A vontade do ministro da Cultura em nomear nova direcção para aquele teatro nacional já é conhecida há alguns meses. Pinto Ribeiro está desde Abril preocupado com os destinos do D. Maria devido às divergências internas no seio da administração do teatro.
A carta de demissão apresentada por José Manuel Castanheira na última sexta-feira terá acelerado o processo. Porém, com Carlos Fragateiro ainda como director artístico, nenhum membro da administração do Teatro Nacional tinha sido informado até há instantes de qualquer intenção do MC, não havendo também qualquer reunião agendada com a tutela.
O Expresso sabe, no entanto, que Carlos Fragateiro prepara um memorando desde a sua entrada para o cargo para enviar a Pinto Ribeiro.
Diogo Infante mantém-se incontactável desde quarta-feira à tarde, altura em que o Expresso avançou com a notícia da sua demissão. As razões que levaram à sua decisão são agora mais claras".
O espectáculo - teatral - é lamentável (se o Expresso não especula, e julgo que não é o caso da Alexandra Carita).
Está-se no meio de enorme confusão, e mais uma vez "a Cultura" é um terreno de intriga incompreensível (irracional?), de famílias mundanas que rondam todos e quaisquer poderes e de uma enorme falta de lógica política - é de política que se trata aqui e não de gosto artístico.
"A vontade do ministro já era conhecida"? - como é isto possível?, por via de que consultores, conselheiros ou portavozes? Quem é que "aponta no meio cultural"?
O presidente do conselho de administaração e director artístico do Teatro - Carlos Fragateiro - nunca teve acesso a um encontro com a tutela? - como é isto possível? O ministro estava preocupado desde Abril mas não reúne com o responsável em causa? E isso sabe-se? A próxima temporada devia estar aprovada, contratualizada e divulgada e S. Excia não recebe, não diz, não fala?
O caso José Manuel Castanheira (é mesmo um "caso", não um problema de divergências) é julgado por si mesmo ou está a ser apenas usado como argumento de uma manobra mais vasta?
Que lobies, que figuras aconselhantes pairam pela Ajuda? E que têm eles a ver com qualquer entendimento político (socialista, PS, claro) da cultura? Pior - quem é aqui mais socialista?
Isto já corria mal quando o Carrilho percorria o país a distribuir cheques, a alimentar clientelas e a enredar expectativas inverosímeis. Sem dinheiro, era preciso melhorar o discurso. E não tem acontecido.
Tanto Amor Desperdiçado, encenação de Emmanuel Demarcy-Mota, no TNDMII em 2007
Não vejo o que vem fazer aqui o Emmanuel!
Já tem emprego! Já tinha, mas começa agora um novo, muito mais excitante!
Quereria, talvez, mas já não quer há quase um ano...
Posted by: Luís Fidalgo | 07/07/2008 at 23:09
À partida, é apenas uma ilustração - e queria recordar um dos bons momentos da programação de Fragateiro. O comentário sugere outras intrigas, a confirmar que os boatos infectam o meio cultural. Emmanuel Demarcy-Mota passou recentemente a dirigir o Théâtre de la Ville em Paris, vindo do Centre Dramatique National de Reims...
Por cá, o espectáculo é humilhante - veja-se o DN de hoje, dia 8. E vão dois (será uma epidemia?)
Posted by: ap | 07/07/2008 at 23:54