António Ole, 111
Jeanine Cohen e Nuno Silva, Gal. Caroline Pagès
Nuno Viegas, Arte Periférica
Um olhar russo sobre a Europa, Cordoaria
António Ole, Sem Título, 2005, instalação, Gal. 111, até 12 Jan.
Haverá ali também um problema de escolhas, para além da dispersão de interesses ou direcções. Entre as diferentes disciplinas ou
técnicas a que o artista se dedica (pintura, desenho,
colagem, assemblage, fotografia, objecto esculpido, instalação), e em que alcança,
como é natural, desigual êxito. Entre séries, entre obras - de primeira
escolha ou não (o trabalho com as texturas materiais, encontradas e apropriadas,
parece uma direcção mais conseguida, com possibilidade de dispensar a
aplicação figurativa). Não interessa mostrar tudo. António Ole é um dos
mais conhecidos artistas de Angola e a Culturgest dedicou-lhe uma
mostra antológica em 2004.
Nuno Viegas, O Homem Evasivo, 2007 (220x180cm) Arte Periférica, até 29 Nov.
É desde há cerca de uma década um dos mais interessantes jovens pintores, como tal se confirmando nesta quinta mostra individual e nas presenças anuais na feira de Lisboa e até 2005 na de Madrid. Uma carreira imediatamente correspondida como êxito de vendas e a correspondente reserva dos agentes institucionais, que preferem o que tutelam e só administram pequenas coisas. Nuno Viegas é perturbador nos riscos que enfrenta, com a sua figuração atenta aos acidentes do quotidiano e feita de matérias picturais com vida própria, oferecidas aos acidentes ou acasos de lavagens, escorrências, acumulações. Uma exp. com surpresas, portanto. Com excessos e desafios que valem a pena. (...)
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"Um Olhar Russo Sobre a Europa" (com origem no Museu Casa da Fotografia de Moscovo e numa exp. mostrada em Bruxelas, na Europalia-Rússia 2005), veio acompanhar oficialmente Putin, com 13 fotógrafos e cerca de 300 fotografias de viagem, de turismo, e de observação de cidades. Todo o piso térreo é ocupado por Vladimir Grevi - jornalista, diplomata e político (!!!) que se passeou longamente por Portugal e outros destinos. É o mais extenso e não o mais interessante. Os outros têm variáveis e variadas representações no piso superior. Georgi Pervov (n. 1972) é o menos previsível. A mostra, tão vasta como a Rússia, é apresentada por Olga Sviblova, directora do museu russo e da fotobienal de Moscovo., que passou discretamente por Lisboa - a CML é um interlocutor inábil. E o painel informativo é escandalosamente descuidado (que CML é esta?). Na Cordoaria - Torreão Nascente, até 19 Nov.
Nuno da Silva, Luz propria, Instalação de luz em movimento depois de uma prolongada ausência que se sucedeu a várias aparições de grande interesse.
E também Jeanine Cohen, artista belga (n. 1951), com "Ever-Changing". Construções de parede, em madeira; estruturas geométricas vazias que lembram janelas, e também a forma quadro, tornam-se mais uma possível variação do monócromo, já que o espaço da parede, branco, se tinge subtilmente dos reflexos de barras de cor fosforescente deixadas ocultas - um espaço vazio e ao mesmo tempo cheio e mutável - a série denomina-se "Plenty of Empty" (cheio de vazio). As formas de madeira, molduras (sobrepostas e/ou articuladas), são transformáveis e os reflexos de cor variam com a luz ambiente. Nos catálogos/livros da artista, fotografias (não expostas) apontam as origens destes trabalhos na observação de estruturas e grelhas em arquitecturas construídas. O trabalho da artista tem-se dirigido para a realização de pinturas de parede site-specific para lugares públicos e privados - segundo o texto de Rita Santos no desdobrável-convite.
Na Gal. Caroline Pagès, até 17 Novembro.
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