Duas exposições de fotografia entram nos morros periféricos do Rio de Janeiro.
Na 3+1 Arte Contemporânea, PEDRO LOBO e "Favelas"
Um olhar muito atento à paisagem social, através da construção arquitectónica dos espaços, de um brasileiro de longo precurso (Prémio Marc Ferrez, de 1993) agora radicado em Portugal
3ª feira a Sábado / 12h30 - 20h / Rua António Maria Cardoso, 31 / Até 5 Dez. / http://www.3m1arte.com
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KGaleria, GANGLAND, de João Pina
a viagem ao interior das favelas, na intimidade da luta armada, por um jovem fotógrafo da Kameraphoto (Prémio de Fotojornalismo Visão 2003, 2004, 2005, 2007 e 2008), numa série de imagens em parte publicada na New Yorker
Rua da Vinha 43A – Bairro Alto / 2ª a 6ª 10h - 18h e Sáb. 14h - 19h / Até 30 Nov. http://www.kameraphoto.com/kgallery
PEDRO LOBO
JOÃO PINA
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Um trabalha a cores e com a câmara de grande formato, fazendo das arquitecturas (exteriores e interiores) a pista de acesso ao território em estudo - trata-se de peças ou páginas de um ensaio. É a observação lenta de uma ordem própria sob a expressão do caos, uma geometria autoconstruída, a entender seguindo os códigos da sua específica (ir)racionalidade. "Arquitectura de sobrevivência", "estratégias de sobrevivência", segundo os títulos de anteriores mostras.
O Museu Regional de Beja editou em Setembro um pequeno catálogo/livro com um conjunto mais amplo de trabalhos de Pedro Lobo, que também se mostraram no Museu Municipal de Estremoz.
Imprimindo num preto e branco clássico um trabalho de reportagem desenvolvido no interior da favela, João Pina explora um cenário de guerra com uma proximidade rara - e difícil. O que parece um filme de acção, é a acção real e crua que constitui a realidade do bairro, vivida entre gangs e polícias.
As abordagens complementam-se no seu contraste radical e mostram como a fotografia pode ser, pode continuar a ser um meio de explorar e talvez de mudar o mundo. A designação como arte vem a seguir, como condição de eficácia. Mas parece ser pela fotografia que a arte de hoje se afirma mais convictamente como necessária.
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