O actual interesse pela arte africana contemporânea (" África.Cont "!?) tem como pólo em Lisboa uma galeria que está quase a comemorar um ano, de existência discreta, mas que é já a sequência de uma anterior galeria que esteve instalada na Rua da Rosa - chamava-se African Contemporary Art Gallery e prolonga-se no tempo através de um site do mesmo nome: http://www.africancontemporary.com . Aí se podem ver obras de muitos dos mais famosos artistas africanos, como George Lilanga, Twins Seven-Seven, Chéri Samba ou Chéri Cherin. A nova galeria chama-se INFLUX CONTEMPORARY ART, instalou-se perto do aeroporto porque alguns dos seus clientes deslocam-se do estrangeiro, e trabalha directamente com artistas de África e da diáspora africana, na base de um programa ambicioso de exposições individuais.
Começou a galeria com GEORGE 'AFEDZI' HUGHES ('On guns, red coats and everything else" > George Osmond Hughes ou Kwesi Afedzi (n. 1962) nasceu e formou-se no Gana e é hoje Assistant Professor at The Visual Studies Department at The University at Buffalo, New York). Continuou com CHERI CHERIN um dos principais pintores "urbanos" do Congo ('Qui fait quoi' - ver aqui mesmo) e apresenta agora um pintor muito jovem (n. 1980, Penhalonga, sic, Zimbawe), MISHECK MASAMVU e 'DISPUTED SEATS´, first solo show in Europe by one of the most prolific and provocative artists working in Zimbabwe today. As 3 exposições são visitáveis em http://www.influxcontemporary.com
MISHECK MASAMVU, até dia 19 - de 4ª a sáb. 14-19h
O seu trabalho está aqui directamente associado à violência da situação política do Zimbawe, e certamente às expectativas de mudança a que as recentes eleições deram lugar, embora sem qualquer dimensão imediatamente ilustrativa. Mas Misheck Masamvu também se refere à sua experiência pessoal e biográfica, sempre numa linguagem figurativa livre e não realista que é costume designar genericamente como expressionista. Com o dramatismo, e também com humor, com a energia ou vitalidade de uma representação que acede de imediato à formalização simbólica. Funda esta obra (o que se expõe ainda e o que se vê na documentação abaixo indicada) um notório talento do desenho que se reconhece sob a intensidade bem visível da pincelada de cor. Esta presença dominadora da cor, viva e sempre diversa, é uma marca forte desta pintura, que aparece sem vinculações notórias (ou dependências) aos frequentes "estilos africanos". A referência a um contexto local, que é também uma situação política de relevância internacional, aparece como uma linguagem muito forte e pessoal que reivindica ou ultrapassa a sua origem.
Misheck Masamvu 'Upstairs in the Basement' 2008 - óleo sobre tela | 126 cm x 233 cm
outras obras, realizadas por ocasião de uma recente residência na Holanda, Tamgidi Foundation, em Huissen, 2007-08: http://thamgidi.org
e catálogo em PDF (Dead Grass) http://thamgidi.org/index.php?page=catalog-mishek
Bienal de Dakar 2006, award Thamgidi Studio Foundation (TSF), etc: http://www.resartis.org ( Res Artis is The International Association of Residential Arts Centres, a foundation based in the Netherlands )
uma entrevista de 2002 - Nordic Africa Institute (Nordiska Afrikainstitutet) : http://www.nai.uu.se/research/areas/cultural_images_in_and_of/zimbabwe/painting/masamvu/
studies at the Kunstacademie in Munich
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No final de Janeiro a galeria de Nuno e Ana Salgueiro Lobo assinará o 1º aniversário com uma mostra colectiva, onde à revisão do percurso se soma a alguma antevisão do programa próximo, com um número alargado de artistas.
E, roubadas do site African Contemporary, outras imagens africanas, mais próximas de discursos tradicionais mas radicalmente idiossincráticas:
Kivuthi Mbuno 'Mang'oka Na Tumbiri' 2006
George Lilanga 'Leo Maziwa Yapo Kidogo Kwahiyo Auto Pata' - oil on masonite | 60 cm x 60 cm
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