(inacabado, não editado)
Chegou hoje ao fim a exposição Arquivo Universal, um blockbuster "revolucionário". Ficaram certamente por discutir publicamente a concepção e a eficácia possível de uma mostra que propunha que reflectíssemos sobre a origem, os caminhos e destinos da fotografia documental, embora tivessem faltado elementos mínimos para que o espectador razoavelmente informado pudesse acolher as "provas" expostas.
O "Guia da Exposição" redigido pelo comissário Jorge Ribalta deve ser considerado não um roteiro objectivo mas um texto polémico, saturado de afirmações que precisariam de ser contrariadas ponto por ponto, mesmo se há obviamente pistas a ter em conta num caso ou noutro.
Construído como o argumentário de um discurso teórico que se considera hoje hegemónico no seio do sistema universitário-museológico, mas que constantemente precisa ainda de se afirmar como o adversário de um outro discurso que é ficcionalmente definido como anteriormente hegemónico no campo da fotografia (o modernismo formalista que se consubstanciaria na prática do MoMA, através dos seus sucessivos directores), trata-se em grande medida de um confronto fantasmático e de uma estratégia de poder. Para conhecer o universo teórico em que se move o comissário catalão, pode consultar-se em especial a antologia que publicou em 2004 na col. Fotografía da Editorial Gustavo Gili sob o título Efecto Real, Debates posmodernos sobre fotografía, começando pelo respectivo prefácio "Para una cartografía de la actividad dotográfica posmoderna".
Entretanto, o que agora (me) importa é registar a incorporação de fotografias e edições fotográficas portuguesas na exposição. Terão faltado ao comissário condições (contratuais?) para uma mais completa reflexão sobre a fotografia documental em Portugal e por essas ou outras razões também não se deu conta de uma qualquer colaboração ou um aconselhamento nacionais. Em Barcelona, a mostra prolongou-se com um conjunto de encomendas a fotógrafos que além de abordarem a cidade e o seu presente traziam o horizonte cronológico daquela até à actualidade, enquanto aqui tudo se encerrou em meados dos anos 80, de um modo particularmente confuso: o subtítulo "Novas topografias, 1975-1988" aplicou-se a coisas substancialmente diferentes, como
Comments