A - Três imagens roubadas do Arquivo de Lisboa para lembrar o antigo Museu, encerrado e ameaçado:
Sala de Trás os Montes, Foto António Castelo Branco, 1948
Vista desde o exterior, foto Arnaldo Madureira, 1961
Paulo Catrica, "Perto do Museu de Arte Popular. Freguesia de Santa Maria de Belém, 17 de Fevereiro de 1999", da série "Lisboa Anos 90 - Imagens de Arquivo" - Todas as imagens Col. Arquivo Fotográfico Municipal
QUESTÃO 1: onde para (parou?) o processo de classificação iniciado ou proposto em 1989?
QUESTÃO 2: as pinturas e baixos-relevos decorativos são para fazer desaparecer ou ficam a reforçar a perspectiva nacionalista da língua?
B - ALGUMAS NOTÍCIAS
1 - POC 2008, antes e depois
"Museu da Língua em 2010"
08 | 05 | 2009
Destak/Lusa | [email protected]
O ministro da
Cultura, José António Pinto Ribeiro, afirmou hoje que o futuro Museu da
Língua Portuguesa deverá abrir em 2010, em Belém, Lisboa, e exortou à
criação de museus semelhantes nas capitais dos países da CPLP.
Hoje,
à margem da doação do arquivo do coronel Melo Antunes à Torre do Tombo,
o ministro da Cultura afirmou à agência Lusa que o Museu da Língua
Portuguesa, que ficará instalado no antigo Museu de Arte Popular,
deverá ficar concluído em 2010.
Segundo Pinto Ribeiro, o Museu da
Língua Portuguesa será "um museu interactivo, aberto e em diálogo com o
Museu da Língua de São Paulo [no Brasil] e com outros museus da língua
que se quer que venham a ser criados e constituídos na rede de cidades
dos países da CPLP".
Quinta-feira foi aprovada em Conselho de
Ministros a integração do Museu da Língua Portuguesa no espaço do
antigo Museu de Arte Popular, na zona de Belém, no âmbito da
requalificação da frente ribeirinha de Lisboa.
Fica assim escolhido
definitivamente o local do futuro museu dedicado à Língua Portuguesa,
depois de, em Maio de 2008, o ministro da Cultura ter anunciado que
iria rever a sua localização, tendo como hipótese a estação do Rossio.
"Portanto, era preciso refazer isso. E o que fizemos foi, como não era possível terminar aquela data, era integrar aquilo na frente Tejo e fazer isso", disse.
José António
Pinto Ribeiro referiu que as obras de impermeabilização do solo e
criação de uma rede de escoamentos de águas no antigo Museu de Arte
Popular terminaram em Fevereiro deste anos e que os trabalhos de
recuperação do edifício para acolher o futuro museu devem começar entre
Julho e Setembro.
De acordo com o Conselho de Ministros, o
extinto Museu de Arte Popular será reconvertido num "inovador e
contemporâneo espaço multimédia e centro privilegiado de promoção da
Língua Portuguesa".
A instalação do futuro Museu da Língua Portuguesa ficará a cargo da sociedade Frente Tejo, S.A..
O projecto do Museu Mar da Língua foi anunciado em Outubro de 2006 pela então ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima. O
Museu Mar da Língua Portuguesa - Centro Interpretativo das Descobertas
ocuparia os três mil metros quadrados do edifício do Museu de Arte
Popular com um espólio virtual.
O Museu de Arte Popular foi
construído em 1948 depois de ter sido pavilhão das regiões portuguesas
Exposição do Mundo Português e albergou até 1974 uma feira de
artesanato denominada "Mercado da Primavera". Passou depois a chamar-se
Mercado do Povo e foi desactivado em 1991 (**).
O espólio do Museu de Arte Popular foi transferido para o Museu de Etnologia.
(** Em actividade, com interrupções, até pelo menos 2001)
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-1 - diz e desdiz
30.01.2009 - Público/Última hora - Lusa
A deputada (Teresa Caeiro, CDS) indicou que também foram deixados cair projectos como o pólo em Portugal do Museu Hermitage (depois de um investimento de quase 2 milhões de euros numa exposição inicial) e o Museu do Mar da Língua.
Sobre este último, a dirigente do CDS-PP referiu que "numa primeira fase o ministro disse que teria de ser realizado até ao fim de 2008 para não perder verbas, depois quis fazer este museu na estação do Rossio, depois disse que propunha um restauro e renovação de todo o edifício do Museu de Arte Popular para aí instalar o Museu do Mar da Língua e finalmente desistiu do projecto".
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-2 : primeiro o restauro em 2008
19 Nov 2008 (Lusa) - O ministro da Cultura assegurou hoje que o reforço de 3,9 milhões de euros para o orçamento do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) em 2009 "vai estabilizar" a situação carenciada dos museus e palácios nacionais.
Pinto Ribeiro admitiu aos deputados que existiram atrasos nas obras nos museus de Évora e do Côa, mas que estarão concluídas em 31 de Dezembro deste ano. As obras do novo Museu dos Coches vão começar em breve e quanto ao Museu Mar da Língua Portuguesa o ministro disse que quando assumiu o cargo de ministro da Cultura, "apenas estavam executados dois por cento do projecto".
"Este projecto previa as obras de restauro do Museu de Arte Popular (em Belém), uma segunda fase de adaptação do espaço e uma terceira de instalação museológica. Decidi cancelar as duas fases seguintes, mas assim que forem concluídas as obras de restauro será criado outro projecto para o Museu Mar da Língua Portuguesa", indicou, precisando que o novo modelo será concebido em parceria com o Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, no Brasil.
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Uma galeria para a Colecção Berardo em 2005 (!!)
DN 9 ag. 2005 (o inspirador?)
O candidato do PS (à Câmara de Lisboa, M.M. Carrilho) defendeu que "o rio precisa de ser despoluído e tratado", tendo sublinhado que uma das suas prioridades será promover "uma maior aproximação entre as duas margens" e valorizar o percurso pedonal naquela zona. A criação de "um fórum ligado às actividades do rio" e o lançamento de um museu de arte contemporânea à beira-rio onde possa ser integrada a Colecção Joe Berardo - criando um novo módulo no Centro Cultural de Belém ou transformando o museu de arte popular junto ao Espelho d'Água - foram realçados.
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Uma exp. temporária em 2001 - a última?
"Museu de Arte Popular a passo de caracol"
22/11/2001
http://portugal-hotels.net/com/noticias.php?id=528&lg=pt
O título da exposição que os visitantes actualmente podem apreciar no Museu de Arte Popular, «Arte Pastoril - Espaços de Solidão», bem poderia servir para caracterizar as obras de recuperação daquele espaço. Orçados em cerca de 600 mil contos, os trabalhos vão sendo feitos em pequenas etapas, porque o dinheiro teima em surgir. Para já, o museu, em Belém, vai ver o seu tecto em madeira recuperado e impermeabilizado, seguindo-se depois os trabalhos que impeçam as infiltrações de água (frequentes, dada a localização do edifício, junto ao Tejo). Todo o restante projecto de restauração do edifício vai ter de continuar a esperar que as verbas vão caindo a conta-gotas, tal como agora sucede no seu interior com a chuva. Construído em 1940 para a Exposição do Mundo Português, o museu foi alvo de uma remodelação oito anos mais tarde, mantendo ainda hoje no seu interior o espólio que foi acumulando.
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