Usa-se muito pouco a internet entre nós: a investigação não é muita e os arquivos são depósitos por estudar - vão-se repetindo informações em segunda, terceira e n mãos, em sínteses que ninguém se deu ao trabalho de rever. Por isso a disponibilização de textos, documentos (incluindo imagens) e cronologias de Ernesto de Sousa ou a ele referentes é, desde logo, uma boa coisa.
Foi um "animador" com uma longa intervenção: crítico de arte e de cinema, cineclubista, encenador de teatro, realizador de cinema e depois "operador estético", quando o curso das artes (descendente, em grande medida) tornou possível apresentar tb como obra o documento, a acção, o projecto. Foi um activo divulgador dos novos tempos pós-68 de Szeemann, Beuys, Fluxus e em especial de Vostell - um tempo ou uma memória a cuja musealização se assiste agora, com uma "aura" que devia ser ela própria objecto de estudo crítico.
(2008 © www.ernestodesousa.com)
"Continuador" mediático do vanguardista Almada, impulsionador de
eventos e de grupos, reunindo muitos jovens artistas à margem da
academia, foi tendo depois sucessivas gerações de "herdeiros", até ao
presente, já quando é indirecto o vínculo reivindicado pelos discípulos
mais recentes.
A Isabel Alves, musa e guardiã, tem sido a infatigável mensageira.
Numa primeira entrada no site www.ernestodesousa.com gostei de ver os ensaios fotográficos do Ernesto de Sousa, dos anos 50 (imagem acima), com as suas montagens editoriais e a permanente aparência de se tratar de anotações ou estudos para outros trabalhos ulteriores.
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O programa de lançamento do site está a decorrer até dia 19, sábado, no ESPAÇO AVENIDA - AV. DA LIBERDADE 211, em simultâneo com o aniversário da Bolsa Ernesto de Sousa - tema de um catálogo-livro (tb patrocinado pela Gulbenkian e a FLAD) com um design gráfico tão eficaz como económigo de Silva! Designers.
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