África.Cont VIII
1 - Reunião de Câmara de 3 de Dezembro http://www.cm-lisboa.pt
Para António Costa, presidente da Câmara e subscritor da proposta aprovada, o Centro de Cultura Contemporânea Africana visa dar maior presença a este tipo de cultura ao mesmo tempo que se afirma Lisboa como “ponte entre a Europa e África”. O Centro deverá ser instalado nas Tercenas do Marquês, às Janelas Verdes, um conjunto edificado em estado de degradação que, assim, terá uma oportunidade de reabilitação. Nos termos da proposta, o que está em causa neste momento é “mandatar o presidente da Câmara de Lisboa para diligenciar pela criação do Centro”, numa parceria com o Governo, ou seja, nas palavras do autarca, a proposta deu “luz verde para negociações com o Governo para a reabilitação do edifício e posterior instalação do Centro”.
Segundo António Costa, existem já contactos com entidades ligadas à cultura (como as principais fundações), devendo também ser iniciados “contactos com empresas patrocinadoras. O autarca anunciou ter sido já escolhido o arquitecto tanzaniano David Adjaye para elaborar o estudo prévio deste Centro, que se chamará “Africa.cont”, devendo mais pormenores ser anunciados no dia 9 de Dezembro, num evento comemorativo do 1º aniversário da Cimeira EU-África, que teve lugar em Lisboa.
Esta proposta seria aprovada com os votos favoráveis de todas as formações políticas representadas na Câmara, com excepção dos vereadores da lista Lisboa Com Carmona e do PCP. O PSD, que votou favoravelmente a proposta, adverte, no entanto, pela voz do vereador Fernando Negrão, que “o presidente deve mostrar que a iniciativa é da Câmara e não do Governo”. Já Rúben de Carvalho justificou o voto negativo do PCP com o facto de “a Câmara desconhecer o projecto”, havendo apenas a indicação de o vir a conhecer ao serem os vereadores “convidados para um jantar no dia 9”. “O projecto até pode ter valor e constituir uma mais valia para a cidade, mas as coisas não podem ser feitas segundo esta metodologia que é, no mínimo, bizarra”, sintetizou o vereador comunista." (fim de citação)
http://www.cm-lisboa.pt
(*) A outra designação para a coisa é Centro de Arte Africana Contemporânea, segundo o Público e a agência Lusa, ou apenas Projecto África.Cont segundo se diz no convite oficial que recebi para o "jantar de apresentação", dia 9 às 21h, no Pavilhão de Portugal.
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2
Parte de um plano estratégico que não sei se está ainda em vigor (**) mas que consta de um documento oficial orientador da revisão do PDM: http://pdm.cm-lisboa.pt/rev_est5.html (***)
EQUIPAMENTOS CULTURAIS
Eixo Central
Apropriação de espaço na ala poente da Praça do Comércio para aí instalar o futuro núcleo pombalino do Museu da Cidade.
Recuperação e reconversão do Cinema S. Jorge, tornando-o numa sala de acolhimento de grandes eventos musicais e de cinema. Estabelecimento de parceria com a Cinemateca e articular com a programação numa lógica de complementaridade com o Parque Mayer.
Intervenção no Pavilhão Carlos Lopes atendendo à manutenção da Feira do Livro de Lisboa no Parque Eduardo VII, assumindo-o como um grande auditório para a cidade. <agora Museu do Desporto>
Recuperação e requalificação do Palácio Galveias relacionando as valências deste espaço municipal com o futuro centro cultural e comercial, mega-auditório, constituído pela Praça de Touros do Campo Pequeno e Museu Tauromáquico. Aprofundamento da parceria estratégica com a CULTURGEST.
Arte Fórum – galeria de exposições temporárias e espaço multiusos no complexo residencial de Entrecampos. <cancelado, certamente bem>
Recuperação e requalificação do Museu da Cidade, dos Pavilhões Branco e Preto e do próprio jardim, transformando-o um pólo cultural multidimensional a funcionar em complemento com o Museu Rafael Bordalo Pinheiro.
Eiixo Oriental
Construção e instalação da Biblioteca e Arquivo Municipal Central no Vale de Santo António, a Santos o Novo, centro cultural e pólo dinamizador de sinergias a criar (?!) já que o projecto de arquitectura e o seu programa potencializa essa realidade na articulação com o projecto de requalificação urbana.
Para o Pavilhão de Portugal importa alocar-lhe uma nova funcionalidade, marcadamente cultural. Deverá constituir uma proclamação da excelência da criatividade nacional e de boa prática de investimento e de gestão. A nova centralidade que emerge do Parque Expo projecta-se neste ícone da requalificação urbanística que é a logomarca de visibilidade universal da criação arquitectónica e da engenharia portuguesas.
Eixo Ocidental
A criação do Espaço de Arqueologia de Lisboa onde antes foi o Depósito Municipal da Av. da Índia.
Valorização e aprofundamento das parcerias estratégicas com o Museu Nacional de Arte Antiga, com a AIP-FIL, com a Administração do Porto de Lisboa, com o Museu da Marinha EDP, Museu da Electricidade, Museu da Fundação Oriente e com a Fundação Centro Cultural de Belém, para referir as principais.
Eixo Periférico
(...)
(**) Ainda não se falava aqui do Parque Mayer e do Museu do Design e da Moda, MUDE. Não se inclui o espaço (?) Boavista, todo um prédio na rua deste nome, parece que para jovens artistas, que ainda não abriu. Não se fala aqui da Fundação Arpad Szenes e Vieira da Silva, de que a CML é parceira e tem um presente envergonhado e um futuro incerto - ou da área do Convento de São Francisco onde se prevê (? - mas alguma coisa se prevê quanto tudo se anuncia...) a expansão do Museu do Chiado, dependente do Ministério mas um equipamento central da Baixa. Não se fala aqui da reactivação de equipamentos camarários centrais e de 1ª importância, entretanto marginalizados e despidos de meios de programação, como o Arquivo de Fotografia. E existe algum inventário programático mais actualizado?
Um projecto novo de grande dimensão exige o reexame do que está prometido, previsto e por fazer - e a reapreciação do que existe em más condições. Alguém começa a falar verdade e a prestar contas? A permanente corrida para a frente é uma táctica condenada ao fracasso.
(***) Quanto a CML e a sua vereação da cultura lança um programa intitulado "Estratégias para a Cultura em Lisboa" deveria partir de realidades (equipamentos, situações e programas - e é só fazer o trabalho de casa, mesmo através do google) em vez de vir propor fórmulas próprias da consultoria publicitária numa versão Lux-Frágil / Braço de Prata da sociologia cultural corrente: é uma grelha oca que vai de "Criar (Criação, Criatividade, Artes)" a "Representar (Identidade, Imagem, Imaginários)". Evitar-se-ia pelo menos a conversa sem rumo. O que se avalia ou discute tem de ser considerado a partir de materiais objectivos e de ideias - não basta palavras e "nomes". http://cultura.cm-lisboa.pt/ + http://dinamia.iscte.pt
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