Expresso Cartaz
FERNANDO LEMOS, À SOMBRA DA LUZ
CAM. 20 Julho - 9 Outubrto
Programação Fernando Lemos e Jorge Molder
30.07.94
No CAM, redescobre-se um dos mais curiosos episódios da fotografia portuguesa: a brevíssima actividade (1949-1952) de um pintor e desenhador que nos deixou uma admirável galeria de retratos dos intelectuais e actores de teatro desse tempo.
Uma outra relação com a fotografia teria privilegiado as provas de época (ampliações reenquadradas em formatos variados), consideradas perdidas mas que se encontrarão certamente dispersas nas mãos dos retratados — a pesquisa não foi feita. Ao optar-se por expor "apenas" duas séries de reimpressões, de 1982 e de 1992-94, uniformizando o formato quadrado do negativo original, deixou-se em aberto a necessidade de se continuar a trabalhar sobre a aventura fotográfica de F.L.
Uma outra relação com a fotografia teria privilegiado as provas de época (ampliações reenquadradas em formatos variados), consideradas perdidas mas que se encontrarão certamente dispersas nas mãos dos retratados — a pesquisa não foi feita. Ao optar-se por expor "apenas" duas séries de reimpressões, de 1982 e de 1992-94, uniformizando o formato quadrado do negativo original, deixou-se em aberto a necessidade de se continuar a trabalhar sobre a aventura fotográfica de F.L.
13.08.94
Uma obra fotográfica realizada entre 1949 e 1953, agora reapresentada apenas em impressões modernas, realizadas em 1982 e 1992-4, enquanto uma pequena vitrina recorda que as provas originais (entretanto perdidas e/ou ainda não procuradas) eram sempre sujeitas a diferentes formatos e enquadramentos — um mesmo negativo podia até permitir diferentes ampliações.
No catálogo e na exp. incluem-se 113 imagens, embora algumas figurem num dos locais e não no outro, ou em prova positiva num e negativa noutro, ou vice-versa; por outro lado, utilizam-se títulos originais ou recentes sem que essa diferença seja assinalada e, no catálogo, a natureza das provas reproduzidas (sem numeração) não é indicada. Por tudo isto, depois desta retrospectiva, que é apresentada nas /mesmas/ condições de exp. de uma produção contemporânea, resta por fazer algum trabalho de investigação para que o «corpus» fotográfico de F.L. seja conhecido na sua real dimensão histórica.
Note-se, a propósito, que uma prova original de F.L. fora apresentada em 1992 na galeria Ether (exp. «Olho por olho», nº 70, s/t, 39,9x30,7 cm), aliás com uma datação de 1957 recusada pelo autor /depois corrigida na História de A. Sena para c. 1951 / — tratava-se, neste caso, de uma imagem de que desapereceu o negativo e que não consta da presente exp.
No catálogo e na exp. incluem-se 113 imagens, embora algumas figurem num dos locais e não no outro, ou em prova positiva num e negativa noutro, ou vice-versa; por outro lado, utilizam-se títulos originais ou recentes sem que essa diferença seja assinalada e, no catálogo, a natureza das provas reproduzidas (sem numeração) não é indicada. Por tudo isto, depois desta retrospectiva, que é apresentada nas /mesmas/ condições de exp. de uma produção contemporânea, resta por fazer algum trabalho de investigação para que o «corpus» fotográfico de F.L. seja conhecido na sua real dimensão histórica.
Note-se, a propósito, que uma prova original de F.L. fora apresentada em 1992 na galeria Ether (exp. «Olho por olho», nº 70, s/t, 39,9x30,7 cm), aliás com uma datação de 1957 recusada pelo autor /depois corrigida na História de A. Sena para c. 1951 / — tratava-se, neste caso, de uma imagem de que desapereceu o negativo e que não consta da presente exp.
20.08.94
Uma obra fotográfica realizada entre 1949 e 1953, agora «revelada» ao público em reimpressões modernas de 1982 e 1992-4, de acordo com uma particular concepção da fotografia que tem em insuficiente conta o que é uma prova de época («vintage»). A retrospectiva de F.L., que ficou por fazer, poderá contar também, com vantagem, com a representação da obra do pintor e do desenhador, até porque as suas pesquisas fotográficas fizeram-se num espírito de livre circulação entre «media».
26.08.94
Uma obra fotográfica realizada entre 1949 e 1953, «revelada» ao público em reimpressões modernas de 1982 e 1992-4. Às composições surrealistas que pesquisam o sentido possível dos acasos e também as regras sabidas para os encontros inesperados (apesar do isolamento português, Man Ray era conhecido), aos retratos que constituem uma galeria única dos intelectuais do tempo, e que sabem fixar o trágico humor com que o enfrentavam, à atitude de experimentação material paralela aos processos picturais em que F.L. também se iniciava, esta exposição acrescenta algumas imagens onde a observação fotográfica de lugares e de gentes se constitui como uma breve área autónoma de trabalho, menos conhecida mas não menos destacada.
03.09.94
Uma obra realizada entre 1949 e 1952, consagrada em reimpressões modernas de 1982 (da exp. «Refotos», na SNBA, paralela à retrospectiva dos anos 40 de J.-A. França, mas então muito pouco vista) e de 1992. É um dos vários momentos de descoberta da fotografia por que passou a sua difícil história portuguesa, marcada por obras não mostradas no seu tempo próprio ou não prosseguidas por estreiteza do meio, ou fatais amadorismos. Para lá das qualidades de pesquisa visual e poética das imagens de F.L., do seu valor duplamente documental, como galeria de retratos e exercício surrealista, seria útil reconstituir essa história global, confrontando os sucessivos pioneiros e solitários com os valores correntes, salonistas e profissionais. )
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