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07/18/2007

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Roteia

O seu texto é correcto e exigente, mas um pouco cruel, tendo em conta que o museu está "apenas a começar". Dir-se-ia: mas era preciso que tivesse começado muito melhor - e é verdade - mas estamos em Portugal, atrasados muitas décadas no campo da museologia da arte moderna (e vamos já na "contemporânea"!). Por outro lado, as experiências de curadoria de colecções e museus têm sido limitadas a meia dúzia de casos. A falta de confrontos com o público e o insuficiente estudo de obras e autores, também não estimulam a exigência nem favorecem a qualidade dos projectos.
Nada disto serve de desculpa nem de consolo, bem sei, mas há que valorizar neste museu (ou promessa de museu) o ter sido pioneiro no interior do país (juntamente com a FAP, de Ponte de Sôr). Valorizar também a dignidade do tratamento do espaço e a "pedrada no charco" que o museu significa numa cidade pequena do Alentejo, quando as cidades capitais de distrito ainda não sairam da letargia.
O prazer da visita que fiz há dias ao MACE, suplantou a decepção. Penso que um bom museu precisa de tempo, de criar raízes, e que vale a pena manter a expectativa partindo do que já existe, estimular o crescimento (work in progress), acreditar que as lacunas da colecção serão preenchidas e os seus critérios reformulados. Tanto mais que se tal não vier a acontecer, o museu definhará.

ap

Tem-me acontecido considerar-se crueldade o que é exercício livre de reflexão. De modo algum pretendia diminuir o interesse do museu ou da colecção, que é de facto mais uma razão para se ir a Elvas, nem da exposição, que, necessariamente e como entende melhor, adapta as existências às opções críticas do seu responsável. Quis situar o acontecimento num plano mais genérico: o modo de entender uma colecção de arte contemporânea, a concentração dos coleccionadores institucionais (privados ou públicos) sobre a emergência e a rotação de jovens artistas, o mercado das "promessas" e dos bons alunos.
Aliás, esta é uma colecção central, de modo algum uma colecção periférica ou regional. Não precisa de ser tratada com qualquer condescendência por se situar na "província".

Zé de Mello

Com a devida vénia irei reproduzir o seu texto no meu blogue dado partilharmos visões e ser assim uma opinião exterior ao Mace e a Elvas.

Bem Haja.

joão pinharanda

caro alexandre
quero introduzir um reparo factual no teu "exercício livre de reflexão" a propósito do MACE.
Eu não fui chamado em 2005 "para criar uma imagem pública para o coleccionador". Fui contratado no Outono de 2006 para director de programação de um Museu que acolhe uma colecção que o Dr. António Cachola desenvolveu sem real acessoria entre 2000 (depois da exposição no MEIAC) e a presente data.
Quanto ao resto, agrada-me não ver por ti "tratada com qualquer condescendência" quer a colecção, quer o coleccionador quer, finalmente, o director, os artistas e suas obras. Resta-me desejar que venhas a aplicar o mesmo critério de exigência tanto à programação já anunciada, que não referes, como à sua execução.
Obrigado por aceitares este reparo,
joão pinharanda

ap

Obrigado pela correcção (uma desatenção minha) e pela colaboração, portanto. É uma oportunidade para insistir que me interessam os coleccionadores que fazem eles mesmos as suas escolhas - que têm gostos próprios e se relacionam directamente com os artistas e os acompanham (ou abandonam), fazendo colecções individuais e diferentes, melhores ou piores: o futuro o dirá. Tem sido o caso do dr. Cachola, pelo que sei. As grandes colecções privadas fizeram-se e fazem-se assim (Gulbenkian, Brito, Berardo, para ficar por cá). Só essas têm coragem para escolher fora dos equilíbrios burocraticamente circunstanciais; só essas se distinguem.
Depois, no MEIAC e agora no MACE, existe um diálogo/confronto entre coleccionador e comissário/director - interessa-me essa tensão e tentar adivinhar os seus sinais e sintomas.
Espero pela programação futura para a anunciar aqui (já tinha tentado em "FG - Colecções em debate", a 2 de Julho), mas o que me interessa mais num Museu, se o nome importa, é o que deixa de ser efémero: são as escolhas propostas como (possivelmente) duradoiras no balanço necessário entre as galerias e as reservas - por aí se fará, ou não, a construção do presente que importa para o futuro (já não a norma, mas a diferença, ou talvez o paradigma, o modelo a desafiar a seguir).
Há sempre muitas obras que têm vida curta, e é bom que essas escolhas (há diferentes interpretações quanto ao que mais importa) se discutam no espaço público, e que o público as entenda.

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