Tinha-me esquecido por que nunca acompanhara o programa. Se o pretexto ou tema era o África.Cont, foi chocante a falta de preparação e a displicência, talvez tb a falta de meios. Zero de informação, nem a oficial, nem oficiosa, nenhum trabalho de casa, nem mesmo uma visita filmada ou só uma fotografia do local anunciado, as Tercenas do Marquês, nem o acesso às imagens do booklet que o Expresso divulgara uma semana antes.
Raquel Henriques da Silva está "contentíssima" com mais um centro de arte contemporânea e com o lugar, referindo a magnífica sala com abóbadas das Tercenas do Marquês (a que a ZDB usou em 2001? - ver: http://alexandrepomar....aqui ). Não percebi a posição que tomou, o Pais de Brito do Museu de Etnologia também não, e com tal leviandade de opinião não deu para perceber se conhecia o assunto ou se falava de cor. Mas pareceu-me querer distanciar-se do IPM (IMC) e dos seus problemas. Por altura da abertura do Museu Berardo no CCB fomos os dois ao Expresso da Meia Noite e nessa altura era veementemente contra: a defesa dos museus estatais era então a priorididade - agora já não é.
Uma boa notícia: o Museu de Etnologia vai ter uma exposição permanente (ou de longa duração), com uma sintese ds suas colecções. Até que enfim. Faltarão 4 meses?
Um erro, dois erros: o Museu Abade de Baçal, dito um dos melhores museus regionais, faz parte da lista de 29 museus sob a tutela do IPM-IMC. E quanto a Mértola não se fique com a ideia que são os poderes locais o sustentáculo do projecto - é por via da Universidade, e da cooperação entre Universidades de países próximos, do Ministério da Ciência e também da UE, que tem sido possível crescer.
Já o Museu de Ílhavo é um caso muito interessante, na cidade do autarca modelo do PSD (Ribau Esteves, secretário-geral de Menezes).
"Os prazeres das artes e das ideais" é o slogan do programa, maws neste caso soou a oco
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A LUSA FOI FAZER PERGUNTAS EM ÁFRICA
Lisboa, 13 Dez (Lusa) - A arte africana contemporânea já "merecia" um centro de divulgação como o "África.cont",a inaugurar em Lisboa em 2012, para apoiar a projecção da produção artística do continente, disseram à Lusa pintores e escultores lusófonos.
Para o artista plástico moçambicano Malangatana, a iniciativa é bem-vinda, mas o lugar da arte africana contemporânea deve ser ao lado da produzida na Europa ou Ásia.
"Aquilo que é de África deve ter lugar também na Gulbenkian ou outros centros de Arte Moderna (...) Muitas vezes tenho sentido que nós não cabemos numa galeria normal, por exemplo na Gulbenkian e outros centros de Arte Moderna, e não acho justo", disse à Lusa Malangatana, que apenas tinha ouvido ecos da criação do "Africa.cont".
O novo centro, defendeu, é "uma coisa de grande consciência", enquanto "lugar onde Moçambique, Angola ou Cabo Verde possam ver as suas obras expostas", mas também para a "tertúlia e o encontro, as discussões culturais"
"Não existe mais nada assim, actualmente, só o [Museu] de etnologia. Nada onde se pudesse contemplar não só o que é a arte ritual, mitológica, também a parte das artes actuais, a contemporaneidade", afirmou.
António Ole, artista plástico angolano, sublinhou as novas possibilidades para a divulgação das artes africanas, mas não a única.
"É uma como há muitas outras possibilidades e outras vias. Nos Estados Unidos, por exemplo, a maior curiosidade é saber o que se está a passar na arte contemporânea, não só de Angola, como de outros países do continente. Pode ser um contributo muito grande, só isso", disse à Lusa.
O artista angolano defendeu também que os próprios africanos apostem na criação dos seus próprios centros de divulgação, "porque as mega-exposições não deviam só passar-se no continente americano ou europeu". (...)
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