Petição pública em defesa do Museu de Arte Popular
A petição decorre em http://www.PetitionOnline.com/MAP/petition.html
Carta Aberta a Sua Ex.ª o Primeiro Ministro
No passado dia 7 de Maio, uma resolução do Conselho de Ministros confirmou a decisão de instalar no edifício do Museu de Arte Popular um novo Museu da Língua. Esta decisão obriga-nos, neste momento, a manifestarmo-nos publicamente. Por preocupação com um património histórico único e em defesa daquilo que fomos, somos e queremos ser.
Assim, apelamos a uma reflexão e intervenção do Estado no sentido de:
- preservar um espaço museológico e respectivo espólio únicos, memória da Exposição do Mundo Português e da criação popular portuguesa;
- criar condições para a renovação do seu projecto, conservando-lhe a memória mas adaptando-o a uma fruição contemporânea - tal como acontece hoje com tantos museus de êxito dedicados a temática semelhante pelo mundo fora;
- incentivar o estudo e a divulgação da arte popular portuguesa que, da cerâmica à ourivesaria, passando pela extraordinária produção têxtil (para citar apenas algumas das mais notórias áreas artesanais portuguesas), é ainda marca portuguesa reconhecida internacionalmente;
- estimular, através da “montra” importantíssima que pode ser este museu, com gosto conhecedor, criterioso e exigente, a produção artesanal portuguesa, uma actividade com novas potencialidades económicas num mercado global de nichos, que pede qualidade e especialidade.
- possibilitar que este museu se torne a plataforma inovadora de ligação entre o saber dos velhos artesãos que neste preciso momento se perde, sem transmissão, e a apetência de toda uma nova geração de designers e artesãos;
- salvaguardar um museu que, dada a sua temática capaz de atrair a atenção dos numerosos turistas que nos visitam, será um complemento precioso para a zona de Belém que se pretende requalificar e que ele ajudará a enriquecer;
Não somos contra o Museu da Língua. Mas não compreendemos porque razão o nascimento de um novo museu deve implicar a destruição de um outro. Acreditamos que ambos os Museus podem ser uma afirmação importante da nossa identidade. Porque um país é feito da sua memória, certamente, mas sobretudo da sua capacidade em saber entendê-la e aproveitá-la, exibindo e estimulando o poder criativo de uma identidade. Não temos dúvidas que o Museu de Arte Popular ainda pode vir a ser um objecto instigante de conhecimento, reflexão e acção. Assim ele se torne de facto um museu vivo.
publicado em http://museuartepopular.blogspot.com/2009/05/peticao-decorre-em-httpwww.html
e é um magnífico texto que orienta a defesa histórica e patrimonial do MAP numa renovadora direcção: a modernização do Museu e a sua ligação a novas propostas de ordem económica e cultural
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Ver aqui ( http://alexandrepomar.typepad.com) "A Língua do Mundo Português (memória de 1940)" um artigo sobre a Resolução do Conselho de Ministros de 7 de Maio que manda a Sociedade Frente Tejo intervir no MAP para o transformar em MLP, mas não extinguiu o MAP nem instituiu o ML. Uma proeza de malabarismo jurídico sem rectaguarda cultural e política.
A Resolução do Conselho de Ministros de 7 de Maio, publicada no Diário da República de 27 de Maio (nº 42/2009) foi transcrita e comentada aqui: MAP CM DR 27 de Maio : "O Museu de Arte Popular continua (apesar do CM)"
Os museus são edifícios para relembrar a cultura de um povo, pois um museu de "arte popular" também é um marco
da cultura portuguesa/açoreana.
Posted by: Luis A Prenda | 02/02/2010 at 10:52