Peter Saul (a event from 2008)

Para quem acompanha há muitos anos Peter Saul como um dos grandes pintores norte-americanos da 2ª metade do século XX, é uma satisfação encontrá-lo referido ao lado de Poussin (!) no New York Times, a propósito da crise e do que já está em mudança nas artes:
ART: "Out With the Fat, in With the Hungry", by HOLLAND COTTER, December 19, 2008 : In the past eight years American art and American politics had a lot in common. Both favored big money, insularity and retrograde conservatism. Now come changes. (... ) Meanwhile here are some notable events from 2008, a year that may go into the history books as the first catastrophic fall, but also the first vital correction, for art in the new century. (...) http://www.nytimes.com

"REASCENDANT PAINTERS Judiciously scaled exhibitions of two artists too rarely seen in the United States were season highlights: “Poussin and Nature” at the Met, and the Peter Saul retrospective at the Orange County Museum of Art in California. Poussin turned Classicism into Romanticism, and gave Gustave Courbet ... a target to shoot at. Mr. Saul, our most scathing and elusive history painter, tackles global politics and personal weirdness with the same awful relish."

Peter Saul é desde os anos 60 o mais ácido e virulento pintor de imagens, um artista atento ao mundo em que vivemos e que acha que a pintura não deixou de ter meios para intervir no presente. Não é muito apreciado por um mundo dos museus que prefere o vazio decorativo, a destituição minimalista dos meios da arte ou as anedotas recuperáveis pelos salões mundanos. (Alguém o está a ver em Serralves,  por exemplo? Entre P.S. e um Christopher Wool, o museu faz as suas escolhas, sempre as mesmas...)

Peter Saul, "Bush at Abu Ghraib", 2006 (Acrylic on canvas, 198.1 x 228.6 cm) Hall Collection

Em 2008, Peter Saul teve uma importante retrospectiva (com apenas 32 paintings and 17 works on paper...), organizada pelo Orange County Museum of Art, Los Angeles, com comissariado de Dan Cameron, que foi acolhida depois no museu da Pennsylvania Academy of the Fine Arts (PAFA), em Filadelfia, até 4 Jan. Sempre pouco visto, sempre mostrado em museus periféricos, nos Estados Unidos e na Europa.

"Long considered the quintessential “bad boy” of postwar American art, Peter Saul (born 1934) is also among the most innovative and influential artists of his generation. PAFA is the only east coast stop for what will be the most comprehensive overview of Peter Saul’s career."

Peter Saul, "Cold Sweat", 1999 (Acrylic on canvas, 140.3 x 169.5 cm - Private collection, New York; courtesy David Nolan Gallery, New York)

Nunca foi uma pintura amável ou ensimesmada na pureza do plano ou da ideia, e foi-se tornando mais directa e mais legível, também mais crítica e agressiva, desde os anos 70.

“New China” (1965), colored pencil on paper, by Peter Saul (Foto NYT: Ken Showell/George Adams Gallery, New York)

Peter Saul, "Donald Duck Crucifixion", 1964 (Oil on canvas, 160 x 150 cm - Collection of Karin E. Tappendorf)

Aqui um bom texto crítico By Christopher Knight, July 4, 2008, Los Angeles Times http://www.latimes.com

E também há um bom Peter Saul dos primeiros tempos (da série do "Pato Donald") na Colecção Berardo... E eu já tinha publicado outras imagens de Peter Saul em  http://...multiplex.html a pretexto de uma montagem do MoMA (Multiplex 2007/08)

Comments

[Carlos Vidal]

Muito bem lembrado.

E o John Currin? Não?

Mereceria uma palavrinha (se tivesse alguma expo por aí)?

[Alexandre Pomar]

Currin não, obrigado (e não vejo quaisquer relações entre eles, além de pintarem "figuras"). Por acaso pude vê-lo em 1997 no MoMA, numa mostra de três novas figurações e três mais ou menos jovens artistas, que incluia tb Elizabeth Peyton e Luc Tuymans. Nem então nem na última exp. de sucesso e escândalo (?) me interessou aquela "pintura antiga". Já a Peyton valia a pena conhecer melhor por aqui, mas é o Tuymans que nos têm dado, porque é muito mais chato...
Por acaso, "Live Forever: Elizabeth Peyton", desde Agosto e até Jan. 09... is the first survey of Elizabeth Peyton's work in an American institution - the New Museum, NY, and will then travel to the Walker Art Center in Minneapolis; the Whitechapel Art Gallery in London; and the Bonnefantenmuseum, in Maastricht , The Netherlands...