O que é que aconteceu à exposição
que estava prevista e anunciada para Portugal (e mais Europas e Américas), depois de ter sido inaugurada em Maputo, a 13 de Abril de 2006 no Museu Nacional de Arte, e de ter viajado por Luanda, Salvador da Baía, Rio de Janeiro, Brasília e Praia???
Foi produzida pelo Instituto Camões, comissariada por António Pinto Ribeiro (antes do arranque de O Estado Mundo na Gulbenkian) e por Rita Sá Marques (IC), com comissários adjuntos no Brasil (António Sérgio Moreira) e no Brasil (Gemuce). E tem um óptimo catálogo em que se deve destacar o texto de Alda Costa "À procura de outros olhares - Uma viagem pela arte moderna e contemporânea de Moçambique", sem dúvidao melhor estudo até agora publicado sobre o tema.
Pelo que sei pelo catálogo, por fotografias e outras fontes (também as do Instituto Camões - link ), trata-se, além de uma boa exposição, da mais importante iniciativa portuguesa no mercado internacional do "multiculturalismo", que é como se sabe um sector de ponta das indústrias culturais da actualidade. Pelo que soube em Maputo, a exposição foi aí considerada uma etapa significativa na ambicionada dinâmica de internacionalização dos seus artistas.
Será possível que ela tenha terminado/interrompido a sua itinerância??? Quando lhe faltava cumprir uma segunda metade do seu projecto não menos importante: precisamente, a afirmação portuguesa, a intermediação de Lisboa, nesse campo internacional da circulação "pós-colonial"??? Nas vésperas do ano de 2008 consagrado pelo Parlamento Europeu ao diálogo intercultural???
Devo ter sido mal informado. Ou bastará pedir um subídio à Gulbenkian, talvez prolongando e alargando à Europa o programa de O Estado do Mundo. O que até permitiria fazer convergir estratégias e protagonistas (IC + FG) numa perspectiva de futuro - com cada um para seu lado não vamos a lado nenhum, e a Gulbenkian até lançou o projecto Artáfrica, agora transferida para a Fac. de Letras... - link .
algumas obras:
Marepe (Brasil), Mariinha, 2004, instalação.
A seguir, "Deixa andar", instalação de Hilário Gemuce (à esq.), e "Sanitários" 1957, fotografia de Ricardo Rangel, duas obras de artistas moçambicanos incluídos na mostra "Réplica e Rebeldia".
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Os outros artistas que participam da exposição são os brasileiros Mestre Didi, Fábio Domingues, Bauer Sá, Maurino Araújo, Chico Tabibuia, Ronaldo Rêgo, Jorge dos Anjos, Antônio Sérgio Moreira, Sidney Amaral, Rosana Paulino; e os africanos Fernando Alvim, Tiago Borges, Paulo Capela, António Ole, Viteix e Yonamine, de Angola; Manuel Figueira, Tchalê Figueira e Bento Oliveira, de Cabo Verde; Luís Basto, Tomás Cumbana, Jorge Dias, Celestino Mudaulane, Pinto, Mauro Pinto, Alexandre Santos e Victor Sousa.
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Na inauguração em Brasília: "Esperamos que, com esta exposição, o Instituto Camões possa contribuir para uma melhor e maior divulgação das expressões artísticas contemporâneas, para um diálogo profícuo interpares", diz Simonetta Luz Afonso, presidente do Instituto Camões.
"Desejamos igualmente que, na sua itinerância, prevista ainda para Cabo Verde, Alemanha, Luxemburgo e Estados Unidos, esta mostra seja um sucesso para a internacionalização dos criadores nela envolvidos."
(Edição ampliada depois de um registo do dia 18/09)
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