacrificar a data da inauguração e adiar a publicação. Somaram-se depois atrasos decorrentes de uma estrutura de produção demasiado exígua para uma mostra que implicava transportes de peças de todo o mundo e complexas negociações de autorizações e direitos de reprodução, para além de outras causas que já não importa referir.
Impresso na Suíça por um dos mais importantes editores mundiais de livros de fotografia, Edition Stemmle, o catálogo-álbum tem também uma versão em inglês, com o título Waterproof, encadernada, destinada ao circuito livreiro internacional e que deverá chegar igualmente ao mercado português.
Com um total de 558 páginas, o volume inclui todas as fotografias expostas (380 números), muito bem reproduzidas e quase sempre em página inteira, mais duas dezenas de ilustrações ao longo do texto inicial de Jorge Calado. Mantém-se a sequência dos 17 capítulos temáticos adoptada na montagem - de «Os Estados da Água» até «A Onda», a instalação fotográfica de Harry Nankin que foi produzida para a mostra -, mas a ordenação das fotografias foi readaptada ao novo suporte, tirando um diferente partido da disposição em planos e da respectiva sequência no livro. A exploração das correspondências formais e do ritmo gráfico guiam subtilmente a visibilidade das imagens, construindo um discurso visual perfeito onde se valorizam, em cada capítulo, os subtemas abordados, as variações cronológicas, técnicas e estilísticas, ou os motivos que interessaram os autores.
No final, um dicionário biobibliográfico dos mais de 250 fotógrafos representados, também da autoria de J. Calado e em muitos casos inédito, só em inglês, constitui outra das proezas de uma edição que é certamente (e já não apenas segundo um juízo pessoal) uma das melhores do ano a nível mundial.
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