Exposição "BATALHA DE SOMBRAS" - COLECÇÃO DE FOTOGRAFIA PORTUGUESA DOS ANOS 50 DO MUSEU DO CHIADO
a inaugurar no MUSEU DO NEO-REALISMO - VILA FRANCA DE XIRA
sábado 7 de Março - até 14 de Junho de 2009
Foto de Fernando Taborda, "Estrada da Vida", 1954
Curadoria: Emília Tavares
Autores apresentados: Carlos Calvet, Gérard Castello-Lopes, Adelino Lyon de Castro, Frederico Pinheiro Chagas, Carlos Afonso Dias, Franklin Figueiredo, Fernando Lemos, João Martins, António Paixão, Victor Palla, Varela Pécurto, Eduardo Harrington Sena, Sena da Silva, Fernando Taborda.
Número de obras: 78
Documentação variada: Revistas, catálogos, manuscritos, diplomas, etc...
(publicado a 17 de Fevereiro de 2009: A seguir, os anos 50)
Sena da Silva, Retrato de Sá Nogueira, 1950
Na continuidade desta política de actualização dos acervos, foram incorporadas na colecção, através de aquisições e doações, um conjunto de obras fotográficas representativas das dinâmicas da fotografia portuguesa ao longo da década de 50, momento particularmente interessante e mal estudado da sua história.
A fotografia portuguesa, neste período, reflecte de forma ímpar muitas das dissonâncias e conflitos estéticos então vividos, que só podem ser lidos e entendidos em articulação e cruzamento permanente com todas as outras áreas da vida cultural, social e política neste período.
A “batalha de sombras” que estas imagem evocam, é a repercussão duma sociedade cada vez mais polarizada entre a perpetuação duma ilusão e o desengano, produzindo imagens ensombradas por uma cultura fotográfica e artística pouco debatida, ignorando-se mutuamente, e em que cada imagem é a expressão dum dilema entre a “arte pela arte” e as rupturas (im)possíveis em prol duma arte de dimensão e participação social e humanista.
Mais do que uma batalha entre tradição e inovação assistimos a uma ambivalência entre representação e apresentação, técnica e inspiração, alta e baixa cultura, estética e ética, arte e ideologia. Na década de 50, todas as dissonâncias e incoerências são o reflexo duma relação interrogativa, se bem que muitas vezes inconsciente, do objecto fotográfico face aos diversos entendimentos estéticos da cultura portuguesa, assim como da sua história.
Os autores e obras aqui apresentadas percorrem aspectos de grande diversidade, desde a fotografia amadora associativa e o meio salonista a ela associado, abordando a produção de autores inéditos, os amadores “anti-salonistas”, a fotografia no contexto dos movimentos neo-realista e surrealista, assim como a vocação ilustrativa e de inventário do objecto fotográfico.
A apresentação desta colecção de fotografia do MNAC-MC, assenta numa interrogação crítica de toda esta diversidade, permitindo a constatação de ritmos múltiplos na sua articulação, que levantam debates subjacentes ao objecto fotográfico de interesse generalizado actualizado, nacional e internacionalmente."
Varela Pécurto, "Viajante madrugador", 1957
Eduardo Harrington Sena, "Colaboração fotográfica", década de 50
(fotos dos sites dos Museus do Chiado e do Neo-Realismo, provas sem outras referências)
ver
www.museudochiado
museu do neo-realismo, V.F.Xira
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