Notícias de Madrid e do Arco
1 - "Madrid, a Arco e o resto"
Actual 22-01-2000 (abaixo)
2 - "Agenda de Madrid"
Actual 05-02-2000 (abaixo)
e 3:
"Mais Arco, menos consenso"
Expresso Revista de 19-02-2000
A MAIS importante exposição que se podia ver em Madrid durante a Arco era a da colecção Jan e Marie-Anne Krugier-Poniatowski, no Museu Thyssen-Bornemisza (até 14 de Maio) - a par da retrospectiva de Louise Bourgeois no Rainha Sofia, já encerrada. Reúne mais de duas centenas de obras, desenhos, quase sempre, e apenas 18 pinturas ou esculturas, que vêm do Renascimento italiano (com a presença anterior de alguns «ídolos» ibéricos e uma escultura egípcia) até 1990 (um auto-retrato do pintor Zoran Music), incluindo algumas obras dos anos 40-70 de Bonnard, Morandi, Giacometti, Wols, de Kooning, Diebenkorn, Germaine Richier e Picasso que proporcionam uma visão subtil da modernidade.
O seu título, «Miradas sin Tiempo», pretende sublinhar que sob a diversidade de obras distanciadas por cinco séculos (ou mesmo três milénios) existe «um fio condutor que lhes confere uma certa homogeneidade», como que se de «um jogo de afinidades através da história» se tratasse.
É muito discutível a defesa da intemporalidade ou eternidade como elemento essencialmente distintivo da obra de arte, e tal argumento tornaria impossível o relacionamento com os trabalhos do presente. Porém, perante um mercado cultural que pretende fazer da «arte emergente», da «arte jovem» e das novas tendências o seu estímulo principal, adoptando por modelo o ritmo de mudança da moda e da música popular, compreende-se a intenção polémica com que Tomás Llorens, director do Thyssen e uma das grandes figuras da crítica espanhola, apresenta a sua exposição.
Por ocasião da Arco, no entanto, seria decerto mais proveitoso transpor a questão do tempo do olhar para o lado do observador, confrontando a exigência de um relacionamento disponível e demorado com cada obra (um olhar sem tempo, esse sim) com a massificação, acumulação e velocidade que correspondem às condições de (in)visibilidade de uma feira de galerias. Jean Krugier, além de grande coleccionador, é um famoso galerista estabelecido em Genebra e Nova Iorque. Expor a sua colecção privada no museu do coleccionador Thyssen tem um sentido acrescido no momento da Arco.
É de um ponto de vista muito diferente que o crítico José Jiménez se pronuncia sobre a feira no número de Fevereiro da «Revista de Ocidente», ocupado por um dossier sobre a arte em Espanha na viragem de milénio: «Que uma feira comercial como a Arco, cuja existência e continuidade é algo extremamente positivo, continue a ser, ano após ano, o maior acontecimento da arte em Espanha abona muito pouco a favor das nossas instituições artísticas».
O quadro aí traçado é bastante céptico sobre a criação espanhola posterior à geração de Tàpies, Chillida e Saura, e, em especial, quanto à respectiva projecção internacional. Mas é especialmente a concentração das iniciativas oficiais na área do património e dos artistas históricos que é responsabilizada por uma situação geral depressiva que a euforia anual da Arco não chega a encobrir. Por altura da feira e das eleições, o director-geral de Belas Artes veio revelar que durante os quatro anos da última legislatura o seu Ministério despendeu 14 mil milhões de pesetas (perto de 17 milhões de contos!) na aquisição de obras de arte destinadas a enriquecer o já riquíssimo património dos museus espanhóis - incluindo mais um Goya por 4.000 milhões e várias obras de Picasso e Miró para cobrir as «falhas» das colecções públicas. É muito polémica a dupla opção estratégica do governo conservador (Arco e património), mas a diferença abismal com o caso português - 500 mil contos de aquisições em quatro anos? - é inquietante...
Quem acreditar que a visita à feira de Madrid proporciona uma informação fidedigna sobre a actualidade artística internacional - por exemplo, quanto à produção mais mediatizada que circula nas bienais internacionais ou nas iniciativas do empório Saatchi-Christie's - incorre num grande equívoco. O que não significa que para os largos milhares de portugueses que desaguam em Madrid, correndo da Arco para os museus, esta não seja uma oportunidade para contactar com um universo muito mais dinâmico. Para além da predominante oferta espanhola, que também é apresentada nas galerias internacionais, imperam na feira as obras (os formatos e as disciplinas) que mais facilmente possam ser absorvidas pelo reduzido mercado nacional, e os artistas consagrados ou de maior notoriedade, quando estão representados, surgem quase sempre com trabalhos menores ou de pequena escala.
No entanto, também é indispensável reconhecer que, com o estímulo da favorável situação bolsista, a Arco voltou a conhecer este ano uma notória elevação de qualidade e animação. Em resposta às críticas das galerias excluídas e às alegações contra um mercado orientado pelas instituições, os organizadores optaram por uma clara fuga em frente: aumentaram os sectores da feira destinados aos convites a galerias estrangeiras e os espaços de representação das instituições regionais e mecenáticas espanholas, ao mesmo tempo que abriam o comité de selecção a um número considerável de directores de museus e adicionavam à vertente mercantil da Arco um programa intensivo de conferências de comissários e museólogos de todo o mundo (uma verdadeira cimeira mundial), que segundo o «El País» parecia fazer concorrência aos cursos de Verão da Universidade Menéndez Pelayo.
A estratégia continua a ser discutível, mas foi, em geral, bem sucedida. Às galerias internacionais que asseguram a presença de uma oferta histórica e «conservadora» (com a Gmurzynska de Colónia e a multinacional Marlborough à frente) somou-se um largo sector de mostras individuais seleccionadas («Project Rooms») ou de representações comissariadas (América Latina, Países Baixos, Estados Unidos, Leste Europeu, Colónia-Berlim e alguns casos avulso sob o nome «crossroads»), onde a produção «cutting edge» (a «arte emergente») podia ser observada, em diversos casos, como reveladora de uma curiosa tensão entre a globalização da informação e a procura de afirmações localistas. Nesse área «de ponta» situaram-se duas galerias portuguesas: a Luís Serpa, com uma projecção vídeo de Ângela Ferreira já mostrada em Lisboa e entretanto destinada à colecção do Centro Galego de Arte Contemporânea, e a Pedro Cera, estreante na Arco, com as pinturas em vidro de Gil Heitor Cortesão e memórias transportáveis da recente instalação da japonesa Tomoko Takehashi, entre outros artistas. Entretanto, algumas galerias da Austrália, do Brasil e de Cuba mostravam uma interessante vitalidade.
Já a presença oficial da Itália como país convidado, cuja selecção foi confiada a um personagem demasiado gasto e pouco credível, Bonito Oliva, se saldou por um fiasco largamente reconhecido. O comissário esteve mais interessado em demonstrar que a grandeza histórica da arte italiana não tem continuidade e em vender a teoria do «sistema da arte», no qual os artistas ocupam um lugar cada vez menos relevante, reforçando a sua presença mediática com um ataque aos grandes museus internacionais que tenderiam a uniformizar o gosto geral.
Portugal foi, com 17 galerias, a terceira presença internacional (se o termo se aplica ao quadro ibérico), depois das 30 de Itália e 28 da Alemanha, logo seguido por 16 norte-americanas e 15 francesas, embora nestes números se incluam numerosas galerias convidadas. Para além dos números, notou-se a largueza dos espaços, já que foram várias as galerias que partiram da área mínima suportada pelos apoios oficiais para ampliarem os seus «stands» de 50 para 120 metros quadrados. Esse esforço continuou com o cuidado posto na selecção das obras expostas e o resultado foi globalmente favorável. As vendas confirmaram-no, sendo de sublinhar que, para além dos clientes nacionais, surgiram em maior número os coleccionadores estrangeiros.
À galeria André Viana, do Porto, terá pertencido a representação mais agressiva, desde logo pela exibição de duas grandes esculturas do inglês Tony Cragg. Também em destaque esteve Miguel Palma, com uma paisagem construída como relevo de parede, uma «cidade futura em miniatura» intitulada Regulamento, que foi este ano a única obra portuguesa adquirida pela Fundação Arco, por escolha de Dan Cameron e María Corral. Sem o peso retórico de outros «dispositivos» do autor e podendo ser vista mais como comentário irónico sobre recentes «regressos à paisagem» do que como uma obra-manifesto de intenção ecológica, é certamente o seu trabalho mais interessante desde os comboios e carros de cimento com que apareceu há anos. Com uma peça também de parede, que não importará classificar como pintura (silhuetas de corpos caídos traçadas sobre um grande suporte com textura de tapete), Patrícia Garrido foi outra presença bem visível, a par de duas fotografias, retratos intimistas, de Daniel Blaufuks.
Também a Quadrado Azul optou por uma presença forte da escultura, com trabalhos da catalã Susano Solano (adquirido logo no primeiro dia pela Fundação Coca-Cola), e igualmente de Rui Sanches, José Pedro Croft e Alberto Carneiro, os dois últimos igualmente vendidos em Madrid. A enumeração das galerias não pode ser completa e, em geral, repetiria sem surpresas de maior a lista dos artistas que têm apresentado. É o caso da 111, Presença, Fernando Santos, Canvas, Pedro Oliveira, Cesar, Palmira Suso, Arte Periférica, Monumental e Novo Século. Já a Porta 33, do Funchal, esteve presente com uma instalação de António Dantas, artista madeirense ligado à «mail-art», na sequência das participações de Rigo e Lourdes Castro, também da Madeira.
Entretanto, são significativas das recentes metamorfoses do mercado nacional as representações de Mário Sequeira, de Braga, também em estreia em Madrid, expondo Cabrita Reis e Andy Warhol, Clemente e Baselitz; e de Dário Ramos, do Porto, juntando a Sá Nogueira um largo conjunto de espanhóis, com Sicília, Tàpies, Chillida (de quem fará uma exposição individual em Março) e outros históricos como Canogar, Mompó, Saura, Millares, Rivera, Feito, etc.
Entretanto, a feira confirma a inclusão regular de artistas portugueses nas programações de outras galerias: Julião Sarmento, Cabrita Reis e José Pedro Croft na brasileira Camargo Vilaça; mais Cabrita Reis na Juana de Aizpuru, com Rui Chafes; Croft também na Senda, de Barcelona; Fernanda Fragateiro na Elba Benítez; Helena Almeida na Estrany, de Barcelona; Pedro Calapez na Bores & Mallo, de Cáceres - sem excluir a possibilidade de outros nomes figurarem no labirinto da feira. Para além de Paula Rego, presente na Marlborough com um trabalho em pastel de pequeno formato avaliado em 19 milhões de pesetas.
1 "Madrid, a Arco e o resto"
Actual 22-01-2000
SERÃO 17, tal como há um ano, as galerias portugueses presentes na próxima edição da Arco, que decorrerá de 10 a 15 de Fevereiro, tendo a Itália como país convidado. A presença nacional na feira de arte de Madrid - a terceira mais numerosa, depois da alemã e da italiana, entre 157 galerias estrangeiras, a que se somam 101 espanholas - inclui as galerias 111, Arte Periférica, César, Luís Serpa, Monumental, Novo Século, Palmira Suso e Pedro Cera, de Lisboa; André Viana, Canvas, Dário Ramos, Fernando Santos, Pedro Oliveira, Presença, Quadrado Azul, do Porto; e ainda Mário Sequeira, de Braga, e Porta 33, do Funchal.
Duas delas, Luís Serpa e Porta 33, apresentarão mostras individuais, a primeira com uma vídeo-instalação de Ângela Ferreira, por acordo com a Módulo, incluída no sector «Cutting Edge - Crossroads», e a segunda com obras do madeirense António Dantas. Também nesse sector de salas ditas «emergentes» estará a Pedro Cera, pela primeira vez presente em Madrid, apresentando Gil Heitor Cortesão, Alexandre Conefrey e artistas estrangeiros. A Mário Sequeira estreia-se igualmente na Arco e no sector das revistas volta a apresentar-se a «Arte Ibérica».
A apresentação da 19ª edição da feira foi feita em Lisboa (e no Porto, também) pela respectiva directora, Rosina Goméz Baeza, num encontro com a Imprensa no bar Lux, a que não compareceu o presidente da Associação Portuguesa de Galerias de Arte, António Bacalhau. Com esta ausência ficou expressa a desconfiança quanto ao processo de selecção usado pela Arco, que excluiu, entre outras, as galerias Ara, António Prates, Por Amor à Arte e Diferença - neste caso, alegadamente por se tratar de uma cooperativa, mas a Porta 33 é uma associação com apoios oficiais... Em causa, está a actuação dum comité organizador integrado por galeristas e também por críticos e representantes de museus, outras instituições públicas e governos locais (41 pessoas no total), que atribui pontuações às galerias por voto secreto; está o lugar reconhecido a Portugal enquanto país que mantém uma presença anual estável na Arco e, mais globalmente, o modelo duma feira que partilha o espaço disponível para a generalidade das galerias candidatas (156 admitidas) com outras que são convidadas ou integradas em programas específicos, em condições especiais de admissão (num total de 102). Aliás, a própria directora da Arco admitiu que as exclusões podem ter carácter humilhante e confessou-se incomodada com o sistema de votação. Em Espanha, 38 galerias impugnaram judicialmente a Arco, a coberto da nova lei das feiras, que impõe a existência de «razões objectivas» para a não aceitação das candidaturas.
A presença da Itália como país em foco (depois de Portugal e França) é dirigida pelo crítico e historiador Achille Bonito Oliva, o defensor da «Transvanguarda» dos anos 80, com a colaboração do galerista Giorgio Persano. Incluirá a presença de 12 galerias consideradas históricas e outras tantas «emergentes», que apresentarão exibições ou instalações individuais («Project Rooms»).
Entretanto, o programa da Arco continua a tentar conciliar a condição duma feira de galerias com a representação de favor de um largo sector administrado pela crítica e as instituições oficiais, o que lhe atribui um sentido político-cultural muito diferente da generalidade das feiras internacionais. Para isso conta com um número crescente de sectores destinados a «propostas de vanguarda» promovidos por comissários de diversos países. «Project Rooms - Outros Mundos» integra 30 galerias de vários países com «site-specific works», enquanto na categoria «Cutting Edge» (48 gal.) estão incluídos os programas «East Wind/West Wind», dedicado ao Centro e Leste europeus; «Cono Sur», seleccionado por comissários da Argentina, Chile e Peru; «New Art from the States», que «mostrará uma visão da arte actual da América do Norte»; «Nova Arte dos Países Baixos» (10 gal.); «Colónia-Berlim» e ainda «Crossroads», para outros casos avulsos.
Além da promoção da Arco como um evento internacional comparável a uma bienal ou mega-exposição, servindo interesses de afirmação espanhola que ultrapassam o modelo e os objectivos duma feira de galerias, sobre a plataforma de uma fortíssima subsidiação pública, as autoridades de Madrid também compensam por esta via a pequena escala do mercado artístico espanhol. Sem a participação favorecida das «vanguardas» institucionalmente tuteladas, quantas galerias estrangeiras se deslocariam à Arco?
A par da feira decorre um extenso programa de 23 debates e mesas-redondas, em que participam críticos, comissários e directores de museus idos de todo o mundo, mas neste caso sem qualquer presença portuguesa. «Arte e Sistema da Arte em Itália» (dia 10), «Política de Aquisições nos Museus de Arte Contemporânea» (11-12) e «Desafios em Torno do Trabalho do Comissário» (11-13), são os títulos genéricos dos programas centrais, a que se somam outras sessões intituladas, por exemplo, «Goya Teria Gostado da Internet?» ou «Glamour e Pose».
Mas o mais importante da Arco serão sempre as exposições exteriores à feira. O roteiro não está completo, mas já basta para definir um panorama bem diferente do que se pode ver em Lisboa ou Porto.
No Rainha Sofia, a proposta principal é «Surrealistas no exílio e os inícios da Escola de Nova Iorque», uma larga panorâmica histórica que foca a contribuição dos refugiados europeus para a afirmação do expressionismo abstracto norte-americano, a partir de 1939, com a chegada de Matta, Max Ernst, Masson, Dalí, Tanguy e André Breton. Em foco estão a galeria Art of this Century dirigida por Peggy Guggenheim, entre 1942 e 47, as obras de Arshile Gorky, Motherwell, Pollock e Noguchi, Hayter e o Atelier 17, o «silêncio» de Duchamp, etc. Outra exposição apresenta uma antologia Louise Bourgeois intitulada «Memória e Arquitectura».
A obra plástica do poeta Henri Michaux mostra-se na Fundação Carlos de Amberes (até dia 13), enquanto «Os Dubuffet de Dubuffet», do Museu das Artes Decorativas de Paris em 1967, se expõem no Banco BBVA. A Juan March recorda Vasarely, artista cinético e pintor Op apresentado por Werner Spies.
A sala da «Caixa», que há um ano mostrou «2500 anos de arte na Nigéria», apresenta «Espíritos da água. Arte do Alaska e da Columbia Britânica», com 200 peças esquimós e índias, de 200 a.C. até ao séc. XIX, seguindo cronologicamente a documentação das expedições russas, espanholas e inglesas de oitocentos.
No Museu Thyssen exibem-se desenhos, pinturas e esculturas da Colecção Jan e Marie-Anne Krugier-Poniatowski, numa selecção de Tomàs Llorens que se centra no desenho e vem de Carpaccio e Bronzino até Beckmann e Matisse, sempre com peças de excepcional qualidade. No Prado, uma mostra comemorativa do centenário de Velázquez, organizada por Jonathan Brown, relaciona-o com Rubens e Van Dyck, como «Pintores Cortesãos do Séc. XVII», reunindo 47 pinturas que juntam às do Museu outras com as melhores procedências, enquanto noutro espaço se aborda Goya e «O processo criativo dos Caprichos».
Entretanto, prosseguem as mostras comemorativas dos centenários de Carlos V e Filipe II, com «A Arte na Corte dos Arquiduques Alberto de Áustria e Isabel Clara Eugénia», no Palácio Real, e «Os Séculos de Ouro nos Vice-reinos de América, 1550-1700», no Museu da América.
2 "Agenda de Madrid"
05-02-2000
O panorama das exposições durante a Arco alargou-se com a inauguração na Fundação Mapfre Vida de «Pintores da Alma. O Simbolismo Idealista em França», em que se destacam Redon, Moreau e Puvis de Chavannes, que nunca participaram nos Salões Rosa+Cruz, animados por «Sâr» Péladan, entre 1892-97. Maurice Denis, Khnopff, Kupka e outros mais ou menos justamente esquecidos figuram na evocação de um fim de século antipositivista que se opôs às tradições do naturalismo e da Academia.
Entretanto, a exposição de maior destaque será a da colecção Krugier- Poniatowski, levada ao Museu Thyssen sob o nome «Olhares sem Tempo». Cerca de 200 obras, em geral desenhos, com dez esculturas e oito pinturas, fazem um percurso que vai dos séculos XV e XVI (Carpaccio, Bronzino, Tintoretto e Veronese) a Picasso, Chirico, Giacometti e também Hopper, De Kooning e Diebenkorn.
No Rainha Sofia está Louise Bougeois, com uma grandiosa revisão da sua obra ao longo de cinco décadas que não se centra no tão estafado tema do corpo mas no da casa («Memória e Arquitectura»), com hologramas recentes, algumas «Celas» e quadros da série «Femme Maison» de 1946-47. No mesmo Museu acompanha-se o exílio dos surrealistas e a emergência do expressionismo abstracto, numa mostra didáctica. O Prado mostra Velazquez em conjunto com Rubens e Van Dick. Em «La Caixa», «Espíritos da Água», arte do Alaska e da Columbia britânica. Mais Vasarely, na Fundação March, com obras de 1929 a 1988, que não se esgotam nas fórmulas Op, Henri Michaux na Fundação Carlos de Amberes, os «Dubuffet de Dubuffet» no BBV, e Le Corbusier no Ministério do Fomento, através de 24 projectos maiores.
Entretanto, a agenda pode incluir também artistas espanhóis, a completar com inaugurações que sempre ocorrem durante a Arco. No Palácio Velazquez está uma antologia do escultor catalão Jaume Plensa, enquanto José María Sicilia apresenta novas pinturas na gal. Soledade Lorenzo e Francesc Torres tem duas instalações na Fundação Telefónica. Gordillo mostra no Museu Casa da Moeda obras recentes sobre papel, em paralelo com a sua retrospectiva actual no Museu de Barcelona (MACB).
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