O texto não está assinado, mas é possível atribuí-lo sem reservas a Ernesto de Sousa, redactor principal da revista Imagem (director Frederico Kessler). Publicou-se no nº 25, de Fevereiro de 1959, pág. 456.
Será uma das poucas referências da época à exposição (em Lisboa, na Galeria Diário de Notícias, de 21 a 28 de Outubro de 1858) e ao livro.
Refere-se a exposição, mas a capa é já dedicada ao livro (ao álbum) de Costa Martins e Victor Palla, Lisboa Cidade Triste e Alegre - e é a famosíssima menina da pág. 15 (no índice: "Uma das nossas fotografias preferidas é a desta rapariguinha doce, fotografada em contra-luz por uma objectiva de longa focal que a desenha quase sem volume sobre um fundo esbatido;"...).
É um dos dois únicos textos sobre fotografia que a revista publicou - desde 1954 (2ª série, dir., editor e prop. Baptista Rosa) e até Jan./Fev. de 1961, nº 36 - e a abordagem faz-se por via do cinema:
"um tal conjunto é uma demonstração de um cinema realista e poético que podíamos ter e ainda não tivemos"
Ernesto de Sousa está à procura do seu Dom Roberto (1962). A seguir, José Borrego, nº 34, Setembro 1960 . ver AS pp 285-7.
O ambiente cineclubista da época é "ainda" muito neo-realista, no sentido de existir um rigoroso controleirismo ideológico e também por via de algumas reflexões muito bem informadas, como a de (Luís) Neves Real - ver em Maio de 1956 sobre o cinema italiano: 'A evolução do "discurso" neo-realista: Do "Realismo Mágico" ao "Realismo" ' , pp. 121-123.
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