"Museus do século XX. Conceitos Projectos Edifícios"
Culturgest, até 3 Fev.
Com um ciclo de "conversas"
O museu visto como espectáculo arquitectónico e como contentor vazio, ou com um conteúdo indiferente. A exposição mostra maquetas, projectos e fotografias de museus, mas nunca sabemos o que lá dentro se expõe ou pretende expor. Certamente não importa - interessa mais a caixa, o invólucro. Excepto no caso da Ilha dos Museus de Berlim, que vem doutro tempo e é uma recuperação-modernização de edifícios anteriores.
Os edifícios são como protótipos de design e certamente têm consequências na evolução dos processos construtivos, em termos de engenharia e arquitectura. Definem "novas centralidades", são argumentos na competição entre regiões e cidades, são emblemas de novos poderes. Em grande medida trocaram anteriores objectivos e responsabilidades (iluministas, depois humanistas) por estratégias de produção-promoção de consumos. Mas os edifícios dos museus, enquanto espectáculo arquitectónico e contentor vazio, tb têm consequência sobre o que irá ocupar o seu interior : as pinturas, se houver, terão de ser de formatos imensos (desmesurados). Vê-se por exemplo o projecto da extensão de Metz do Centro Pompidou e não se persebe o que querem pôr lá dentro... Aliás, esquece-se que a sede parisiense teve o seu museu redesenhado por Gae Aulenti em 1982-85.
A exp. "Museus do século XX" vem do Art Center Basel (Basileia, Suíça) e anda em digressão mundial desde 2006 até 2011. Com um catálogo ed. Prestel.
Entre os 27 projectos escolhidos nenhum está na Península, apesar do "efeito Bilbau" (mas "o impulso decisivo para esta dinâmica" foi o Centro Pompidou de Piano e Rogers, concluído em 1977, diz-se na apresentação).
Os museus são um tema tb muito presente em Portugal. Serralves abriu já o concurso arquitectónico para o pólo de Matosinhos/Srª da Hora, na "Cidade Sonae"; a Gulbenkian anunciou (?) a extensão do CAM, para um futuro indeterminado.
O próximo museu deverá ser o da Fundação do Oriente nos Armazéns do Bacalhau, o edifício Pedro Álvares Cabral, entre Santos e Alcântara, com projecto de adaptação de Carrilho da Graça. Já ser anunciara para o 1º trimestre de 2007.
E o do Design e da Moda, Colecções Capelo / CML, previsto para o Adamastor (!), no Palácio Verride do Alto de Santa Catarina, com projecto de Alberto Caetano e Manuel Reis, ficou suspenso e à espera de local mais acertado.
Os museus do Coa e do Douro são histórias antigas e temos como ameaça a substituição do Museu de Arte Popular, em Belém, por um disparate chamado do Mar e da Língua. Com o Hermitage não vale a pena perder tempo. E a ampliação do Museu do Chiado tb foi uma miragem - o tema ou o seu programa foi-se tornou-se muito pouco convincente.
Nos dias 3, 17, 24 e 31 de Janeiro, às 18h30,
no Pequeno Auditório e na
Sala 2 da Culturgest,
terá lugar um ciclo de conversas em torno da
exposição Museus do Século XXI.
3 DE JANEIRO
Para onde vai o museu de arte contemporânea?
Raquel Henriques da Silva, João Pinharanda, Ricardo Nicolau (moderador)
17 DE JANEIRO
O museu visto por quem o desenha
Arquitectos Aires Mateus, Pedro Pacheco, Margarida Veiga (moderadora)
24 DE JANEIRO
Conceito arquitectónico e conceito expositivo. Harmonia ou conflito?
João Fernandes, Jean-François Chougnet, Delfim Sardo (moderador)
31 DE JANEIRO
O museu visto por quem o usa
Anísio Franco, Ana Ruivo, Sara Barriga (moderadora)
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