Onde é que eu li isto?
"Para os artistas o espaço/tempo expositivo apresenta-se como o corolário de muitos e diversos investimentos. É uma circunstância decisiva. A exposição que agora se apresenta não foge a essa espécie de regra. Contudo, acrescenta-lhe uma peculiar circunstância: ela é o resultado de um esforço, ao mesmo tempo colectivo e individual, de um grupo de artistas que, momentaneamente, se encontraram reunidos em torno de um projecto académico. Desde o seu início que o mestrado em práticas artísticas contemporâneas se propôs a mapear as possibilidades de interacção teórico práticas que um ano lectivo potencia tendo, todavia, a consciência clara de que os artistas mantêm a capacidade, fundamental, da produção para afirmarem a sua condição. Daí a aposta, numa mais que evidente centralidade, dada à produção artística como leit-motiv para o confronto quotidiano com a teoria, obviamente também, em plano de destaque.
A outra característica fundamental deste grupo é o descentramento medial e até sensorial que os artistas propõem para as suas obras. Nada que seja estranho ao programa orientador do mestrado que, por opção essencial, se integrou na lógica de campo expandido característica da arte contemporânea. Assim, podemos observar a convivência de desenhos com objectos sonoros, de vídeos com pinturas, de esculturas com fotografias bem como outros que por absoluta falta de denominação própria são obviamente inclassificáveis mas, contudo, integráveis na lógica aberta que pretendemos. Uma espécie de celebração para os netos das vanguardas, isto é, os artistas contemporâneos que, hoje, se mantêm distantes das disciplinas hieráticas da rigidez medial. Não sejamos, apesar de tudo o que foi dito, ingénuos. Não se trata do vale tudo em que aparentemente mergulhou a contemporaneidade, desde a fusão disciplinar até ao mais superficial dos pensamentos. Pelo contrário, o mestrado em que as obras, agora visíveis, foram produzidas pretendeu sempre apresentar-se como um território privilegiado de discussão e reflexão aprofundadas, mais não seja, para poder afirmar a descendência que agora reivindicamos: aquela que privilegia a actividade do pensar ainda que na forma peculiar que a arte nos proporciona, quer dizer, através de obras."
Se nem sabem usar as vírgulas como é que pensam?
...o descentramento medial e até sensorial
...as práticas artísticas contemporâneas
...não sejamos ingénuos, apesar de tudo
Comments
You can follow this conversation by subscribing to the comment feed for this post.