Desde hoje em Madrid. É um dos mais importantes (melhores) artistas contemporâneos - um pintor que passou pela abstracção e faz uma figuração pós-abstracta que tem como condição indispensável a observação directa de modelos (e objectos ou lugares). Depois de alguns anos dedicados apenas ao desenho, Arikha pratica uma "pintura do natural" que prescinde de classificações ou muletas tradicionais (realismo, expressionismo, etc) mas se associa a um conhecimento erudito da tradição (é tb um ensaísta importante). Pintor não literário (ao contrário de outro grande contemporâneo, Kitaj), ele explora com um rigor extremo e muito "conceptual" a relação (ligação, lien, link) entre o olhar e a mão, exercitada em pintura sem estudos prévios e em sessões únicas de trabalho - "alla prima", "à primeira".
Como Bonnard e Vuillard, como Fairfield Porter (o grande pintor e crítico norte-americano, 1907-1975), os seus grandes temas são os da sua intimidade pessoal e quotidiana: as pessoas próximas (o retrato, o auto-retrato, a pintura de modelo nu), o espaço doméstico e de trabalho (a natureza morta e os espaços habitados) , os lugares que habita ou visita (a paisagem) .
É um dos grandes independentes do século XX (e já XXI), à margem dos estilos colectivos e da arte oficial que se exibe nos salões (e bienais) do presente.
Ver escritos anteriores na "categoria" Arikha
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