Adelaide Ginga e Emídio Rangel estão à frente da V Bienal de Arte e Cultura de São Tomé, que decorrerá entre 25 de Junho e 25 de Julho, assumindo respectivamente as funções de comissária e de responsável pela comunicação e imagem.
O programa ainda não foi divulgado, mas uma crónica publicada por Rangel no "Correio da Manhã", a 12 de Abril, sob o título "A bienal das artes", anunciava já que o evento "se prepara para viver uma nova etapa com a participação de nomes consagrados das artes visuais de São Tomé, mas mais significativo, artistas portugueses e de outras nacionalidades com valioso currículo internacional".
Miguel Palma é um primeiro nome conhecido entre os artistas convidados, num programa com o título "Partilhar o território".
Na sua coluna "Coisas do Circo", o ex-director da SIC louva a
iniciativa de São Tomé e em especial o seu fundador, João Carlos Silva,
artista plástico, especialista em gastronomia (autor de Na Roça com os
Tachos, programa de televisão de sucesso, com edição em livro), que é
também o director do Centro Internacional de Arte e Cultura, CIAC,
promotor da Bienal.
Escreveu Emídio Rangel: "Ninguém acreditaria que num país pobre e tão
pequeno do continente africano se pudesse erguer um encontro
internacional de obras e de artistas de muitos países e vários
continentes para comungarem a festa da cultura, que é sempre o alimento
principal das nossas almas. Este ano, a par da Bienal, decorre um Fórum
Cultura e Desenvolvimento que vai contar com prestigiadas
personalidades da Europa, da África e do Brasil. Esta bienal e este
fórum só podem ser concretizados por pessoas sem medo, com grande
tenacidade, coragem, inteligência e cultura. Estas pessoas escasseiam
em todos os países.
"São Tomé teve sorte. Tem um, João Carlos Silva, que venceu inúmeros
imponderáveis para chegar a esta ocasião. É um herói. Este ano,
definitivamente, São Tomé fica no mapa das artes porque ele está a pôr
de pé um acontecimento cultural de significativa importância e ambição.
É esta troca de experiências e de sensibilidade que aproxima os homens
brancos, negros, amarelos ou azuis, do norte ou do sul, do ocidente ou
do oriente, e torna verdade o princípio de que a cultura nos aproxima e
nos torna mais humanos." ( Correio da Manhã )
Dias antes, o Correio da Semana on line, de São Tomé, dava conta que o
director do CIAC fora recebido pelo primeiro-ministro Patrice Emery
Trovoada, a quem "apresentou a nova filosofia a ser implementada na V
Bienal", sendo acompanhado neste encontro pelos dois elementos da
comissão organizadora, Adelaide Ginga e Emídio Rangel.
João Carlos
Silva afirmou no final que "o chefe do governo mostrou uma grande
sensibilidade e uma grande receptividade com relação a este projecto.
«É um homem que sabe hoje mais do que nunca que um país precisa de ser
mostrado, precisa de ter uma boa comunicação. É preciso trabalhar a
imagem do país e nada melhor do que um evento cultural com esta
dimensão para ajudar o próprio Estado e o governo a criar uma nova
imagem de STP e a projectá-lo no mundo»".
A bienal terá lugar em vários espaços da capital do país, mas estão
também previstas intervenções fora da ilha de São Tomé.
«Estamos a trabalhar neste sentido para fazer com que uma parte de
algumas actividades da bienal tenha lugar na ilha do Príncipe. Também
vamos intervir em cinco roças do país, com actividades relacionadas com
a Bienal e de certeza absoluta que vão ter uma grande aceitação por
parte de toda a população, sobretudo dos jovens são-tomenses». ( www.correiodasemana.info )
Adelaide Ginga foi vice-directora do Instituto das Artes e responsável pelas relações internacionais deste organismo (agora substituído pela Direcção-geral das Artes), tendo entrado no princípio deste ano como técnica no Museu do Chiado, responsável pelas colecções.
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