Na Gal. Graça Brandão:
"Wie gross und schön" (com trema) Trad.corrigida pelo leitor abaixo indicado: Assim
grande e bela - 2008, óleo s/ tela, 360 x 285 cm
(Wie groß und schön war Babylon! Und seht, da war es noch nicht Nacht Da sah die Welt die Folgen schon: Die Schönheit hatte sie so weit gebracht) salomon-song (Brecht/Weill)
exposição "Salão de Outono"
GALERIA GRAÇA BRANDÃO - LISBOA
Rua dos Caetanos, n.º 26
Tel: 21 346 91 83
www.galeriagracabrandao.com
Horário: de Terça a Sábado, das 11h às 20h
"Tudo parece surgir de um pântano e para ele regressar, mesmo quando o quadro se ergue a partir de um «áxis múndi», ou uma árvore (da vida?), estes sinais têm sempre algo de vertiginoso à sua beira, um poço, a marca, mais ou menos oculta, de um vórtice, tudo é precário num exercício, este sim, de desconstrução, não deliberada mas inevitável, inscrita na natureza das imagens e na materialidade da pintura. Há uma pilhagem predadora no conjunto destas imagens, uma espécie de expressividade anti-heróica que ajuda a disfarçar, modificando-as completamente, possíveis citações germânicas e mexicanas, dando-nos a ver uma pintura feita de imagens de uma desconfiança que nasce por dentro delas." José Luís Porfírio, Expresso Actual
"Trata-se de pintura, exclusivamente de pintura: personagens, cenários nocturnos, objectos, talvez mesmo animais ou seres de duvidosa proveniência amontoam-se em telas de diversos formatos, desde o muito grande até ao pequeníssimo. Retratos (sobretudo de si próprio), qualquer coisa que poderíamos chamar de pinturas de história e até mesmo uma minúscula "vanitas" de sabor holandês, onde não falta a caveira para nos avisar da morte que tudo nivelará. A referência aos géneros não é inocente: é que Gonçalo Pena apropria-se da história das imagens, ou melhor, das imagens da História e recria-as na sua obra, esvaziando-as contudo do seu contexto significante que nos permite classificá-las, catalogá-las e, até, dar-lhes um lugar estabelecido na nossa própria memória. Assim, estas imagens, estas personagens e cenas não passam de invólucros que, outrora cheios, estão agora vazios. A luz apocalíptica que banha cada obra é disso testemunho: estamos perante não exactamente um final da História da Arte, mas um arquivo onde, depois de se guardar nele toda essa história, as formas adquirissem vontade própria para se recombinarem a seu gosto." Luísa Soares de Oliveira, "As imagens que nos invadem", Público, Ípsilon, 29 de Novembro de 2008
"É importante que a arte nos desperte reacções e “Salão de Outono” fá-lo de forma genial. Um caleidoscópio psíquico, um carnaval de loucura num vasto número de temas, entre eles a revolução francesa. São obras épicas que despertam todos os sentidos e nos fazem descortinar a importância de cada elemento num infindável número de imagens desconexas. (...) Em “Salão de Outono”, Gonçalo Pena desvenda uma amálgama de incríveis personagens que remetem para Goya ou até mesmo Bosch. São pinturas de grandes ou minúsculas dimensões pejadas de elementos surrealistas, muitas delas em jeito de fábula. Principalmente nas telas em que observamos homens rodeados de répteis e elementos que aparentemente não fazem sentido estarem juntos. Figuras perturbadas que nos perturbam, olhares esgazeados, expressões assustadas e assustadoras." Elsa Garcia, Time Out, 1 de Dezembro de 2008
Obrigada pela citação. Receio que a tarefa desta semana seja bem menos agradável...
Posted by: Luisa | 12/08/2008 at 13:18
Wie gross und schön... assim grande e bela (o trema nem sempre se descobre nestes teclados). As minhas desculpas. (Wie groß und schön war Babylon! Und seht, da war es noch nicht Nacht Da sah die Welt die Folgen schon: Die Schönheit hatte sie so weit gebracht) salomon-song (Brecht/Weill)
Posted by: G. Pena | 12/16/2008 at 10:34
Sou eu que peço desculpa, e confesso a minha ignorância (mesmo que tivesse o trema, mesmo que já tivesse a tradução...). Mas não preciso de saber a estória e os intérpretes, as referências, as versões, para me interessar por um quadro. Basta-me saber que há uma história, um ou mais temas, literatura, muitas pistas eventualmente distribuídas à atenção, à perspicácia, à cultura geral ou especializada do espectador, disponíveis para uma "leitura" mais rica. Não me parece que neste caso, no seu caso, a pintura se torne um enigma ou uma charada a decifrar, nem que o receio de não saber corresponder aos sinais emitidos deva limitar a liberdade de abordagem. Aliás, a paródia dos conteúdos iconográficos e das estruturas de significação tradicional farão parte do jogo. Havendo informação facilitada, melhor. Parabéns, sempre.
Posted by: Alexandre Pomar | 12/16/2008 at 18:32