A inauguração é dia 20, o próximo sábado.
antevisão virtual do projecto construído do arq. Alcino Soutinho
e interior da galeria do piso térreo
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Museu do Neo-Realismo
Criado em 1990, a partir da actividade de um Centro de Documentação sobre o movimento neo-realista português, o projecto do Museu do Neo-Realismo evoluiu inicialmente em torno da área arquivística e bibliográfica. Porém, cedo enriqueceu e diversificou o seu património, desenvolvendo um vasto conjunto de colecções museológicas, com destaque para espólios literários e editoriais, arquivos documentais (impressos e audiovisuais), acervos iconográficos, obras de arte, bibliotecas particulares e uma biblioteca especializada na temática neo-realista.
Vocacionado para o estudo e disponibilização de fontes documentais sobre o Neo-Realismo, o Museu tem vindo a promover uma prática continuada de investigação e divulgação dos seus conteúdos, correspondendo, através de uma acção pedagógica e didáctica adequada, ao público heterogéneo que o visita.
O Museu do Neo-Realismo tende hoje a ultrapassar as fronteiras da sua vocação temática original para se situar, cada vez mais, no território das ideias e da cultura do século XX, relacionando assim outras correntes literárias, artísticas e de pensamento. Esta nova amplitude temática tem ajudado a clarificar de modo crítico o eco produzido pelo Neo-Realismo junto de várias gerações de escritores, artistas e intelectuais portugueses.
Em termos orgânicos, o MNR está estruturado em dois grandes pólos: o Centro de Documentação e o Espaço Expositivo.
Centro de Documentação
O Centro de Documentação, focalizado na temática Neo-Realista, compreende diversas valências, nomeadamente:
- Uma Biblioteca especializada na literatura (poesia, ficção, teatro e ensaio) do movimento do neo-realismo, com particular destaque para as primeiras edições impressas de autores neo-realistas. Possui uma vasta bibliografia em áreas como a poesia, ficção, teatro, cinema, artes plásticas, história e política contemporâneas, sempre privilegiando a temática do neo-realismo ou com ela relacionada, para além de obras de referência (dicionários, enciclopédias, etc). Nesta biblioteca foram também integradas algumas bibliotecas particulares de escritores.
Para além dos volumes monográficos, estão igualmente disponíveis para consulta publicações periódicas, com relevo para as editadas nas décadas centrais do século XX.
- A colecção dos Espólios começou a ser constituída em 1991, com a doação do Espólio Literário de Manuel da Fonseca. A partir dessa data, foram reunidos Espólios de autores significativos do movimento neo-realista, com destaque para as áreas da literatura e das artes plásticas, e de Espólios ligados a editoras que tiveram um papel significativo neste domínio como o da revista Vértice.
- Os Arquivos Documentais, organizados segundo a tipologia dos documentos, constituem um material essencial para a Investigação em torno deste movimento. Divididos em Arquivo Fotográfico (slides, negativos, positivos originais e reproduções de fotografias), Arquivo Gráfico (catálogos, folhetos, cartazes, brochuras, postais, etc), Arquivo de Imprensa (recortes de jornais e revistas) e Arquivo Multimédia (registos vídeo, áudio e digital) contemplam uma vasta informação relativa a autores e temáticas neo-realistas; engloba ainda o Arquivo de Avulsos cuja documentação foi legada por particulares.
- A colecção de Artes Plásticas é constituída por obras de pintura, desenho, gravura, escultura e artes decorativas, de alguns dos maiores nomes da arte portuguesa do século XX. De proveniência diversa, a incorporação nesta colecção tem sido feita através de aquisição por compra, doação directa ou por fazerem parte integrante dos espólios.
Espaço Expositivo
O Museu do Neo-realismo dispôs, desde 1993, de um espaço de diálogo e interacção com o público, através de uma exposição evocativa de um dos mais marcantes e activos movimentos da história da cultura portuguesa contemporânea que abarca um período de cerca de cinquenta anos.
A breves meses da inauguração do novo edifício do Museu do Neo-Realismo, e por razões que se prendem com a preparação do projecto museográfico de novas exposições, houve necessidade de encerrar temporariamente este espaço.
Breve descrição das colecções museológicas
O acervo do Museu do Neo-Realismo é constituído por um conjunto de espólios de escritores como Alexandre Babo (1916), Alexandre Cabral (1917-1996), Álvaro Feijó (1917-1941), Antunes da Silva (1921-1997), Armindo Rodrigues (1904-1993), Arquimedes da Silva Santos (1921), Carlos Coutinho (1943), Garcez da Silva (1915-2006), Faure da Rosa (1912-1985), Joaquim Lagoeiro (1918), Joaquim Namorado (1914-1986), José Ferreira Monte (1922-1985), Jorge Reis (1926-2005), Júlio Graça (1923-2006), Leão Penedo (1916-1976), Manuel Campos Lima (1916-1956), Manuel da Fonseca (1911-1993), Mário Braga (1921), Orlando da Costa (1929-2006) e Soeiro Pereira Gomes (1909-1949). Contém igualmente os espólios editoriais da revista Vértice, dos jornais O Diabo e Horizonte, e da editora Cosmos, e os espólios artísticos de José Dias Coelho (1923-1961), de Jorge Oliveira (1924) e do arquitecto Castro Rodrigues.
O Museu possui ainda um vasto conjunto de obras de artistas plásticos tão relevantes como Júlio Pomar, Lima de Freitas, Rogério Ribeiro, Querubim Lapa, Mário Dionísio, Nuno San Payo, Manuel Ribeiro de Pavia, Cipriano Dourado, Avelino Cunhal e Alice Jorge.
Os Arquivos Fotográficos, Gráfico e de Imprensa reúnem também uma vasta colecção documental. Ao nível audiovisual, o MNR disponibiliza uma colecção de filmes (vídeo/DVD) e edições discográficas e multimédia referente à temática neo-realista.
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