Chega a resposta: a exposição organizada pelo Instituto Camões ( ver ) em colaboração com parceiros brasileiros e moçambicanos, com a participação de artistas do universo lusófono e prometida à circulação internacional, não será apresentada em Lisboa, nem em Berlim, Luxemburgo e outros locais anunciados. Sem razão conhecida, nem aceitável, a circulação da exp. "Réplica e Rebeldia" foi interrompida a meio do seu percurso, quando deveria passar ao hemisfério norte. As obras foram ou estão a ser devolvidas aos respectivos países (tb Angola e Cabo Verde).
É um escândalo, uma violação de compromissos internacionais, uma quebra de acordos e expectativas de internacionalização de artistas (em especial de Moçambique), que terá consequências no relacionamento cultural e na confiança negocial com os parceiros lusófonos.
Pela primeira vez, Portugal intervinha no terreno internacional da circulação dos artistas contemporâneos de África, divulgando um conjunto de obras e autores muito significativos no quadro da criação mais actual, e candidatando-se assim a um lugar activo de intermediação num momento de muito forte atenção e procura. Desbaratou-se um grande investimento em meios, compromissos e expectativas, faltando ao que se prometera no prefácio do magnífico catálogo editado para a ocasião:
"Desejo igualmente que, na sua itinerância, conceito tão caro à nossa modernidade, prevista para Moçambique, Angola, Cabo Verde, Brasil, Alemanha, Luxemburgo e Estados Unidos da América, esta mostra seja um sucesso para a internacionalização destes criadores." Simonetta Luz Afonso, Presidente do Instituto Camões, Abril de 2006 (catálogo)
Alguém devia apurar e punir (ir)responsabilidades.
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