No CCB / Museu Colecção Berardo: MIKAEL LEVIN - "Cristina's Story" (instalação). até 8 Nov.
A NÃO PERDER: é uma grande candidata a ser a melhor individual do ano, a grande descoberta da temporada, etc
Untitled (from Cristina's History - Bissau), 2003. Silver print, 15 x 18 inches.
Polónia, Lisboa, Bissau, três etapas e três/quatro gerações; a diáspora judaica, a história do século XX e histórias pessoais, as da família do próprio autor; a realidade, os seus sinais ou vestígios e a arte (a realidade é maior que a arte - e a abertura nessa direcção é aqui a qualidade primeira); as imagens, fixas e projectadas, e o texto que as acompanha são dados, objectos ou informações distintas e dissemelhantes e os seus tempos não coincidem - a relação entre ambos, texto e imagem, é instável, fragmentária, movediça e é essa incerteza que atribui uma maior densidade ao que se observa e ouve. Ainda não encontrei ninguém que tenha visto esta exposição-instalação, que me parece ter uma importância e uma qualidade raras; mas as pessoas do mundo da arte não visitam exposições, frequentam inaugurações. Estamos longe da arte praticada como jogo social e convenção disciplinar onde vão a par a gratuitidade da invenção formal e a vacuidade conceptual; aqui, o "projecto" e todos os meios envolvidos convergem e organizam-se metodicamente para fazer dos materiais de exposição pistas possíveis para uma exploração do mundo e da história. Meros fragmentos mais ou menos reconhecíveis, objectos que podem ser documentos históricos, testemunhos factuais, observações aleatórias ou construções ficcionais, eles podem (ou não - depende do envolvimento do espectador) dar passagem ao interesse por uma história ou por um presente que são sempre maiores do que os vestígios ou as pistas que nos oferecem. A história de Cristina não é uma narrativa linear ou unívoca, e, aliás, Cristina é uma personagem ausente destas histórias que se inscrevem na história maior. Tudo se escapa entre os dedos embora tudo esteja disponível para aprofundar outras sucessivas investigações, que passam ou poderiam passar pelos marranos portugueses e a descoberta da sua história de clandestinidade; ou a posição de Portugal face aos países beligerantes na 2ª guerra,etc, etc. A arte é aqui uma qualificação posta em dúvida, como convém, face à gravidade dos acontecimentos referidos ou vividos pelos discretos personagens de M.L. e perante o esvaziamento habitual do significado das práticas artísticas.
o "I" tinha dado notícia, e não vi apesar de ser agora o jornal mais visto:
http://www.ionline.pt/conteudo/20615-mikael-levin-diaspora-tambem-passa-em-portugal
e a AMÁLIA, mais uma notável exp.!
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e na 111:
Na Módulo: ANA TELHADO - "Pooja Magma" (Guiné). até 14 Nov.
http://www.anatelhado.net/main.html
Pooja Magma, 2008 | silver & gelatin emulsion. 40cm x 40cm
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Galeria Paroline Pagès: MARIA CONDADO - "Jardim Botânico". até 31 Out (último dia).
By this river, 2009. Oil on canvas. 160 x 200 cm
ver nota: aqui
http://www.carolinepages.com/index/114599
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