inauguração dia 9
May 9th, 9pm - Exhibition Opening
E tb:
Ana Telhado na Módulo
10.05.08, pelas 18 horas
Da série Cartografias (Guiné-Bissau, 2007)
a 29
www.p4photography.com/about/news
e a 30
O livro do Edgar Martins já chegou à P4
agora com a versão original da apresentação de
Victor Palla
Arquitecto e fotógrafo, com obras de referência em ambas as áreas,
Victor Palla foi também pintor, ceramista, designer gráfico, editor,
tradutor, galerista, agitador de ideias e animador de muitas
iniciativas. “Lisboa Cidade Triste e Alegre”, que expõs e publicou em
1957-1959, em colaboração com Costa Martins, foi uma pedrada no charco
no panorama da fotografia portuguesa. Redescoberto e redistribuído em
1982, por António Sena e a associção-galeria Ether, o livro tem vindo a
ser internacionalmente valorizado como uma das realizações editoriais
mais significativas do seu tempo, nomeadamente por Martin Parr e Gerry
Badger, na sua história do livro fotográfico, «The Photobook», em 2004.
Para além dessa obra, porém, as fotografias de Victor Palla
continuaram a ser pouco conhecidas, em especial quanto à sua vertente
mais experimentalista e ao cruzamento com as inquietações do artista
plástico ou as actividades do arquitecto e do designer, que foram as
suas outras carreiras paralelas. Essa vertente experimental foi
ensaiada logo no início da década de 50 e voltou a estar muito presente
em várias exposições realizadas a partir dos anos 80, com destaque para
“Objectiva 84” da Festa do Avante ou a individual “A Casa”, em 2000, no
Centro Cultural da Gulbenkian, em Paris.
Victor Palla nasceu em Lisboa em 1922 e aqui faleceu também em 2006,
com 84 anos. Começou por estudar arquitectura em Lisboa, antes de se
transferir para o Porto, onde se diplomou. Ainda como estudante, logo
em 1944, dirigiu a Galeria Portugália e foi um dos dinamizadores das
Exposições Independentes, onde expôs pintura ao lado de Fernando
Lanhas, Júlio Resende, Nadir Afonso e Júlio Pomar. De regresso a
Lisboa, participou nas Exposições Gerais de Artes Plásticas em quase
todas as edições entre 1947 e 1955, com obras de desenho, pintura,
artes decorativas, escultura e fotografia.
Em 1973 fundou a galeria
Prisma com Costa Martins, Rogério de Freitas e Joaquim Bento de
Almeida, onde expôs pintura no ano seguinte. Além das inúmeras mostras
colectivas em que participou, fez outras exposições individuais na
Galeria de Arte Moderna da SNBA, em 1977; Diagonal, 1983; Diário de
Notícias, 1984.
A partir do início da década de 50, Victor Palla foi um dos modernizadores da arquitectura portuguesa, seguindo os princípios funcionalistas do Estilo Internacional com particular radicalidade plástica, sob influência brasileira. À intervenção teórica e de divulgação em revistas (algumas sob a sua direcção) juntaram-se obras como a escola do Vale Escuro, de 1953, projectada com Joaquim Bento de Almeida. Com atelier conjunto durante 25 anos, a dupla de arquitectos teve acção relevante na renovação dos espaços comerciais de Lisboa, em paralelo com Keil de Amaral e Conceição Silva. Em especial, ficaram a dever-se-lhes os novos cafés e snack-bares Terminus, Tique-Taque, Suprema, o antigo Pique-Nique, no Rossio, e o Galeto, já em 1966. O seu talento multifacetado está presente no dinamismo espacial e material dos volumes arquitectónicos, conjugado com o design inovador do mobiliário e da iluminação, adequados aos novos consumos da «vida moderna».
O design gráfico e a edição foram outras áreas em que Victor Palla
se distingiu desde muito cedo, com trabalhos importantes para criação
de um gosto visual moderno. Em 1952, frequentou o Publishing and Book
Production Course em Londres, criando a seguir a famosa colecção de
bolso “Os Livros das Três Abelhas” e as edições Folio, ambas com José
Cardoso Pires. Fundou com Orlando da Costa, o Círculo do Livro e, entre
outras actividades de editor, autor, tradutor e capista, realizou o
plano gráfico da editorial Arcádia.
O Centro de Arte Moderna da
Fundação Gulbenkian dedicou a Victor Palla uma retrospectiva
fotográfica em 1992, e o Centro Português de Fotografia atribuiu-lhe o
Prémio Nacional em 1999.
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