Sobre a orientação que Pedro Lapa imprimiu ao Museu do Chiado e à respectiva direcção, escrevi várias vezes no Expresso:
pelo menos, a 27/1/2001: "Museu suspenso" (A colecção do Museu do Chiado ficará inacessível durante um ano);
a 3/11/2001: "Incitação à revolta" (A colecção histórica do Museu do Chiado continua invisível) - era um apelo cívico que mereceu logo uma réplica da então directora do IPM;
22/11/2003: "Incompatibilidades" (Como distinguir a exposição de um artista no museu e a intenção de promover investimentos nas suas obras?) - sobre a promíscua relação do director com um fundo de investimento em arte, a Ellipse Foundation do Banco Privado e de João Rendeiro, entretanto acidentado);
17/07/2004: "Dez anos" (A deriva do Museu do Chiado)
e 24/07/2004: 2004 «Autocomemoração» (sobre "Meio Século de Arte Portuguesa 1944-2004" - onde acabava assim: "Não há razões para comemorar: nos últimos quatro anos o Museu perdeu um terço dos visitantes (de 47 249 em 2000 a 30.834 em 2003)".
Esses textos estão aqui acessíveis na "categoria" Chiado.
Posso apenas acrescentar que preferia que a acção do Pedro Lapa tivesse sido guiada em tempo pela sua tutela directa, em vez de ser deixada em roda livre (insisto na expressão); avaliada pela tutela em geral (Instituto e Ministério); discutida e apreciada pelo público, incluindo aqui também os artistas vivos (quanto aos artistas mortos, são vítimas indefesas), os críticos e os seus pares; censurada e punida pela referida tutela e por orgãos de aconselhamento e fiscalização (Conselhos) que deveriam existir no IPM-IMC e, acima, no MC, sem esquecer as competências próprias da AR.
Ficariam assim mais claras quais as responsabilidades da próxima direcção.
Sair vencido num concurso deixa por esclarecer e julgar o que se tem passado ao longo dos anos (claro que há sempre pontos positivos, e recordo aqui a incorporação retrospectiva da fotografia "salonista" e independente no acervo e mesmo na história da arte - para já os anos 50, graças a Emília Tavares).
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