Expresso Cartaz nota em 10-04-99
Keil do Amaral
Museu da Cidade
Em 1954 * e 55, as 8ª** e 9ª Exposições Gerais de Artes Plásticas incluíram secções de fotografia, em que K.A. participou ao lado de Victor Palla, Bento d'Almeida, Augusto Cabrita e outros. O facto, que não consta da cronologia publicada no volume que a Câmara Municipal de Lisboa dedicou ao arquitecto mas é referido na recente história de António Sena, desmente um texto anónimo de parede que abre a presente mostra, onde se faz suceder à participação no Inquérito à Arquitectura Regional a «vontade de se dedicar à fotografia, entendida, acima de tudo, como passatempo».
Keil do Amaral não poderá ser visto como um grande fotógrafo desconhecido, mas «passatempo» (algo menos que «hobby») é uma palavra inadequada para caracterizar uma prática que integrou o processo subterrâneo e disperso de renovação da fotografia nos anos 50, interessado em conhecer o país e em contrariar a imagem oficial da propaganda e dos salões.
Apresentam-se 56 fotografias do arquivo da família - por uma vez, mostram-se provas originais, e não reimpressões, que escolhem e reinterpretam mais ou menos arbitrariamente acervos de negativos -, embora tenham faltado a investigação e o catálogo.
A um núcleo de imagens do Porto, centradas na Ribeira e na Sé, mas também com estudos de árvores da Boavista, segue-se um outro conjunto situado nas Beiras, associado ao Inquérito e à origem beirã de K.A., e um terceiro conjunto, do Algarve, Lisboa e praias de Sintra. Três retratos do filho, de 1950-51 (dois com sobreposições de paredes de pedra ou de canas por dupla exposição e outro de costas em frente ao mar), são impressionantes testemunhos da inquietação de um tempo politicamente aprisionado. (Até 24)
DE FACTO, ANTÓNIO SENA PRESTAVA UMA INFORMAÇÃO ERRADA: em 1954 não houve fotografias na EGAP, segundo o respectivo catálogo. 20/05/2008
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