Algumas pequenas notas, de 1993 a 2005, a completar
RUI CHAFES, (com Alberto Carneiro)
CCB
19-06-1993
(Alberto Carneiro e Rui Chafes) dois escultores com instalações concebidas especificamente para o CCB e em confronto com as características do espaço ocupado. O segundo, com Sonho e Morte, instala no espaço amplo e na luz forte de um terraço murado três contentores-jaulas pintados de negro, mas contrariando a sua forma compacta e pesada com um assentamento sempre instável que sugere, pelo contrário, a possibilidade do voo; lugares de intimidade inacessível e de possível fechamento, eles estabelecem-se como crítica da arquitectura envolvente e, literalmente, como lugares de "sonho e morte".
RUI CHAFES
Gal. Alda Cortez
15-10-1995
Duas séries de obras de um escultor que em cada exposição acrescenta uma etapa original à sua reflexão sobre a possibilidade de inventar novos objectos inquietantes. Em ferro, como peças de parede, há construções formais que isolam, concentram ou dissecam volumes que podem ser orgãos, embriões, seres mutantes. Isolados em caixas, pequenas peças em fimo, vermelhas, respondem aos objectos anteriores, sem que assim o mundo se estabilize num diálogo de formas compatíveis. «O corpo não entra» é o título desta última série e também a designação geral: o corpo está por toda a parte, fugidío, insondável, terrível. (Até 19)
Rui Chafes
Museu de Arte Contemporânea e Palácio da Pena, Sintra
06-01-2001
No Museu Berardo expõem-se trabalhos recentes e em especial uma escultura de grande formato (Perder a Alma, 1998) que entrou na respectiva colecção. Mas a mostra alarga-se ao Parque e ao Palácio, incluindo quatro dezenas de trabalhos já antigos (fins dos anos 80) e outros inéditos que invadem o cenário romântico e «kitsch» de Sintra num projecto tão desmesurado como surpreendente. «Durante o Fim» foi um dos acontecimentos do ano e é acompanhado por um livro homónimo. (Até 15)
Albano S. Pereira e Rui Chafes
Gal. Graça Brandão, Porto
23-07-2005
Reúne-se uma grande escultura em ferro de e fotografias de Albano Silva Pereira. A primeira conjuga a sugestão da máquina, neste caso, uma aparente e poderosa máquina de viajar, e a organicidade do objecto de ferro, com a sua forma vaginal envolvente e o assento posterior que convoca o uso corporal. É uma estranha presença física e espacial, que se oferece à partilha de sensações e se abre ao imaginário, passando do cubo branco da galeria ao espaço aberto do mundo. As fotografias são de viagem, num duplo sentido essencial de travessia de um território (o Mali) e de intimidade de um percurso pessoal, que antes passou pela Ilha de Moçambique e por Marrocos. O seu sentido documental (aldeia dogon, acampamento peul, objectos e cerimónias rituais, arquitectura de terra, um monte de térmitas) e o interesse pela paisagem são o «resto» objectivo de uma necessidade de aventura, onde a procura individual se faz no confronto com o outro mais diferente. A diversidade de formatos e técnicas (preto e branco e cores), peças singulares e polípticos, distanciam-nas da neutralidade documentalista de um «projecto» e as edições em provas digitais únicas sublinham a aspiração romântica da arte. (Último dia)
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