Casa-Estúdio Carlos Relvas, Golegã. 21-04-2007
O destino era o Paul do Boquilobo, mas o "templo da fotografia" (!?) tinha sido inaugurado na véspera. Foi uma visita atribulada e demasiado breve - interrompida logo no átrio de entrada. Voltar-se-á mais tarde, de preferência num dia de semana (talvez com menos gente), esperando que esteja mais oleada a condução do grupo e o discurso do/da guia.
Depois da espera no edifício de recepção, a lentidão dos primeiros passos, o excessivo pormenor das informações (ainda mal aprendidas) e a exigência de assistir-se a um filme de apresentação (que deveria ser mostrado durante a espera no anexo) esgotaram a paciência. Atenção: O local não se presta ao turismo de massas, e o excesso de visitantes pode ser mais ruinoso para a sua conservação que o anterior esquecimento do lugar.
Foi também atribulada a história da reabertura do estúdio, por iniciativa da Câmara da Golegã e sendo só sua a responsabilidade pela museologia - com razões para estarem fartos de esperar. As obras de recuperação estavam concluídas desde 2003, segundo um projecto dos arq. Victor Mestre e Sofia Aleixo, e o adiamento da inauguração por três anos, que voltava a colocar problemas de conservação do edifício, ficou a dever-se a desentendimentos com e entre os departamentos do Estado central. Aliás, se a história pessoal de Carlos Relvas foi acidentada, a história da abertura ao público do seu estúdio - o mais rico e bem conservado estúdio dos finais do século XIX - , e também o estudo e apresentação da sua obra de fotógrafo amador, não são edificantes. Como é de regra no pequeno mundo conflituoso da fotografia em Portugal.
Nenhuma notícia sobre a inauguração (quase todas circunscritas à imprensa regional - os diários nacionais ocupam-se com o seu anedotário) refere que a "Casa-Museu Carlos Relvas", então ainda "Galeria Relvas", depois Museu Municipal de Fotografia Carlos Relvas, abriu ao público em 1981 com uma retrospectiva do seu construtor e que encerrou em 1996, após anos de degradação. Esta foi a segunda inauguração, 26 anos depois. Espera-se melhor sorte. E melhor memória (já que estamos no seu território...)
ver ficha do IPPAR sobre o edifício:
IPPAR http://www.ippar.pt/pls/dippar/pat_pesq_detalhe?code_pass=74450 (não disponível)
ficha do projecto arquitectónico de Victor Mestre e Sofia Aleixo:
http://habitarportugal.arquitectos.pt/pt/projects/61.html
é com grande satisfação que coloco o meu primeiro comentário a um blog aqui, neste seu espaço, sobre este tema. pela primeira vez, e após o excelente artigo de antónio henriques no expresso de 14 de abril, verifico a divulgação da autoria do projecto geral de conservação e restauro do estúdio fotográfico de carlos relvas, interesse e facto que lhe agradeço.
quanto à (não) divulgação deste edifício e desta intervenção, também procurei, desde o anúncio de abertura em março até agora, informação na imprensa e na internet e, parece-me, que apenas o programa de televisão portugal em directo apresentou uma reportagem e tentou, de facto, fazer um directo ao que terá sido "impedida", no dia 20 de abril. é lamentável!
Posted by: sofia aleixo | 04/23/2007 at 23:14