O espólio de António Variações estará à venda em leilão dia 12, quinta, no CCB às 21h, e por enquanto, até 4ª,pode ver-se na P4ArtGallery ou P4Live Auctions ou P4Photography: www.p4liveauctions.com
O catálogo em linha: issuu.com/p4live
Depois das fotografias de Victor Palla que mudaram o que se conhecia do co-autor de Lisboa, Cidade Triste e Alegre, depois das fotografias de João Cutileiro que somaram um fotógrafo ao escultor, depois da dispersão das imagens e escritos de Fernando Pessoa, o passo seguinte do Luís Trindade (com a Sofia e o Bernardo e outros) é abrir espaço para a circulação de outros objectos: o acervo de fotografias, letras e músicas (escritas e gravadas), criações de moda, objectos coleccionados de e por António Variações. Todo um acervo que foi muito pacientemente tratado, seleccionado e apresentado, para surgir num leilão inédito ou raro em Portugal, onde a ideia de "estate" tem pouco curso e os espólios de esquecem, se perdem ou se armazenam (em especial nos depósitos da burocracia cultural). A cultura e o mercado da "memorabilia" ( “coisas que servem para serem lembradas” ) sustentam-se mutuamente.
A participação de Amália (as fotografias dedicadas) faz a ponte entre figuras que excedem a sua memória como músicos. O que representam e como representam (sem perder de vista as proporções diversas) alarga-se a uma presença social sem contornos fixados - no caso de Variações, a auto-encenação e a criação dos seus figurinos lembram o génio de Leigh Bowery (1961-1994) fotografado por Fergus Greer, à escala da modéstia lisboeta do início dos anos 80. Ainda assisti algumas vezes à chegada de Variações às Longas Noites, subindo com a sua comitiva escadaria do Palácio (Almada Carvalhais!).
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