Dois filmes a estrear no DocLisboa: a Gravura, um importante lugar colectivo dos anos 56-70, num documentário de Jorge Silva Melo (dia 25- sábado), e a Joana Vasconcelos, com uma das grandes obras individuais do presente, filmada por Joana Cunha Ferreira (dia 27,2ª feira):
(na foto, Joaquim José Barata e Manuel Torres - dois não artistas quer foram decisivos na história da Gravura)
e
E hoje, também...
24 OUT. 21.30 – São Jorge (sala 3)
Ngwenya, O Crocodilo, de Isabel Noronha
90´ Moçambique 2007
e
24 OUT. 23.15 – Culturgest (grande auditório)
0=6 Homeoestética
de Bruno de Almeida
60´ Portugal 2008
"Os homeostéticos interpretavam o espírito da época com uma atitude de distância irónica que nunca os reduz a documentos de um tempo passado." - disse isto em 2004. Agora já aconteceu.(27/10)
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I - "A GRAVURA: ESTA MÚTUA APRENDIZAGEM"
Um documentário de Jorge Silva Melo sobre a Gravura, cooperativa de gravadores portugueses
No DocLisboa, Grande Auditório da Culturgest, 25 de Outubro, sábado, 18h30
Com depoimentos de António Charrua, Bartolomeu Cid dos Santos, David de Almeida, Eduardo Nery, Fernando Calhau, Fernando Conduto, Ferreira da Silva, Guilherme Parente, Humberto Marçal, João Paiva, Joaquim Barata, Jorge Martins, Julião Sarmento, Júlio Pomar, Manuel Baptista, Manuel Torres, Maria Beatriz, Maria Gabriel, Maria Velez, Nikias Skapinakis, Paula Rego, Querubim Lapa, Rogério Ribeiro, Sérgio Pombo, Teresa Magalhães, Tereza Arriaga e Vitor Pomar
Imagem José Luís Carvalhosa; Som Armanda Carvalho, Quintino Bastos; Montagem Vitor Alves
Argumento e realização Jorge Silva Melo
Um filme encomendado e financiado pela Caixa Geral de Depósitos (#)
A Gravura, cooperativa de gravadores portugueses, foi fundada em Lisboa, em 1956, por um grupo de artistas e intelectuais.
"Gravura: esta mútua aprendizagem" será novamente exibido no Cinema Londres (a 29/X) e no Museu do Neo-Realismo (a 21/XI).
http://www.artistasunidos.pt/filmes/agravura.htm
II - "JOANA VASCONCELOS - CORAÇÃO INDEPENDENTE"
DocLisboa - Cinema Londres | 27.10.08 | 22:30 |
Um documentário de Joana Cunha Ferreira sobre Joana Vasconcelos, resultado de seis meses de acompanhamento da actividade da artista. Entre Maio e Outubro de 2007, Joana Cunha Ferreira seguiu o trabalho da artista no atelier e em apresentações públicas, como a exposição “Yellow Brick Road”, integrada na programação paralela da Bienal de Veneza, ou a antológica realizada na The New Art Gallery, em Walsall, Inglaterra.
60’ co-produção MIDAS FILMES e RTP, com o apoio do Instituto
Camões e da Fundação Gulbenkian e com o investimento do FICA – Fundo de
Investimento no Cinema e Audiovisual.
http://www.doclisboa.org/downloads/Programa_doclx08.pdf
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A CGD adquiriu recentemente uma colecção completa das edições da cooperativa Gravura (que certamente não existe em mais nenhuma colecção institucional. E na sequência dessa compra encomendou o filme. Espera-se que encomende também uma exposição e que faça desse conjunto - colecção + filme + exposição - um acontecimento. Há várias direcções em jogo na história da Gravura, que hoje ainda existe mas capturada por gente muito duvidosa, a tal ponto que as comemorações dos seus 50 anos tiveram de ser feitas em 1956 à sua revelia e que parece que terá sido impossível filmar nas suas instalações sobreviventes.
A gravura foi uma disciplina artística que em grande medida se perdeu, nos últimos anos (70/80) pelos caminhos das serigrafias e litografias de reprodução - respeitável processo de multiplicação de estampas que veio, porém, extinguir o espaço de criação próprio da gravura de autor, com os seus processos e as suas qualidades gráficas específicos. Uma muito antiga uma reprodutibilidade técnica (à atenção de Walter Benjamin) que antecedeu a reprodução fotográfica impressa e que foi por vezes, para alguns artistas apenas, um campo próprio de criação. Com uma breve explosão nos finais do séc. XIX com a vulgarização da litografia e os exemplos japoneses, etc.
A Gravura foi uma associação de artistas criada num momento particularmente significativo: fim das Exposições Gerais (1956) e início da dispersão do neo-realismo. Aparição da Fundação Gulbenkian, primeiras bolsas e 1ª Exposição de Artes Plásticas (1957). Se é, no essencial, uma inicitiva de artistas implicados com o neo-realismo, é também um espaço de abertura a outras direcções estéticas e de larga convivência artísticaq e cívica.
Sucessivas gerações de novos artistas até ao início dos anos 70 trabalharam na Gravura.
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