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Um ano depois, em 7-9-96
"Nemo na Colômbia"
Há um ano, Nemo deixou nas paredes de Lisboa a marca repetida, mas sempre diferente, de uma intrigante silhueta negra, de chapéu, gabardine e pasta de executivo (ver «EXPRESSO-Revista de 2 de Setembro de 1995). Algumas pinturas resistem ainda, entre o Bairro Alto e Alfama.
Este Verão, Nemo rumou à Colômbia, a bordo de um cargueiro alemão saído de Antuérpia com destino a Cartagena, de que era o único passageiro. Acompanharam-no duas grandes pastas de novos «pochoirs» (moldes de cartão recortado) para uma série de pinturas que têm por tema a deslocação: o homem de negro utilizará variados meios de locomoção ou transporte, de forma divertida («loufoque, cocasse»). Acrescenta Nemo, ou Serge Faurie, o autor, que, «como sempre, não há nenhuma mensagem, excepto que é possível sorrir — e sonhar».
Lisboa foi para Nemo a primeira saída do seu «quartier» parisiense de Belleville-Ménilmontant e mais uma etapa num processo de saída da clandestinidade do graffitista. Sem se considerar a si próprio como um artista, já então encaravava a possibilidade de fazer da sua intervenção sobre os muros das cidades, sempre sobre paredes degradadas, uma actividade a tempo inteiro. Esse passo foi agora dado com o pedido uma licença prolongada no seu emprego de engenheiro informático, em princípio por um ano, e a estadia em Bogotá está prevista para se prolongar durante seis meses. Entretanto, Nemo deixou também de ser um pintor furtivo: atendendo às condições próprias da América Latina, as autoridades locais foram avisadas sobre o projecto através dos canais diplomáticos e o pedido de autorização para as «bombagens» foi formalmente entregue.
Em Paris, entre outros «trabalhos» recentes, Nemo-Serge Faurie realizou uma grande pintura mural em colaboração com os alunos e o respectivo professor de uma escola primária de Ménilmontant (Paris XXème), envolvendo o fabrico de 27 «pochoirs» para outras tantas crianças.
Morreu Serge na quarta feira passada
Posted by: Christine cho | 09/20/2021 at 08:24