Fica melhor a Praça com árvores:
Foto Eduardo Portugal
Foto de Manoel Joaquim Florenço (1884-1962), agora em exposição na galeria P4 Photography (até 11 Nov. - ver catálogo em http://issuu.com/p4live/docs/2009_09_28_out_of_the_box
(aqui copiado numa versão demasiado contrastada...)
e uma gravura de data e origem desconhecidas encontrada no Google...
O Projecto de Requalificação Urbanística do Terreiro do Paço já não está em debate (http://anossalisboa.cm-lisboa.pt), está em obra. Aqui se diz que as árvores existiram entre 1904 e 1911, o que parece uma falsa informação atendendo às fotos acima (finais dos anos 10 ou mesmo dos anos 20?). Curiosamente era a opção em vigor à data da implantação da República que agora se quer comemorar sem árvores...
O arq. Bruno Soares, responsável pelo "desenho", é um respeitado especialista em urbanismo, mas as razões e as imagens visíveis nos painéis das obras não convencem. Falta sombra, faltam meios para tornar habitável o espaço - sobram sol, calor, "escala" e teorias. Já se vê pelo que já se fez. Passadas as questões eleitorais, vencida a disputa, valeria a pena reconsiderar.
O minimalismo arquitectónico que secou a Av. dos Aliados no Porto (Siza e Souto de Moura) e o passeio marginal de Matosinhos (Souto de Moura), por exemplo, é uma moda de design preguiçoso, que sacrifica os transeuntes à fotografia. Os arquitectos passam de carro... e o cidadão fica sem maneira de se abrigar ou sentar.
A Praça do Comércio despida (sem automóveis estacionados) lembra o antigo Terreiro do Paço, mas de bom grado se trocariam a "memória" e a "traça primitiva" por um uso colectivo e conforme com o tempo de hoje. Lembra espaço para feiras e para autos-da-fé (tb eram na Igreja de São Domingos, no Rossio, etc), lembra paradas militares, coisas de ontem. E os reis já não chegam pelo Cais das Colunas.
A ideia de uma praça de representação (do Poder) é autoritária. Uma praça de fruição colectiva (com comércio e espaços de lazer swob as arcadas, com esplanadas, árvores, talvez jardim à volta da estátua central) era bem melhor.
Procurando no arquivo fotográfico da CML dá a impressão que foram diminuindo até desaparecerem em 1926 ou por aí.
Posted by: Rosa | 10/17/2009 at 18:37