Expresso, Cartaz de 01-07-2000
(ver tb Balanço do ano 2000)
«At the Edge: a Portuguese Futurist»
(foto: «Chateau-fort», de 1912, exposto no «Armory Show» e pertencente ao Art Institut de Chicago)
DEPOIS de ter sido exposto em Washington, na Corcoran Gallery, e no Arts Club de Chicago, Amadeo de Souza-Cardoso está agora em Nova Iorque, até 16 de Setembro, apresentado na Axa Gallery, da companhia de seguros do mesmo nome. Não se tratando de um espaço museológico, é uma boa galeria de exposições situada na 7ª Avenida, muito perto do Central Park, onde no mês de Maio se podia ver a retrospectiva do pintor realista norte-americano Fairfield Porter.
Intitulada «At the Edge: a Portuguese Futurist» - explorando como alvo, no título e no respectivo grafismo, o pormenor de um disco, ou olho de boi, retirado do quadro Mucha, de 1915 -, é a primeira antologia de Amadeo nos Estados Unidos, depois da sua bem recebida participação no histórico «Armory Show», em 1913, em Nova Iorque, com passagem posterior por Chicago e Boston. Três das obras então expostas e incluídas na presente mostra vieram mais tarde a integrar a colecção do Art Institut de Chicago, doadas por Arthur Jerome Eddy. São as únicas peças que se encontram localizadas das sete (seis quadros e uma aguarela) que vendeu durante a «International Exhibition of Modern Art», onde esteve representado por oito obras e era um dos 35 artistas anunciados no respectivo cartaz, em Nova Iorque, entre mais de 300 participantes.
A mostra foi preparada desde 1995 por Jack Cowart, ex-director do museu Corcoran (agora à frente da Fundação Roy Lichtenstein), e por Laura Coyle, conservadora da mesma instituição, com organização em Lisboa do Gabinete de Relações Internacionais do Ministério da Cultura, e já deparou com uma entusiástica recepção nas páginas do «New York Times».
Num extenso artigo publicado em 16 de Junho ( link ), com o título «A Dazzling Flash, Reflected at Last Upon History» (um «flash» deslumbrante, vindo de longe na história), Roberta Smith chama-lhe «an exciting show» e uma «retrospectiva caída do céu», que acrescenta mais um nome à constelação «multinacional e multicultural do modernismo». Afirma depois que as 49 obras expostas «revelam um artista que impregnou quase tudo em que tocou com um inconfundível sentido de intensidade emocional e formal», desde as obras de 1911 que reflectem a atenção à estilização Arte Nova e ao «primitivismo» de Rousseau, até ao pós-cubismo de 1918, «à frente do seu tempo».
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