Só até sábado
NA GALERIA ANTÓNIO PRATES, com obras desde 1970 (e um gato de 1978), pinturas sobre tela, madeira (escavada) e papel, uma exp. de perfil antológico trazida em colaboração com a Fundação Karel Appel
http://www.galeriaantonioprates.com/ Rua Alexandre Herculano, 39A
2ª a 6ª feira das 11h às 20h; Sábados das 15h00 às 20h
(Outro gato entre os 8 da exp.)
KAREL Appel é um pintor holandês, nascido em 1921, que participou na fundação do grupo internacional Cobra, em 1948, ao lado de Corneille, Constant, Jorn e outros artistas - grupo ou movimento de curta vida e longa influência apresentado em 1996 numa exposição na Culturgest. A pintura de Appel prolonga uma tradição nórdica expressionista recorrendo a uma afirmada veemência ou violência gestual, onde a figura humana tem uma presença marcada pelo dramatismo ou pelo humor, com influência sobre os "retornos" à figuração nos anos 60 e no neo-expressionismo dos anos 80 - e assim sucessivamente, até hoje. Aquela (possível) tradição nórdica passou pelo recurso a um primitivismo de referência à expressão infantil e marginal, para além da influência surrealista reactivada com irreverência: a fórmula era explosiva e foi-se mantendo acesa com dignidade. A boa relação com o período tardio de Picasso, descontando a relação deste com a história, parece outro dado aceitável.
O tempo de estudante na Academia de Amsterdão, 1940-43, era de ocupação alemã e a barbárie da Guerra está presente na sua pintura, "bárbara" e primitiva ou "naif", no sentido de directa e espontânea (?), mais pulsional que culta (pré-cultural). "Pinto como um bárbaro nos tempos da barbárie". O anti-Mondrian - Picasso (a "pintura conceptual") e a Arte Bruta de Dubuffet.
Já se disse que foi um dos três grandes nomes da pintura holandesa moderna : Van Gogh, Mondrian e Appel (já se sabe também que não há progresso em arte...).
A Gulbenkian acolheu uma pequena retrospectiva de Appel em 1981 - era o tempo certo, no então chamado regresso à pintura e à figuração -,
a Gal. Fernando Santos dedicou-lhe uma individual no Porto em 1997
e a Culturgest apresentou uma retrospectiva dos Cobra em 1996, com obras da colecção do Stedelijk Museum de Amsterdão.
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No Arquivo:
A notícia necrológica no Expresso de 13 de Maio de 2006
Karel Appel (1921-2006)
Nasceu em 1921 em Amsterdão e foi um dos três representantes da Holanda, com os também pintores Corneille e Constant, que se envolveram na criação do grupo Cobra, baptizado em Paris, no final de 1948, pelo poeta belga Chistian Dotremont na companhia do dinamarquês Asger Jorn. A palavra Cobra (que também se escreve CoBrA) resultava da junção das duas primeiras letras de Copenhaga e de Bruxelas mais o A de Amsterdão. Apesar duma actuação muito breve, foi um grupo ou movimento com repercussão no panorama internacional do pós-guerra.
Nele se associaram, com algum activismo panfletário, continuidades com os primeiros expressionismos nórdicos, uma influência surrealista de índole libertária ou heterodoxa, e a defesa de uma arte simples e espontânea, que buscava inspiração nas figurações infantis, na arte popular e na imaginação dos "loucos".
Os Cobra tiveram a consagração rápida de uma exposição conjunta no Stedelijk Museum de Amsterdão, em 1949, e dissolveram-se logo em 1951. Em Portugal a Culturgest dedicou-lhes uma mostra antológica em 1996.
Karel Appel, que faleceu no dia 3 em Zurique, foi uma das figuras mais emblemáticas do grupo, e manteve-se à margem de movimentações políticas quando outros aderiram à Internacional Situacionista. A sua obra tinha permanecido fiel a um imaginário poético directo e simplificado, com referência a formas animais e humanas, tornando-se popular sem perder a sua veemência expressiva.
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Uma nota sobre o "Catálogo Karel Appel"
Expresso Actual de 04-03-2000
KAREL Appel é um pintor holandês, nascido em 1921, que participou na fundação do grupo internacional Cobra, em 1948, ao lado de Corneille, Constant, Jorn e outros artistas, grupo ou movimento que foi apresentado em 1998 numa exposição na Culturgest. A pintura de Appel prolonga uma tradição nórdica expressionista recorrendo a uma afirmada veemência ou violência gestual, onde a figura humana tem uma presença marcada pelo dramatismo ou pelo humor, com influência sobre o retorno à figuração nos anos 60 e no neo-expressionismo dos anos 80. Em 1997, a Galeria Fernando Santos apresentou, no Porto, uma exposição individual de Karel Appel e, anteriormente, outras obras suas terão entrado em colecções nacionais.
Entretanto, a Fundação Karel Appel, que está organizar o catálogo «raisonné» da pintura do artista, anunciando a publicação de um primeiro volume relativo às obras dos anos 90, alargou a Portugal as diligências no sentido de localizar obras pertencentes a colecções privadas, com vista a assegurar a sua inclusão e reprodução naquela publicação. As respectivas referências deverão ser comunicadas à Galeria Fernando Santos
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