White building from blue porch, 1968 (o./t., 75 x 81 cb) Casa branca vista de um pórtico azul
Robert De Niro Senior ver 1 não se encontra nos grandes panoramas norte-americanos do séc. XX. Por ex. em American art in the 20th Century, 1993, de Joachimides e Rosenthal (Royal Academy e Saatchie Gall. + Martin-Gropius Bau). Ou em The American Century, Art & Culture, 1999-2000, Whitney Museum. Mas, sem usar o Google, está por exemplo na história parcelar e parcial de Irving Sandler, em francês, Le triomphe de l'art américain, vol. 3, L'École de New York (The Painters and Sculptors of the fifties, 1978; ed. Carré 1991).
Aparece aqui como um dos 13 jovens artistas convidados a participarem no Ninth Street Show, 1951, organizado num armazém da rua desse nome por vários membros fundadores do Clube - ou Eighth Street Club ou Artists Club - fundado em 1949, por De Kooning, Kline, Reinhardt e outros, local de debates públicos até 1954, e depois com novos responsáveis. Com De Niro expunham, p.e., Alfred Leslie, Hellen Frankenthaler, Grace Hartigan, Eleine De Kooning, Joan Mitchell, Fairfield Porter, etc. Era já a 2ª geração da Escola de NY (o nº de artistas mulheres será significativo?).
A primeira exposição importante da "nova vaga" terá sido a New Talent, 1950, organizada por Greenberg e Meyer Shapiro na Kootz Gallery. Entre os 23, De Niro estava acompanhado por Leslie, Hartigan, Eleine De Kooning, Robert Goodnough e Larry Rivers. É a época do reconhecimento pleno da 1ª geração do expressionismo abstracto, vindo desde 1940, e da vitória americana do "modernismo". A seguir vai pôr-se a difícil questão das rotações geracionais e da continuidade de uma "vanguarda".
Participa na U.S. Painting: Some Recent Directions, 1955, que
Thomas B. Hess organiza na Stable Gal., com 21 artistas: Frankenthaler,
Eleine De Kooning, Joan Mitchell, Fairfield Porter, Goodnough, Larry
Rivers, Resnick e Rauschenberg. Depois, na Artists of the NY School: Second Generation, 1957,
de Meyer Shapiro, onde aparece pela 1ª x Jasper Johns, com Alfred
Leslie, Frankenthaler, Hartigan, Eleine De Kooning, Joan Mitchell,
Goodnough, Resnick, Rauschenberg, e Kaprow e Segall.
De Niro faz
então parte dos jovens artistas mais destacados da década de 50 em NY, de uma
2ª geração que partilha a factura gestual e em que grande parte utiliza
imagens claramente reconhecíveis ou são mesmo reconhecidos como
figurativos. É o chamado "realismo gestual", em que se incluem Porter logo depois
Alex Katz e Pearlstein. Mas já em 1958-59 é apontada, em especial na revista
Art News, a importância da assemblage (o "neo-dada"), logo depois o
ambiente e o happening (Kaprow).
1959 é também o ano da exp. New Images of Man, no MoMA, org. por Peter Selz, que pretende reunir o que seriam novas tendências internacionais da figuração.O programa vinha de Chicago - os figurativos de Chicago aparecem por 1950, ao mesmo tempo que os de São Francisco, e vêem-se em NY em 1955, em especial Leon Golub. Recusando o expressionismo abstracto, reconhecem-se na tradição europeia de Munch, Ensor Soutine e "seguem" Dubuffet, Giacometti e Bacon - são os "fabricantes de monstros", refere Sandler, p. 116-7. É igualmente o tempo da "outra figuração" em França.
Curiosamente, é o mesmo Peter Selz que escolhe, com o MoMA, 12 americanos na maioria da Califórnia para a 1ª Bienal de Paris, mas incluindo Frankenthaler (1º prémio) e Rauschenberg.
A crítica de Fairfield Porter a esta exp. (que seria mais aplaudida na Europa, como se percebe) é particularmente dura e significativa: à primeira vista é uma colecção de monstros por mutilação, morte e decadência, menos uma exp. para gente interessada em pintura e escultura que um entretenimento para moralistas. Bacon é particularmente visado (o horror gratuito). Paolozzi e Germaine Richier, Giacometti, De Kooning, Diebenkorn são considerados.
Porter era também um dos críticos mais atentos desses anos, em NY.
Os seus textos foram escolhidos e apresentados pelo também pintor Rackstraw Downes, em Art in its own terms, Selected criticism, 1935-1975, ed. Zoland Books, Cambridge, Massachusetts, 1993 (1º ed. 1979).
Ai aparece uma só referência a De Niro, a propósito doutra exp. de 1959, na Zabriskie Gall., paralela a New Images of Man e que reuniu três pintores da Califórnia e outros tantos de NY (com Lester Johnson e Lelland Bell), cuja obra, entendida como representacional, se fundava ou partia da experiência da abstracção. "De Niro colors in major key are lassoed all in one throw by the quick rope of his black line." O traço que contorna e limita a cor, a inportância do desenho na definição da forma, será uma constante na sua obra posterior. Desse tempo a exp. do Pal. Galveias inclui uma muito curiosa Still life, 1958.
De Fairfield Porter ( NY2000 ) escreveu o poeta e crítico John Ashbery em 1983 que talvez fosse o maior artista americano do séc. XX.
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