Para entender o que (não) se tem passado com a fotografia em Portugal é útil a comparação com a Espanha e observar como as relações são desiguais e desiquilibradas. É o caso deste volume (catálogo) que procurou pôr em paralelo a produção dos dois países desde os anos 50, em conformidade com os projectos da Fundação.
Do lado espanhol temos sínteses bem argumentadas de Carlos Pérez Siquier para os anos 50 (membro da Afal), Oriol Maspons (os anos 60 em Barcelona), Jorge Rueda ("Nueva Lente"), joan Fontecuberta ("La fotografia como causa", os anos 80), jorge Ribalta ("recordar los 90") e Javier Vallhonrat 8década actual).
"Vidas Privadas"
Colección Fundación Foto Colectania
Barcelona
20 de mayo al 10 de septiembre de 2004
(coord. em Portugal Filipa Valadares)
O catálogo inclui breves textos memorialistas de Gérard Castello Lopes e Fernando Lemos, mais uma entrev. de Daniel Blaufuks com F.V.
Versões em castelhano, catalão, inglês e português. 230 pp.
A Espanha (em Barcelona, Madrid, Almeria, etc) reatava nos anos 50 com os ensaios de fotografia moderna interrompidos na década de 30. Em 56 começava a revista Afal e a projecção exterior. Existe uma continuidade de nomes, de autores, de revistas, de cultura fotográfica que vem dos anos 50 até ao presente.
Em Portugal, o grupo dos fotógrafos modernos nunca actuou como grupo e só ressurgiu nos anos 80 já quase só como memória. Não souberam do que se passava em Espanha (eram de Paris e recebiam revistas de NY). E dos anos 80 para cá também não se poderá falar de continuidade.
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