( Depois de votar é que vi o programa. Questão de passados e proximidades. Até não tinha nada de pessoal contra o S.L., pelo contrário (um ou outro amigo e/ou conhecido comum, e alguma atenção a uma diligência cultural privada): ofereceu-nos uns "anos de ouro" na SEC (ver índice de 1990) que deram pano para grandes animações jornalísticas e políticas, quando havia debates publicados, e nunca tentou, pelo que sei, ao contrário do outro (assessorado por "amigos" comuns), impor o silêncio e impedir-me de trabalhar, a mim e colaboradores próximos.
Era preciso, para votar, passar adiante, semi-cerrar os olhos a várias coisas desagradáveis ou chocantes, recentes e em curso ou só anunciadas, ignorar as pessoas envolvidas (porquê?), e do mal o menos. O marketing funcionou, ainda bem. Esmiuçar o programa não serviria para nada, depois de uma primeira visita desagradada às chamadas "Estratégias para a cultura", trocando-se a política pela sociologia das marcas e a gestão empresarial (Dinâmia/ISCTE).
Fica aqui o programa para memória futura, com o capítulo específico e aparições sectoriais. As generalidades são constantes, quando o que importava era construir desde logo um inventário de existências e urgências (equipamentos e carências básicas de meios) e abrir linhas de revisão de políticas. ) Mas há alguns tópicos a reter:
Museus e equiparáveis são referidos seis, cinco deles novos:
O da Cidade, para reequacionar e renovar -
O MUDE
(design e moda comprados ao Francisco Capelo)- O Africa.Cont, que não é um museu, mas quer ser um pólo “pós-colonial” perto das Docas
- Outro com a temática da República e da Resistência, no Aljube
- Mais o da da Comunidade Judaica, e o da Cidade Islâmica... Um fartote de promessas vaguíssimas, mas
não há uma palavra sobre o Museu/Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva, que teve inicial apoio da CML (desde o Abecasis) e está agora ameaçado de fechar... (António Vitorino preside à administração, mas tem mais em que pensar).
e, já agora, a CML "detém" uma das mais importantes casas da fotografia do país (o Arquivo Fotográfico do Arquivo Municipal de Lisboa...) que depois de servir de base ao Mês da Fotografia de 2003 e 2005 (gestão Santana Lopes, Maria Manuel Pinto Barbosa, J. Monterroso Teixeira) foi deixado sem meios de subsistência. (Pior ou melhor programado, o Mês até exportou o director Sérgio Mah para Madrid...)
Mas dias antes dos votos, a CML anunciou com pompa e ridículo uma "Bienal Portugal Arte 2010"
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PS, Lisboa Programa de Governo (da cidade)
(…) Uma oportunidade para a cultura
A política cultural do Município deve ter como objectivo principal a viabilização das condições para que a criação e a fruição cultural possam acontecer em toda a sua diversidade. Implica, por isso, uma intervenção de natureza sectorial relacionada com a criação, produção, difusão, valorização dos bens e serviços culturais propriamente ditos nos domínios do património e das artes; e, por outro lado, por uma intervenção de natureza transversal, que exige uma articulação estreita, quer com os domínios da educação, da economia, do urbanismo, do turismo, da acção social, da juventude e demais sectores objecto de intervenção local, quer com as estratégias globais de desenvolvimento do concelho e da cidade e da respectiva inserção em contextos territoriais mais alargados de âmbito regional, nacional e internacional.
Medidas e projectos a desenvolver:
1 - Promover o ordenamento territorial, programático e organizativo dos equipamentos e projectos culturais do Município:
• Reestruturar e requalificar a rede de bibliotecas municipais, prosseguindo com os projectos em curso de reabilitação das bibliotecas de Alvalade, Belém, Benfica, Galveias, Marvila e reforçando as bibliotecas itinerantes.
• Requalificar os arquivos municipais e dotá-los das condições físicas e operacionais adequadas à sua missão de preservação da memória e aos desafios e exigências da sociedade contemporânea.
• Reequacionar o conceito e renovar o projecto do Museu da Cidade, renovando o espaço físico e conteúdos museológicos, valorizar a sua missão de afirmação da cidade e divulgação do seu património histórico e cultural.
• Definir os modelos institucionais e organizativos do MUDE – Museu do Design e da Moda e do Africa.Cont, bem como promover as parcerias necessárias para permitir o desenvolvimento e projecção das suas actividades.
• Valorizar e consolidar os meios organizativos e financeiros da Casa Fernando Pessoa.
• Implementar o projecto urbanístico para o Parque Mayer, aprovado durante este mandato após processo de discussão pública.
• Implementar o projecto de criação, no Aljube, de um museu dedicado à temática da República e da Resistência.
• Consolidar a missão e o funcionamento dos teatros municipais.
• Consolidar a missão e o funcionamento das galerias municipais.
• Definir e completar a infra-estruturação cultural da cidade em termos dos vários equipamentos de proximidade, designadamente bibliotecas, centros culturais, espaços cénicos, centros de estudos e acesso internet.
• Formalizar a candidatura do Fado a património cultural imaterial da Humanidade e organizar a campanha internacional necessária à sua aprovação pela UNESCO.
2 - Cuidar do património, valorizar e divulgar a sua multiplicidade, tanto na dimensão monumental, como na singularidade das pequenas perspectivas, dos recantos, dos ambientes humanos:
• Dinamizar a criação e a divulgação e fruição dos diversos roteiros temáticos das várias instituições públicas e privadas da cidade, disponibilizá-los através dos vários suportes e formatos comunicacionais (papel, internet, MP3, visitas guiadas).
• Criar, em parceria com as várias universidades de Lisboa, uma estrutura multidisciplinar para salvaguarda, conservação e partilha de conhecimentos relacionados com os valores construtivos, a conservação patrimonial, o ‘saber fazer’ relativo à integração do antigo e do moderno na reabilitação patrimonial e urbana.
• Reforçar as medidas de recuperação do património do Município e afectando, sempre que possível, a iniciativas ligadas às artes (espaços para ateliês ou espaços culturais de proximidade).
• Prosseguir com a candidatura da Baixa-Chiado a património da humanidade.
• Instituir o Prémio Municipal de Arquitectura para a Reabilitação Urbana, prémio da ‘boas práticas’ de recuperação patrimonial a atribuir em simultâneo com o Prémio Valmor.
3 - Consolidar e potenciar a oferta artística, cultural e científica da cidade, e a sua procura:
• Consolidar o mapa dos vários festivais, festas e eventos da cidade, de iniciativa pública ou privada, promovendo a clarificação das respectivas missões e especificidades, consolidando apoios e articulando a calendarização e estratégias de promoção nacional e internacional.
• Consolidar as Festas de Lisboa no sentido de as tornar cada vez mais um evento que reflicta a multiplicidade e diversidade das actuais dinâmicas culturais da cidade, nomeadamente as manifestações da cultura erudita e da cultura popular, as manifestações culturais das várias comunidades étnicas que nela residem, a arte efémera, a arte dos amadores.
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Espaço público e a melhoria dos bairros
(…)
Cultura e dinamização da vida local
• Incentivo do uso partilhado dos equipamentos públicos nos bairros, promovendo o cruzamento e diversificação dos horários, nomeadamente em escolas, museus, bibliotecas, centros culturais, teatros municipais, piscinas, campos de jogos, ginásios e pavilhões desportivos.
• Articulação dos serviços municipais com as associações e colectividades locais, de modo a aproveitar o potencial de voluntariado em benefício da vida de bairro e das acções de responsabilidade social de empresas.
• Criação de uma rede de centros culturais de base local, espaços para experimentação e manifestações culturais descentralizadas de qualidade, assim como para o desenvolvimento de projectos de intervenção e animação urbana.
Estes espaços deverão ser espaços de cultura, de participação cívica e de educação, ancorados na realidade socioeconómica em que estão inseridos e promotores da coesão social das respectivas comunidades. O modelo de gestão destes centros assentará essencialmente em parcerias estabelecidas entre agentes locais e serão instalados em estruturas pré-existentes.
• Apoio à promoção e divulgação das iniciativas das associações culturais da cidade, com a aplicação rigorosa do Regulamento de atribuição de apoios, aprovado neste mandato.
• Incentivo à Arte Pública, através da realização de uma programação de artes visuais, performativas, cinematográficas, de natureza efémera ou permanente, nos espaços públicos da cidade. Alargamento da experiência iniciada com a Galeria de Arte Urbana da Calçada da Glória.
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Inclusão social e interculturalidade
(…)
Políticas de apoio à diversidade e às minorias
Assumimos que a diversidade e o cosmopolitismo são elementos enriquecedores da cidade. O acolhimento de comunidades diversas, o reconhecimento da diferença e a valorização dos que nos procuram é um modo de enriquecer a experiência de vida de todos, em que a cidade investirá decididamente. Lisboa, é hoje, como sempre foi, uma cidade intercultural. O posicionamento geo-estratégico da cidade de Lisboa dita-lhe a condição que sempre teve de encruzilhada entre a Europa, o Mediterrâneo e o Atlântico, ponto de chegadas e de partidas, lugar de trocas e encontros de culturas, espaço de tolerância e de diversidade. Por outro lado, as cidades, como os indivíduos, são portadoras de identidades múltiplas, plurais e híbridas e a diversidade de culturas, de expressões, de práticas, linguagens e conteúdos artísticos e culturais deve ser um bem essencial a preservar e a promover nas várias dimensões das políticas de cidade.
No que respeita às comunidades imigrantes, promoveremos o desenvolvimento social integrado e sem exclusão, e a resolução dos problemas específicos que afectam estas comunidades residentes em Lisboa, garantindo os seus direitos de cidadania, nomeadamente através das seguintes acções:
• Prosseguir o diálogo intercultural, através da mobilização dos representantes das comunidades imigrantes, das associações que trabalham na cidade e do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural e com o Conselho Municipal para a Interculturalidade e Cidadania, de natureza consultiva e com funcionamento permanente.
• Prosseguir com os projectos dos Museus da Comunidade Judaica, da Cidade Islâmica e do Africa.Cont, estabelecendo as parcerias necessárias à promoção das suas actividades.
(...)
• Desenvolver acções de sensibilização das crianças para a temática da interculturalidade através de iniciativas dirigidas aos alunos do pré-escolar e do 1º ciclo.
• Lançar um programa de ensino da Língua Portuguesa para uma melhor integração dos imigrantes na vida da cidade.
Assim, o sentimento de inclusão e de respeito pela diferença deve também dirigir-se às minorias culturais, étnicas ou de orientação sexual, com valorização das respectivas identidades e tradições culturais e divulgação das mesmas junto das restantes comunidades, com medidas como:
• Apoio a associações e iniciativas culturais;
• Integração de ciclos de músicas do mundo no programa das Festas de Lisboa;
• Divulgação de símbolos públicos dessas comunidades em locais centrais da cidade; • Apoio a iniciativas que promovam a não discriminação e a não-violência contra a diferença.
Destaca-se ainda a criação do Fórum da Interculturalidade, um espaço com a função de desenvolver uma rede entre associações, comunidades e pessoas dedicadas a promover o diálogo intercultural e transcultural. O Fórum deverá acolher um centro de informação, intercâmbio e cooperação cultural e técnica, de forma a contribuir para um melhor conhecimento e visibilidade das expressões culturais e artísticas, dos eventos sociais e religiosos, das várias comunidades que co-habitam a cidade. Será também responsável por um serviço de mediação da oferta e procura de eventos, relações ou intercâmbios e residências artísticas, assim como lançará periodicamente concursos para projectos de criação e produção artística, que estejam interessados em utilizar espaços municipais.
# Uma cidade de jovens e estudantes
Lisboa tem uma grande população universitária que importa fixar e deve promover a ligação dos jovens à cidade e facilitar o dinamismo da iniciativa empreendedora das camadas mais jovens da população. Para tal propósito, propomos um conjunto de medidas, em diálogo com as organizações e associações de juventude:
• Disponibilização de espaços devolutos para a instalação de indústrias criativas e para a actividade cultural de espontânea iniciativa juvenil, designadamente a prática musical;
• Inclusão de um programa de jovens bandas no programa das Festas da Cidade, e o apoio a um festival de música jovem;
(…)
Reforço da base económica e estímulo da actividade económica
Dois núcleos de actividades têm emergido nos últimos anos, oferecendo grande potencial de crescimento e geração de emprego – são as indústrias ligadas ao conhecimento e à criatividade e as indústrias do turismo - e o Município deve continuar preparado para os incentivar e apoiar o seu desenvolvimento.
As indústrias ligadas ao conhecimento e à criatividade (sectores tecnologicamente mais avançados e indústrias criativas) beneficiam da concentração de instituições ligadas à investigação e de recursos humanos qualificados, em resultado do forte peso que a comunidade universitária tem na Cidade.
Pretendemos:
• Potenciar as redes, infra-estruturas e espaços aptos ao desenvolvimento destas actividades, facilitar a transposição da investigação académica para a produção de bens e serviços transaccionáveis e assegurar as condições para atrair e fixar competências.
• Promover a vocação mobilizadora, mediadora e globalizante da cultura e do conhecimento, facilitando a emergência de um ambiente criativo, disponibilizando espaços e equipamentos aos criadores, valorizando, diferenciando e articulando as escalas territoriais no âmbito da qual a cultura acontece, ajudando a criar novos públicos e contribuindo para uma vida urbana diversa e dinâmica.
• Reforçar a aposta na promoção de eventos e festas, como momentos de encontro e celebração da diversidade, que operem igualmente como elementos de identificação dos residentes com a cidade e como factores de atracção de visitantes. Deverá ser consolidada a vocação de Lisboa como receptora e produtora de grandes eventos nacionais e internacionais na área da cultura, da ciência e do desporto.
• Definir e promover o desenvolvimento de eixos/pólos territoriais onde existe já uma concentração de equipamentos e actividades culturais e artísticas (como a Av. Liberdade, Bairro Alto-Chiado, Parque Nações, Santos-Belém-Ajuda), melhorando as condições de acesso, mobilidade, divulgação e comunicação, segurança.
• Promover a articulação informal entre as diversas programações performativas e expositivas que ocorrem na cidade, de iniciativa privada ou pública (central e autárquica), para promover uma maior diversidade artística e cultural e criar uma escala e massa crítica para a projecção internacional das iniciativas, artistas e agentes culturais da cidade.
• Apoiar, em colaboração com outras instituições públicas e privadas, o desenvolvimento integrado e à escala metropolitana das indústrias criativas, nomeadamente através da articulação das estratégias que lhes dirigidas, da definição e concretização dos mecanismos económicos, financeiros, logísticos e institucionais facilitadores do seu bom desempenho.
• Apoiar a realização de eventos ligado à moda, designadamente trazer de volta a Moda Lisboa para a cidade.
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E para comparar, o inefável Rui Rio, no Porto, ao vivo e entrevistado para o Público (7 Out.?) por um Artur Santos Silva necessariamente cordato. Pelos vistos, é no Porto que a cultura é tema de discussão, e o personagem sabe que hostilizar os meios culturais lhe assegura votos. Claro que o que conta é a acção nos bairros, o apoio aos "lazeres" (carros e aviões), e a auto-complacência dominante nos guetos culturais de ponta da cidade (Serralves, Casa da Música e TNSJ). Estão todos felizes assim.
O Governo recentemente disse "eu não gastei o que devia na cultura, não dei a importância que devia"...
E conseguiu com isso ganhar as eleições.
Eu acho que a câmara devia fazer bastante mais em relação à área cultural. Pensa mudar a prioridade dada à cultura ou não?
Não penso mudar o discurso relativamente a isso e nessa matéria o discurso é decisivo. Ou seja, se eu falar disso dia sim, dia não, dirão que há uma grande actividade cultural. E não vamos confundir o que é lazer com cultura. Nos sectores que se dizem intelectuais, de esquerda, confundem tudo. Como eu costumo dizer, alguém pega numa viola, toca três acordes e aquilo é cultura. Na questão do lazer, o que se passava na cidade do Porto antes de eu chegar à câmara, nomeadamente com a Culturporto, é o que classifico de miserável. Não tem comparação possível com o que fazemos agora.
Recordo que na grande festa de passagem de ano, que correspondia à passagem do milénio, a câmara não conseguiu sequer fazer o fogo-de-artifício que tão bem conseguia fazer, porque eram pirotécnicos de elevada categoria do ponto de vista político. Lançou umas bichinhas-de-rabiar e a passagem do milénio passou de 31 de Dezembro para o Dia de Reis. Quando cheguei à câmara, nem o São João conseguiam organizar, tinha de ser feito a partir do gabinete da câmara. Para não falar do Red Bull, das corridas da Boavista, dos concertos que se fazem, da interacção com a parte desportiva. Não tem comparação.
Dou nota francamente positiva àquilo que nós fazemos e dou duplamente negativa ao que faziam - porque não faziam nada e diziam que faziam e gastavam um dinheirão a fazer propaganda. Eram muito maus na matéria do lazer, a que eles também chamam cultura. O Pedro Abrunhosa salta para o palco, insulta o primeiro-ministro e o Presidente da República e chamam cultura. Essa cultura é a deles, não tem nada que ver com a minha.
Passamos para o patamar da cultura. Pode-se fazer mais? Pode. Pode-se fazer melhor? Pode. Pode-se fazer melhor do que o que eles faziam? Não, já faço melhor do que eles faziam há muito tempo. Agora, sabe perfeitamente que há uma interacção entre esses ditos agentes culturais e a comunicação social e, portanto, se houver subsídios diz-se bem de mim no primeiro ano e no segundo dir-se-á um pouco menos bem porque querem mais subsídio. Digam mal de mim todos os dias, não dou subsídios para dizerem bem de mim. Conseguiram eles fazer os Serões da Bonjóia, em que todas as quintas-feiras, sem excepção, se abordam todos os temas que possa imaginar?
Mas eu acho que deve fazer muito mais e gerando mais articulação com instituições da cidade que precisam da câmara.
Querem subsídios?
Não é o problema dos subsídios. É saber ser mais pró-activa no sentido de estabelecer parcerias, porque há muitas instituições na cidade que é importante que se afirmem. Acho que pode fazer mais. A Fundação Eugénio de Andrade tem um papel importante relativamente a um dos ícones da nossa cultura. Penso que a câmara faz muito pouco para ajudar esta instituição. Uma ideia que já foi lançada, a de tentar valorizar o legado do António Nobre, um dos maiores poetas portugueses, não foi devidamente acarinhada. São exemplos.
Relativamente ao que a câmara fez só falei dos Serões da Bonjóia, ficaram dezenas de coisas por dizer. A dita esquerda tem a mania que tem o património da cultura e eu por acaso até acho que na maior parte das coisas tem um património anticultural.
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