Foi um grande espectáculo americano (em muito grande parte um espectáculo inédito, não um remake) e agora não se trata apenas de celebrar o happy end. A expectativa é ainda maior.
A propósito, apetece destacar a seriedade das posições de alguém que não chegou a ser presidente. A entrevista já tem alguns dias, mas mais uma vez Rocard é uma grande referência. Quando se faz o silêncio sobre as alternativas possíveis e quando regressam velhos fantasmas, é preciso não pôr em risco as lições que se aprenderam. Não se trata de começar do princípio.
Michel Rocard : "La crise sonne le glas de l'ultralibéralisme", LE MONDE | 01.11.08
(…) "C'est la fin du libéralisme ? - Pas du tout. Et en pleine crise, la gauche pourrait faire l'économie de ce genre de controverses.
La crise actuelle ne remet pas en cause le libéralisme. En revanche, elle sonne le glas de l'ultralibéralisme, cette école de pensée criminelle fondée par Milton Friedman (1912-2006) qui voulait croire que l'équilibre du marché est optimal et que moins on a de règles, plus on a des chances d'arriver à l'"optimalité". Elle a imprégné la droite américaine et une partie de la droite européenne. Elle a heureusement épargné les chrétiens-démocrates allemands et la droite française, encore très gaulliste.
Quand vous entendez Nicolas Sarkozy réhabiliter l'Etat, annoncer la création d'un fonds stratégique d'investissement, vous saluez sa conversion à gauche? - Nullement.
Pour résoudre la crise, nous avons besoin de deux choses : du pragmatisme et des règles. Cela, la droite peut le faire. Mais la gauche pose dès l'abord la question de la redistribution des richesses, ce que Nicolas Sarkozy ne fait pas."
(...)
"On ne s'en sortira pas sans un meilleur partage des revenus, un meilleur équilibre entre salaires et profits. Henry Ford (1863-1947), qui a contribué à sauver le capitalisme notamment au moment de la crise de 1929, disait : "Je paie mes salariés pour qu'ils achètent mes voitures."
Propos recueillis par Françoise Fressoz et Laetitia Van Eeckhout
Trata-se ainda de "salvar" o capitalismo (e a sua imensa capacidade de transformação). Salvar no sentido de transformar, porque as alternativas foram e são piores.
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Voltando ao Obama,
os discursos são admiráveis, (mas/e) há ideias e programas por trás deles, como se verá consultando o seu site oficial, muito bem organizado, tema a tema:
http://www.barackobama.com/issues/
procurando com afinco já lá para os "additional issues" tb aparece uma página sobre artes ("BARACK OBAMA AND JOE BIDEN: CHAMPIONS FOR ARTS AND CULTURE")
pdf/issues/additional/Obama_FactSheet_Arts
A brevidade é uma das suas qualidades, até porque não é uma área de competência federal. E entre as coisas interessantes consta a seguinte referência à Guerra Fria, que convém conhecer para saber de que lado estamos...
"Promote Cultural Diplomacy: American artists, performers and thinkers – representing our values and ideals – can inspire people both at home and all over the world. Through efforts like that of the United States Information Agency, America’s cultural leaders were deployed around the world during the Cold War as artistic ambassadors and helped win the war of ideas by demonstrating to the world the promise of America. Artists can be utilized again to help us win the war of ideas against Islamic extremism. Unfortunately, our resources for cultural diplomacy are at their lowest level in a decade. Barack Obama and Joe Biden will work to reverse this trend and improve and expand public-private partnerships to expand cultural and arts exchanges throughout the world. "
"Artists can be utilized again to help us win the war of ideas against Islamic extremism"
A United States Information Agency (USIA) - não confundir com CIA - existiu entre 1953 e 1999. Estava (também?) nos planos de McCain a respectiva reactivação - segundo a http://en.wikipedia.org
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