Um museu por semana:
o MACE em Elvas (é proibido fotografar)
Noé Sendas, instalação no Museu de Arte Contemporânea de Elvas
e a Fundação António Prates, em Ponte de Sor:
Pinturas de Rui Serra e Gil Heitor Cortesão; em cima, Lima de Freitas, Mário Cesariny e Francisco Relógio
Cama (?) de Clara Martins, e ao fundo pintura (azul) de Manuel Gantes
Pareceu-me que a (grande?) imprensa e também a revista especializada deixou a notícia desta inauguração para futuras oportunidades. Tem faltado um mínimo de sentido das proporções, o que se ilustrou na capa do L+Artes juntando dois museus - duas colecções na capa de Julho. Tratava-se de Berardo e Cachola, sem medida comum, e ignorava-se a abertura da Fundação António Prates em Ponte de Sor. Afinal, trata-se da única situação em que um coleccionador oferece a colecção - e não um comodato como nos casos de Manuel de Brito, Berardo e Cachola. Para quem se preocupou tanto como o "deal" de Berardo (traduzir por acordo e não por negócio), a desatenção é significativa.
A imprensa e as suas agendas vão deixando claro que se orientam por cumplicidades. Os nossos conhecidos, os "rapazes do meu tempo" têm Imprensa, os outros ficam de fora. É demasiado visível e preguiçoso para parecer credivel, e não parece. São os leitores que cada vez mais ficam de fora porque a engrenagem está demasiado à vista.
Temos à vista em Elvas (o MACE) uma exposição e não exactamente uma colecção, embora as peças tenham uma mesma e única origem. Temos uma rede de relações dos anos 90 (uma certa relação, uma relação pessoal), que é muito mais a do director do museu que a do coleccionador. Como já conheço as escolhas e as cumplicidades do comissário, preferia conhecer a lógica, as opções, a estratégia do coleccionador.
Em Ponte de Sor temos uma colecção com os seus trunfos e insuficiências, os seus acasos, grandes e pequenos. Às vezes com obras e conjuntos de obras muito significativas (Sarmento, José de Carvalho, Sérgio Pombo, Palolo, mum acervo bem representativo dos anos 80, por exemplo) e outras vezes com obras que representam artistas (nacionais e estrangeiros) significativos com obras menores - com obras dos inícios de carreira, que é muito interessante ver (por exemplo, Lourdes Castro, René Bertholo, Costa Pinheiro, Ângelo de Sousa, Lima de Freitas). Mas para lá disso valeria a pena prestar atenção à grande ambição do projecto, com os ateliers para artistas, o núcleo museológico industrial, o auditório, a biblioteca e os computadores, etc - e também o calor, o ar condicionado, a inadequação das opções arquitectónicas, etc. (17 de Julho)
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