Há novidades na área da informação sobre arte na net. Depois da artecapital.net , aparece a e-vai.net , que se apresenta como "uma plataforma virtual para a comunidade das artes plásticas e visuais".
Desagrada-me a ideia de comunidade, e em particular a de uma "comunidade das artes plásticas e visuais". Adiante fala-se mesmo de "uma comunidade amante das artes". Abandonando os programas mais ou menos utópicos (e modernos) do universalismo e da universalidade, entra-se num universo fraccionado em grupos, seitas, lugares com os seus interesses específicos e exclusivos. Para mim as artes plásticas, para ti a ópera ou as motas... É mais pré-moderno (clânico, e feudal) do que pós-moderno...
Existe um estatuto editorial que diz: "é o portal de uma comunidade amante das artes, encontra-se disponível em www.e-vai.net e é de consulta aberta; é um canal de diálogo para troca de informações, experiências, opiniões e ideias de forma totalmente livre, sem sujeição a qualquer poder, nem dependência de ordem ideológica, política ou económica; privilegia o debate entre membros (...) ; consideram-se membros desta comunidade todos quantos se encontram registados, por sua iniciativa ou por proposta de qualquer um dos membros; o e-vai não é um órgão de comunicação social".
Não se nomeia um director nem há referências empresariais, mas é indicado o "apoio" da revista bimestral ArtNotes , sediada em Santiago de Compostela.
Publicam-se críticas, notícias e entrevistas assinadas por Luís
Pinheiro (sobre Manuel Caeiro), Nuno Cunha (Joana Vasconcelos em
Walsall, diz-se que "a “arrasar” os súbditos de Sua Majestade", o que é
de péssimo gosto, mas a entrevista até é interessante), Natália Poncela (chefe de redacção da ArtNotes, em
espanhol), Cláudia Melo (Remade na Estufa Fria), e transcrevem-se ou
traduzem-se muitos press-releases de vária procedência, para além de haver uma
secção de "Maldizer" sob pseudónimo que começa por dedicar-se, sem
graça, à ministra das várias comunidades culturais. Há também alguns
textos só acessíveis a leitores inscritos.
Não se percebe uma orientação ou uma coerência de opções, mas a diversidade dos espaços de crítica e de informação é sempre positiva...
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