De 19 de Maio de 2009 a Fevereiro de 2010 passou-se pouca coisa, mas a reanimação do processo que reúne agora, na próxima 3ª feira, os Museus de Belém/Ajuda dissolvidos entre todos os equipamentos e afins de Lisbon (ou ALLisbon - in english, please) suscita dúvidas quanto a parcerias, métodos e intenções. "Upgrade" ou desvio? A averiguar com a documentação necessária:
ENTIDADES CONVIDADAS (Sessão Reservada):
#00_Zona Turística de Interesse 0 (Algés District): Aquário Vasco da Gama | Centro de Arte Manuel de Brito. #01_Zona Turística de Interesse 1 (Belém-Ajuda District): Torre de Belém | Museu de Arte Popular | Centro Cultural de Belém | Museu Colecção Berardo | Padrão dos Descobrimentos | Museu de Marinha | Planetário | Museu Nacional de Arqueologia | Mosteiro dos Jerónimos | Jardim Botânico Tropical | Museu de Etnologia | Museu da Presidência da República | Museu Nacional dos Coches | Museu da Electricidade | Palácio Nacional da Ajuda – Galeria de Pintura do Rei D. Luís I | Jardim Botânico da Ajuda. #02_Zona Turística de Interesse 2 (Tagus Route): Cordoaria Nacional AIP Congressos - Centro de Reuniões da FIL | Museu de Macau | Museu da Carris | Museu do Oriente | Gare Marítima de Alcântara | Museu Nacional de Arte Antiga | Africa.cont. #03_Zona Turística de Interesse 3 (Boavista Design District): Museu da Marioneta (Convento das Bernardas) | Museu das Comunicações | Ordem dos Arquitectos (Banhos de S. Paulo) | Mercado da Ribeira. #04_Zona Turística de Interesse 4 (Romantic Routes): Museu da Assembleia da República | Casa- Museu Amália Rodrigues | Museu de São Roque | Reservatório da Patriarcal - Príncipe Real | Jardim Botânico | Museus da Politécnica | Mãe d’Água das Amoreiras | Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva | Cinemateca Portuguesa | Fundação Medeiros Almeida | Sociedade Nacional de Belas-Artes. #05_Zona Turística de Interesse 5 (Baixa Chiado District): Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea | Museu da Farmácia | Pátio da Galé (Terreiro do Paço) | Estação do Rossio | Museu do Design e da Moda (MUDE) | Palácio da Independência
Palácio Foz. #06_Zona Turística de Interesse 6 (Alfama Traditional District): Museu Antoniano | Museu de Artes Decorativas Portuguesas (Fundação Ricardo Espírito Santo) | Panteão Nacional | Museu Militar | Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa | Casa dos Bicos (Fundação José Saramago). #07_Zona Turística de Interesse 7 (Oriental Route): Museu da Água | Museu Nacional do Azulejo | Convento do Beato | Fábrica de Braço de Prata | Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva | Oceanário de Lisboa | Pavilhão de Portugal. #08_Zona Turística de Interesse 8 (Avenidas Novas District): Centro de Exposições da Culturgest | Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão | Museu Calouste Gulbenkian| Museu Nacional do Desporto (Parque Eduardo VII – Pavilhão Carlos Lopes) | Casa Museu Anastácio Gonçalves (Casa Malhoa) | Museu Rafael Bordalo Pinheiro | Biblioteca Nacional | Arquivo Nacional da Torre do Tombo | Museu da Cidade. #09_E ainda: Museu Nacional do Traje | Museu Nacional do Teatro | Museu Geológico | Tapada das Necessidades.
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Tratar-se-ia então de aprovar e assinar uma "Carta de Intenções" em nome das instituições arroladas. De manhã discutiriam (as instituições, os directores convidados) um documento que poucos conhecem e às 15h far-se-ia a sua apresentação pública. A iniciativa é "agilizada" por Rui Silvestre (director-geral do Museu Colecção Berardo, o simpático anfitrião), Luís Raposo (o activo presidente do ICOM - PT e director do Museu de Arqueologia) e agora também pelo conhecido empresário Luís Serpa (Induscria, Plataforma para as Indústrias Criativas, associação sem fins lucrativos - ex-galerista).Mas uma coisa é (foi) a movimentação cívica e profissional contra o plano e o projecto do novo Museu dos Coches, outra é a ambição de criar uma plataforma que dinamize, anime, articule, potencie os museus e equipamentos de Belém/Ajuda e os seus públicos. Se se confunde tudo faz-se mal política. Uma coisa é a actuação corporativa (o activismo dirigista, em certos aspectos e alguns episódios) de uma entidade associativa como o ICOM ( organização internacional de museus e profissionais de museus dedicada à preservação e divulgação da património natural e cultural mundial, do presente e do futuro, tangível e intangível) outra é a criação de plataformas de acção comum entre museus e equipamentos, os seus públicos (por exemplo através de associações de Amigos dos Museus) e outros parceiros como são as empresas mecenas, os órgãos autárquicos e outras associações com interesses afins - inventando novas inter-relações, parcerias, eixos, etc. Se se confunde tudo, e se se instrumentalizam projectos que devem ser autónomos e credíveis por si mesmo, está-se a fazer má/mal política. O papel das agências (identificadas como empresas) é muito útil e cada vez mais indispensável, em face da actual crise do associativismo, mas essas agências têm de ser credíveis, e não só uma história de sucessivos projectos que se pagam caros e se diluem depressa.
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Em 2009, a mesa-redonda de 19 de MaioIn INFORMAÇÂO ICOM-PT, Série II, no5 (Jun-Ago 2009)
MESA REDONDA “MUSEUS DE BELÉM: PERSPECTIVAS DE FUTURO” (19 Maio 2009)
Teve lugar em 19 de Maio passado, no Museu Colecção Berardo, uma mesa redonda que pela primeira vez reuniu todos os directores dos museus de Belém e contou ainda com a participação de diversos outros responsáveis de museus e monumentos na mesma zona e em zonas envolventes (Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém, Palácio Nacional da Ajuda, Museu do Oriente, Museu da Carris, etc.).
Entre a numerosa assistência, marcaram também presença diversos responsáveis autárquicos (Presidente da Junta de Freguesia de Belém, Vereadora da Cultura da CML, Director Municipal da Cultura, Comissária na área da Cultura para a discussão do plano estratégico Lisboa 2010-2024), membros do ICOMOS.PT, entre os quais o seu presidente, políticos, professores universitários, técnicos do turismo e de comunicação e estudantes de museologia e património.
Foram apresentadas várias ideias a propostas, desde a criação de uma plataforma que representasse os museus junto das tutelas e agentes culturais que intervêm na zona à articulação das programações.
A Direcção do ICOM Portugal deseja expressar a todos os seus agradecimentos pela adesão que dispensaram à iniciativa e pela forma empenhada e construtiva com que apresentaram os seus pontos de vista, no que permitirá constituir um conjunto de sugestões que circularão entre os responsáveis pelos equipamentos museológicos e monumentais da zona de Belém e áreas limítrofes, permitido melhor preparar os novos encontros regulares que foi considerado útil serem organizados doravante. DIRECÇÃO ICOM.PT
Quatro medidas para ultrapassar o imbróglio do novo Museu dos Coches e fazer dele uma oportunidade de futuro. (in MAP: quatro-medidas-para-ultrapassar)
"Levantamento do parque museológico e monumental da zona de Belém (da Torre de Belém à Cordoaria Nacional), detectando virtualidades, abandonos, eventuais lacunas e elaborando um plano integrado de valorização de cada peça e do conjunto;
Em relação ao conjunto, adopção de medidas potenciadoras dos circuitos integrados, em domínios tais como percursos pedonais, bilheterias comuns, programação, promoção e merchandising articulados, parqueamentos de viaturas, navette de ligação gratuita, mediante a apresentação de títulos de entrada em museus ou monumentos;
Em relação a peças individuais:
Reabertura do Museu de Arte Popular no seu lugar próprio, devidamente modernizado, mas respeitando a colecção e o conceito original;
Dinamização do Museu Nacional de Etnologia, promovendo o acesso ao mesmo pela sua inclusão na rede assim definida;
Ampliação do Museu de Marinha em dois sentidos: para os terrenos disponíveis a poente das instalações actuais e para a Cordoaria Nacional, onde deverão também ser colocados o Arquivos Histórico e a Biblioteca Central de Marinha, retirando-a dos Jerónimos e demolindo o edifício onde se situa, o qual constitui um verdadeiro atentado ao espírito daquele lugar;
Ampliação do Museu Nacional de Arqueologia no Mosteiro dos Jerónimos, retomando os projectos já existentes para o efeito e adaptando-os agora às possibilidades que se abririam com a transferência para a Cordoaria Nacional da Biblioteca Central de Marinha e, eventualmente, de algumas áreas ocupadas presentemente pelo Museu de Marinha;
Manutenção do conjunto mais emblemático de coches nas instalações actuais do Museu Nacional dos Coches, iniciando imediatamente um programa urgente do seu restauro;
Criação na Cordoaria Nacional de um centro museológico industrial-naval e de arqueologia subaquática, explorando as ligações ao rio Tejo, onde, em posição fronteira, deverá ser criada um cais para acostagem e visita a navios históricos, em ligação com o referido núcleo museológico;
Finalmente, quanto à intenção de construção de um novo Museu Nacional dos Coches, no caso de não ser considerada possível a sua total reversibilidade (o que idealmente mantemos como desejável) e dando por adquirido nas suas linhas gerais o projecto de arquitectura já existente, adopção das seguintes medidas:
Afectação ao Museu Nacional dos Coches, para instalação de serviços e ampliação dos espaços expositivos, da construção anexa ao edifício principal, situada em frente do referido Museu;
Instalação no edifico principal de um novo museu, cuja necessidade se faça sentir depois do levantamento indicado no ponto 1. Os critérios de escolha para o efeito deverão privilegiar conteúdos susceptíveis de constituírem uma poderosa mais-valia para a promoção dos fluxos turísticos (nacionais e internacionais) na zona de Belém, servidos por tecnologia de última geração e não tanto por colecções patrimoniais intrinsecamente únicas. Entre outras possíveis ideias, avançamos desde já com a de um Museu da Viagem, capaz de evocar a diáspora portuguesa em toda a sua extensão temporal, nomeadamente deste a chamada Epopeia dos Descobrimentos (colocando em relevo os aspectos antropológicos do contacto com o “outro” e a dimensão técnica e científica da época) até à gesta das viagens da emigração dos séculos XIX e XX." Luís Raposo / Raquel Henriques da Silva
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Já em 2006 se falava de Belém, BELÉM REDESCOBERTA
Diário de Notícias de 19 Abril 2006
"Museus desconhecem recuperação de Belém" (título)
por Daniel Lam /
http://dn.sapo.pt
"Três ministros, um secretário de Estado, o presidente da Câmara de Lisboa e o presidente da Associação de Turismo de Lisboa sentaram-se ontem à mesma mesa, no Museu dos Coches, para apresentar o projecto "Belém Redescoberta", que vai aplicar dez milhões de euros das contrapartidas do jogo do Casino Lisboa em obras de construção e recuperação de vários museus e jardins. Estranho é o facto de os responsáveis por esses espaços não saberem quando nem o que vai ser feito nas áreas por si geridas.Segundo o documento que ontem foi assinado por cinco entidades, e lança as bases para este projecto, ficam estabelecidas as intervenções pela seguinte ordem de prioridade: "Construção do novo Museu dos Coches e reabilitação do Picadeiro Real, onde se encontra actualmente instalado o Museu dos Coches, para possibilitar a sua utilização para treinos e demonstrações da Escola Portuguesa de Arte Equestre".Sobre o anúncio destas obras, um responsável do Planetário mostrou-se incrédulo: "Não acredito que vão fazer aqui qualquer coisa, porque o Planetário recebeu grandes obras recentemente. Esteve encerrado 18 meses enquanto decorriam os trabalhos e reabriu em Julho de 2005".
Seguem-se "obras de beneficiação no Museu de Marinha, melhoramento do Museu de Arqueologia e infra-estruturação do pátio comum entre os dois museus, criação de espaços/quiosques no Jardim Tropical e arranjo de jardins e espaços envolventes aos diferentes edifícios". O projecto anuncia ainda intervenções para "rejuvenescer o Planetário".
Fonte da Armada Portuguesa admitiu ao DN que "não há previsão de obras para o Museu de Marinha. Não se sabe o que vai ser feito nem quando". Do mesmo modo, na direcção do Jardim Tropical também "não há qualquer informação sobre o que vai ser feito nem quando".
Esta situação torna-se ainda mais estranha, tendo em conta que o mesmo documento ontem assinado determina que "a definição do tipo de intervenção a realizar nos edifícios/espaços identificados anteriormente será feita através da apresentação dos respectivos programas funcionais, o mais tardar até ao próximo dia 26 de Abril de 2006, pelas entidades responsáveis pela sua gestão". Faltando apenas uma curta semana para o dia 26, dificilmente esses responsáveis poderão fazer o levantamento das obras necessárias e apresentar os programas funcionais.Apesar de tudo, o presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, prevê que "é difícil começar as obras no terreno ainda este ano, mas arrancam certamente em 2007".
"Casino Lisboa é uma alavanca"
A ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, referiu que o futuro Museu dos Coches - a construir entre a Rua da Junqueira e a Avenida da Índia, numa área de 7 mil metros quadrados onde se encontram serviços do Instituto Português de Arqueologia - está orçado em 14 milhões de euros e tem abertura prevista para o final de 2007.
Manuel Pinho, ministro da Economia, frisou que esta será "a maior intervenção em Lisboa desde a Expo'98, não em termos de construção de equipamentos, porque já existem, mas de requalificação e valorização".
O autarca Carmona Rodrigues considerou o Casino Lisboa - que é hoje inaugurado - "uma alavanca para uma série de iniciativas de carácter turístico e cultural em Lisboa, como a recuperação do Parque Mayer e do Pavilhão Carlos Lopes".
O projecto "Belém Redescoberta" tem como âncora o futuro Museu dos Coches e pretende "aprofundar uma centralidade turística em Lisboa". É um projecto "multi-departamental que pretende associar o Museu dos Coches com o novo Museu Colecção Berardo de Arte Moderna e Contemporânea, um comodato de 863 peças, que passam a constituir o espólio a instalar no Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém, até 31 de Dezembro".
O programa prevê a requalificação do espaço público e a "atracção de restaurantes de gastronomia sofisticada e espaços trendy, como pequenas galerias, bares, livrarias ou boutiques especializadas". Inclui ainda a iluminação da orla fluvial e passeios de charrete, argumentos para lançar um programa de marketing internacional sobre Belém."
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Marketing Estratégico para Belém (e Lisboa): O esquecido documento de 2006
TLx10 - Plano de Marketing Estratégico para o Turismo de Lisboa (pdf)
[ http://www.visitlisboa.com/getdoc/06f209ec-9b6c-4ea4-9e15-eca30496c4bc/TLx10.aspx ],
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continua
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