Para retomar a ideia de uma rede Belém/Ajuda
Logo, num auditório do Museu Colecção Berardo, se discutirá o projecto "Lisbon Museums Districts" com que o galerista e comissário e gestor cultural Luís Serpa decidiu ornamentar a oportuna ideia de reanimar uma plataforma de coordenação de iniciativas entre os museus e palácios (e outros equipamentos) de Belém/Ajuda, que tinha surgido a público a 19 de Maio com uma aguerrida mobilização mas não teve depois sequência. Mas agora, início de 2010, passou-se da intenção de planear acções na área Belém/Ajuda para a intenção de intervir na cidade toda ("ALLisbon"?), sem se ter chegado a estruturar qualquer entidade ou instância mobilizadora de pequena escala, local, ou seja, em torno dos Jerónimos, do CCB, dos Coches e dos famosos pastéis do lugar. É um salto no escuro que se vestiu numa retórica própria do marketing mais ingénuo, e que não servirá para tratar de Museus nem é em geral credível. Apesar do ICOM e do MCB.
Entretanto, um ESCLARECIMENTO assinado pelos proponentes da reunião, com data de 4 de Fevereiro, veio fazer inflectir, ou vacilar, a sua agenda. (VER ADIANTE)
Diz a agência Lusa (em português com Acordo): "A criação de um plano estratégico que alie a cultura e o turismo, com a participação ativa de museus, monumentos e outros espaços culturais, é o objetivo de um projeto que vai ser apresentado terça feira, em Lisboa."
Diz a "Carta de Intenções" (VER ABAIXO) proposta por uma agência chamada Induscria (iniciativa de Luís Serpa):
«As intervenções, ( a vírgula entre o sujeito e o predicado é sempre muito turístico-cultural) requerem a constituição de Zonas Turísticas de Interesse (ZTIs), como p. ex., núcleos históricos (…) e pólos de desenvolvimento turístico com o objectivo de reforçar a qualidade do Turismo Cultural ao longo dos “momentos de verdade” da experiência do público visitante», através «da implementação de um sistema de qualidade turística (…), desde o processo de recolha de informação antes da visita/viagem, até ao contacto para follow up, sendo um elemento fundamental para integrarem um programa “Qualidade Portugal”.»
«As ofertas de qualidade deverão ser premiadas pela discriminação positiva das Entidades que cumpram os standards exigidos», razão pela qual se implementará um Programa de Auditoria Externa para elaboração de um programa de intersecção border line, no qual se apreciarão os activos artísticos que constituem os seus espólios e o desempenho dos recursos humanos pelo que é fundamental criar um programa de excelência de formação. Também, «na promoção e distribuição existe a necessidade de inovar e de comunicar uma proposta de valor diferenciada, actuando em segmentos alvo por mercado emissor. De destacar neste ponto o maior enfoque no Canal Internet e na Gestão Proactiva da relação com os prescritores.»
«A prioridade de promoção, que deverá ser centrada no destino Portugal, pretende aumentar a eficácia da actuação dos agentes públicos e privados, através da facilitação da interacção das Empresas com o Estado, da promoção e difusão do conhecimento, do estímulo à investigação e desenvolvimento e à adopção de práticas inovadoras e contemporâneas, no sentido de aumentar a competitividade das Empresas do sector», compatibilizando a fruição com o consumo." Não sei se prosa é só marca Induscria ou vem já de um chamado PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo), mas não interessa. E o tal border line é excelente, com grande uso em psiquiatria - "borderline" como "transtorno da personalidade", caso no limite da normalidade.
Há aqui uma sequência de equívocos que os co-proponentes da reunião - o ICOM, na pessoa do seu presidente Luís Raposo, e o director-geral do Museu Colecção Berardo Rui Silvestre - terão de explicar:
- porquê trocar Belém/Ajuda por 10 Zonas Turísticas de Interesse, de 0 (o Algés District) a 9 (o muito concorrido "E ainda"!)?
- porquê tentar fazer assinar já e por directores de instituições públicas uma "Carta de Intenções" que quase todos ignoram ou contestaram antes e que, obviamente, nesta modalidade de organização, só pode responsabilizar pessoas e não entidades oficiais?
- porquê aceitar esta prosa imprópria, de péssimo gosto neo-burocrático, num inglês pacóvio e que, aliás, se reduz à reiteração de "Intenções", sem propor a concretização de instâncias colectivas de decisão e de projectos de acção prática?
- porquê atribuir credibilidade a uma tal agência, sem provas dadas e, pelo contrário, com provas de ineficácia e, mais em geral, com provas de tentar parasitar ideias em voga e vagas Intenções políticas hoje correntes?
A intermediação de agências (empresas privadas ou semi-públicas) é indispensável em tempos de diminuição do associativismo. Mas há que avaliar as agências que se contratam, e a Induscria não é uma agência credível. Lembremo-nos de "A.M.Lisboa: Plataforma transcultural para o século XXI?", programa de conferências na Culturgest, de 7 a 29 de Maio de 2009 - por sinal, ao tempo da 1ª reunião dos museus de Belém (19 de Maio). Consulte-se a extensa lista dos participantes anunciados ( e há a experiência da divulgação inicial ter sido feita com nomes convidados mas não confirmados...), procurem-se as actas, os relatórios, as comunicações apresentadas, que agora é fácil publicar na net. Dali não saiu nada. Nada se produziu. Virou-se a página e surgiu outra intenção iluminada.
Leia-se o Público de 20.03.2009 e a habitual notícia/entrevista promocional no Ipsilon . "Plataforma Lisboa Transcultural - Luís Serpa lança agência para potenciar Lisboa como cidade criativa":
LS "Vai lançar, em Maio, uma agência autónoma para as indústrias criativas na área metropolitana de Lisboa - a Plataforma Lisboa Transcultural (nome ainda provisório). "Vamos criar uma plataforma de agentes culturais de doze disciplinas das indústrias criativas [que vão da arquitectura aos audiovisuais, das artes visuais e antiguidades à moda, da escrita e publicação à gastronomia, da música à publicidade] para trabalhar em rede, por exemplo, na angariação de fundos, para potenciar a área de Lisboa como plataforma de eventos", explica ao Ípsilon."
Nessa ocasião não havia 10 Districts mas havia 12 disciplinas das indústrias criativas. Existia a "intenção" de terminar a
"maratona ... com uma conferência na qual
participarão pelo menos dois dos arquitectos estrangeiros com projectos
planeados para Lisboa - o brasileiro Paulo Mendes da Rocha (Museu dos
Coches) e o britânico David Adjaye (África.cont, centro cultural
africano, junto à Av. 24 de Julho)" - e vejam que dois cromos nos trazia. Existiam mais intenções ou ambições de um bom negócio, uma central de compras electrónica: "A
agência tem que ter um ''core business'', um modelo de
sustentabilidade, e eu proponho que seja uma central de compras
electrónica. Se todos [os participantes da plataforma] nos organizarmos
para comprar consumíveis, sejam computadores, telemóveis tinteiros,
viagens, estadias, hotéis ou publicidade nos media, teremos uma
economia de escala tal que, segundo os especialistas, podemos poupar 15
a 20 por cento dos custos de estrutura. Isso já é um bom negócio."
Repito, tudo isto não é sério, mesmo se o LS foi um conhecido galerista dos anos 80 - Galeria Cómicos -, que em 1994 montou uma empresa chamada O Museu Temporário e foi produzindo melhores ou piores intenções. E os co-proponentes da reunião de hoje, directores de Museus, não avaliaram bem o que iria ser apresentado em seu nome aos outros directores de Museus convidados a subscreverem a "Carta de Intenções" (VER ABAIXO). Publicitado desde Março de 2009, objecto de promoção da/na Culturgest em Maio de 2009, o projecto INDUSCRIA_Plataforma para as Indústrias Criativas em sucessivas versões é ainda tão vazio e tão irrelevante como o seu blog: http://induscria.blogspot.com/
Trata-se então, agora, de emendar a mão, de voltar atrás, de tornar a pensar em potenciar os equipamentos culturais de Belém, de fazer convergir a reflexão dos interessados (pessoas e entidades) com os orgãos de tutela (IMC e CML, empresas como a EDP no caso do Museu da Electricidade, etc) e outras instâncias (do Turismo aos pastéis de Belém (talvez), para refazer o que não se fez e o que se quer fazer agora mal feito. Por acaso (?), até fez parte dos "Eixos Estratégicos e Prioridades" enunciados a 19 de Janeiro no Museu Arte Popular ("Museus para o Séc. XX") a seguinte Intenção: "Constituição de uma rede integrada dos equipamentos culturais no eixo Ajuda/Belém, Lisboa, com as parcerias da autarquia e da Associação de Turismo de Lisboa".
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ESCLARECIMENTO, 4 de Fev. 2010
Aproximando-se a data da realização do Encontro_Mesa Redonda e da Conferência de DIETER BOGNER marcados para o próximo dia 9 de Fevereiro, respectivamente às 11h00 e às 15h00, entendemos fazer um ponto de situação e prestar um Esclarecimento sobre o desenvolvimento das troca de impressões e propostas preparatórias que têm vindo circular entre os participantes dos encontros precedentes, seja através da troca aberta de e-mails, seja através de contactos pessoais.
Tornou-se para nós manifesto que existem dois planos diversos, embora desejavelmente convergentes no futuro, de actuação na matéria que a todos motiva.
São eles:
a) a iniciativa específica dos museus e monumentos de Belém-Ajuda, lançada em Maio de 2009 sob os auspícios do ICOM.PT e que deu já origem a uma elenco de sugestões operacionais tendo em vista a melhor articulação entre todos, potencializando os equipamentos e recursos instalados na zona;
b) o planeamento estratégico que inclua não somente estes recursos, mas todos os que lhe possam ser considerados conexos, nomeadamente os das indústrias criativas, considerando não apenas a zona de Belém-Ajuda, mas o conjunto de zonas, ou distritos, em que se poderia conceber o desenvolvimento das relações entre cultura – turismo – mercado no âmbito da cidade de Lisboa.
Ambas as dimensões são necessárias. Mas têm dinâmicas diferentes, traduzidas em calendarizações e agentes intervenientes também diversos.Tendo em conta a motivação e os desenvolvimentos já produzidos pelos responsáveis dos museus e monumentos da zona de Belém-Ajuda, acrescidos pelas propostas incluídas no TLx10 - Plano de Marketing Estratégico para o Turismo de Lisboa e agora também pela inclusão desta temática entre as prioridades do “Plano Estratégico dos Museus para o Século XXI”, apresentadas recentemente pelo IMC.IP, entendemos que este plano de actuação deve prosseguir com a sua identidade própria. Para o efeito e mantendo a iniciativa do ICOM.PT, iremos providenciar a continuidade destes encontros em data próxima. Procuraremos obter mais esclarecimentos sobre o sentido exacto da iniciativa apresentada pelo IMC.IP, considerando mesmo a eventual vantagem de convidar a direcção daquele Instituto, assim como a do IGESPAR e da ATL, a estarem presentes e participarem na reflexão que os directores de museus e monumentos empreenderam.No entretanto, a iniciativa do planeamento estratégico, conducente a cartas de intenções em cada zona ou distrito, não deve ser abandonada, uma vez que não somente é necessária como criou já expectativas em muitos responsáveis de equipamentos e agentes culturais da cidade de Lisboa.
Assim, mantemos o convite para as duas sessões de 9 de Fevereiro, nos termos e com os programas e intenções já anunciados, deixando todavia claro que as mesmas possuem objectivos, abarcam territórios e incluem potencialmente participantes muito mais amplos do que os da zona de Belém-Ajuda.
Neste contexto, renovamos o convite e apelo a que todos os responsáveis dos museus e monumentos da zona de Belém-Ajuda participem nas sessões do dia 9 de Fevereiro próximo, sabendo embora que tão brevemente quanto possível procuraremos dar continuidade aos encontros mais restritos que vinham sendo feitos anteriormente.Rui Silvestre, Luís Raposo, Luís Serpa
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Textos propostos como Carta de Intenções (Ou_Contextos & Afins)
DO AQUARIUM AO OCEANARIUM_UM ITINERÁRIO CULTURAL PARA LISBOA
(Título de Trabalho)
LISBOA COMO DESTINO CULTURAL_Uma Perspectiva de Futuro
CONTEXTO DE PARTIDA
[1.] Um modelo de excepção para um momento de reflexão conjunta
As Mesa-Redondas MUSEUS DE BELÉM - PERSPECTIVAS DE FUTURO que o ICOM PT organizou em 19 de Maio 2009, 11 de Janeiro e 09 Fevereiro 2010, no Museu-Colecção Berardo, em Lisboa, constituiu um importante momento de reflexão conjunta sobre o Parque Monumental e Museológico de Belém. Pela primeira vez, todos os Directores dos referidos espaços museológicos, e ainda alguns de Edíficios Histórico-Monumentais & Afins, assim como algumas Fundações, situados em zonas adjacentes, reuniram-se para discutir, em conjunto, as possibilidades de uma gestão integrada da zona, dando origem ao que se poderia designar como uma marca comum, "Museus de Belém".
Foram diversas as sugestões operacionais que surgiram nessa Mesa-Redonda e delas foi dado conhecimento no boletim da Rede Portuguesa de Museus. Considerou-se, finalmente, ser necessário dar continuidade a este tipo de Encontros, promovendo outros à porta fechada, para melhor se poderem debater e aprofundar as diferentes ideias em presença.
Foi acentuada a possibilidade de incluir no conceito de gestão comum Equipamentos Culturais afins dos Museus e Monumentos e alargar o âmbito geográfico da área considerada, até à Ajuda (a Norte) e Alcântara (a Ocidente), neste caso com uma extensão até à Rocha Conde de Óbidos, de modo a abarcar o Museu Nacional de Arte Antiga e Outros. Foram posteriormente mapeadas outras Zonas de Interesse Turístico-Culturais e/ou outros Eixos considerados relevantes para se constituírem como Novos Itinerários, abraçando o arco “Aquário Vasco da Gama (em Algés) até ao Oceanário (na Expo), o que permitiu considerar a vocação de Lisboa Como Destino Cultural.
O mesmo entendimento teve a INDUSCRIA_Plataforma para as Industrias Criativas que propôs precisamente dar continuidade a este processo de reflexão conjunta, tendo especialmente em conta os seus objectivos de promoção de Planos Estratégicos Culturais para diferentes segmentos do tecido urbano das cidades, potenciando os equipamentos já instalados e incentivando outros e as respectivas "imagens de marca”.
Após reunião exploratória havida entre LUÍS SERPA (representante da INDUSCRIA), RUI SILVESTRE (Director do MUSEU-COLECÇÃO BERARDO, na qualidade de anfitrião da anterior Mesa-Redonda) e LUÍS RAPOSO (na qualidade de Presidente do ICOM.PT), entendemos propor novos Encontros com as finalidades indicadas e seguindo as recomendações acima sumariadas.
Tendo em conta o interesse que esta nossa reflexão seja amplamente dada a conhecer e promova a adesão crítica de todos os que se interessam pela promoção da “imagem de marca” de um sector de Lisboa baseada na gestão integrada de Edíficios Histórico-Monumentais & Afins e no qual se inclui DO AQUARIUM AO OCEANARIUM_UM ITINERÁRIO CULTURAL PARA LISBOA (Título de Trabalho), LISBOA COMO DESTINO CULTURAL_Uma Perspectiva de Futuro, foi decidido prolongá-las através de sessão com um Debate Aberto para aprovação de uma Carta de Intenções [Museu Colecção Berardo, 9 Fevereiro 2010, Terça-Feira, 15h00] e uma Conferência de DIETER BOGNER [no mesmo dia e local_16h00] que tivesse por base o conceito de planeamento estratégico para as Zonas enunciadas.
[2.] O Turismo Cultural: um sector estratégico prioritário para Lisboa.
A Cultura e o Turismo têm uma importância verdadeiramente estratégica para a economia pela sua capacidade de potenciar riqueza e emprego. É um sector que possui vantagens competitivas inequívocas como acontece com poucos outros e inclui infra-estruturas e recursos humanos que demonstram já projectos de qualidade assinaláveis.
Urge segmentar as propostas de valor e aumentar essa oferta de qualidade, melhorar as acessibilidades, as condições de utilização dos Equipamentos Culturais de referência e incluir ainda outros que possam contribuir para a sedimentação do tecido urbano.
Tal como é referido no PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo) e, «para atingir este objectivo ambicioso, é necessária uma estratégia» para subirmos na escala de valor e contribuir para que Lisboa possa ser considerada como um Destino Cultural.
Lisboa está a afirmar-se como destino turístico de excelência e tem provado a sua vocação como cidade com vocação intercontinental. A sua história atlântica coloca-a estrategicamente como lugar de partida e de chegada para fluxos turísticos nas Rotas marítimas e aéreas, entre a Europa (Norte e Sul) e o Continente Americano e Africano. «A mobilização de esforços de forma a fazer convergir meios e sinergias» orientando-as para a criação de desígnios comuns é um desafio que se coloca aos cidadãos em geral, aos Agentes Culturais e do Turismo em particular, sendo extensível a toda a sociedade portuguesa. O contributo esclarecido das diferentes áreas profissionais permite concluir que é possível traçar um percurso com objectivos e metas claras e contribuir decisivamente para o desenvolvimento de uma Nova Economia do Conhecimento em que os factores de competitividade interna e externa, aliados à introdução de conceitos inovadores através da utilização das novas tecnologias de informação e comunicação, possam contribuir para a geração de riqueza, através da criação de valor acrescentado.
Este desígnio (nacional) permite conceber um caminho mais estável para o futuro, aliado que está a uma rica tradição histórica e a uma necessidade presente de ultrapassar uma situação de debilidade económica derivada da conjunção de factores internos e externos.
A convergência de diversos intervenientes é uma atitude de cidadania que privilegia a individualidade dos distintos players do mercado mas responsabiliza-os simultaneamente através de uma participação solidária determinante que tem «como objectivo a criação de postos de trabalho, a consequente criação de riqueza, a promoção da coesão territorial» num programa comum elaborado à medida das necessidades tanto individuais como colectivas.
[3.] Lisboa como Plataforma Transcultural Para o Séc. XXI
Transformar Lisboa como um território aberto ao acolhimento de Novos Talentos e à projecção internacional de Projectos Inovadores, representa um programa de cidadania em que a Tolerância se constitui como o factor primordial para a transformação de um território urbano com o objectivo de o potenciar como uma Nova Geografia Cosmopolita.
O forte potencial das Indústrias Criativas, como fonte geradora de valor acrescentado, permite encarar este sector como o encontro de vontades que conciliam vontades públicas com interesses privados. Esta nova oportunidade, surgida no âmbito da globalização, face à mudança de paradigma, exige uma resposta clara e concisa, na elaboração de uma estratégia de desenvolvimento que acolha os sectores de conteúdos culturais tanto institucionais como autónomos. Esta “nova” janela, constitui «uma grande oportunidade para responder à satisfação da procura e a um número crescente de ofertas concorrenciais» o que obriga a que as propostas sejam ambiciosas mas tecnicamente sustentáveis a médio prazo.
Assim, o projecto DO AQUARIUM AO OCEANARIUM_UM ITINERÁRIO CULTURAL PARA LISBOA (Título de Trabalho), LISBOA COMO DESTINO CULTURAL_Uma Perspectiva de Futuro, assenta numa visão estratégica com ambição e constitui-se como um factor qualitativo de oferta, pela qualificação progressiva dos factores que o «diferenciam de outros destinos concorrentes», incorporando «“Clima e Luz”, “História, Cultura e Tradição”, “Hospitalidade”, “Diversidade Concentrada” e, ainda, “Autenticidade Moderna”, “Segurança” e “Qualidade Competitiva”.»
Deste modo, «a consolidação e desenvolvimento de ofertas estruturadas, (…) contribuirá para alinhar a proposta de valor de Portugal» baseando-se na capitalização da vocação natural da região de Lisboa, que nos permitirá competir, com êxito, nos mercados alvo».
As características e infra-estruturas das ZIT’s (Zonas de Intervenção Turísticas) referenciadas neste documento, «reflectem um portfolio de produtos culturais a potenciar para a região de Lisboa, «face aos recursos e factores distintivos que apresentam».
Estes pólos de desenvolvimento permitem diversificar a oferta turística, mas é, no entanto, necessário assegurar (…) o reforço dos conteúdos culturais e das acessibilidades, o que terá grande impacto no crescimento dos fluxos turísticos a curto prazo. A prioridade deverá ser dada à redução dessas lacunas sendo necessário estabelecer Redes e Parcerias entre as Entidades Participantes, envolvendo também outras Entidades Públicas que tutelam os diversos sectores envolvidos e Entidades Privadas que queiram intervir nas Zonas Prioritárias, facilitando o desenvolvimento desses Eixos de conexão, desde já assinalados.
[4.] Conceber e executar uma estratégia exigente e inovadora para o sector da Cultura e do Turismo
Como objectivo, pretende-se melhorar e enriquecer a oferta, a projecção e a notoriedade deste(s) Destino(s) Turístico-Cultural(is), através de uma estratégia concertada pela calendarização estruturada e mobilizar fluxos de visitantes capazes de viabilizar pequenos, médios e mega-eventos com projecção internacional, contribuindo para o reforço da economia de escala assim criada. «As experiências distintivas devem ser incentivadas, melhorando o marketing da oferta museológica e monumental, adequando horários de funcionamento e integrando a oferta», reforçando, p.ex., o conceito da riqueza da diversidade cultural pela criação de Equipamentos e Eventos de Referência e proporcionado o licenciamento de equipamentos de restauração e outros nos referidos Eixos, contribuindo para sedimentar Rotas, Percursos e/ou Itinerários Culturais em Lisboa.
O melhoramento da «qualidade urbana, ambiental e paisagística deverá tornar-se numa componente fundamental deste projecto para qualificar e valorizar» LISBOA COMO DESTINO CULTURAL, contribuindo para que se afirme também como uma CIDADE CRIATIVA.
«As intervenções, requerem a constituição de Zonas Turísticas de Interesse (ZTIs), como p. ex., núcleos históricos (…) e pólos de desenvolvimento turístico com o objectivo de reforçar a qualidade do Turismo Cultural ao longo dos “momentos de verdade” da experiência do público visitante», através «da implementação de um sistema de qualidade turística (…), desde o processo de recolha de informação antes da visita/viagem, até ao contacto para follow up, sendo um elemento fundamental para integrarem um programa “Qualidade Portugal”.»
«As ofertas de qualidade deverão ser premiadas pela discriminação positiva das Entidades que cumpram os standards exigidos», razão pela qual se implementará um Programa de Auditoria Externa para elaboração de um programa de intersecção border line, no qual se apreciarão os activos artísticos que constituem os seus espólios e o desempenho dos recursos humanos pelo que é fundamental criar um programa de excelência de formação. Também, «na promoção e distribuição existe a necessidade de inovar e de comunicar uma proposta de valor diferenciada, actuando em segmentos alvo por mercado emissor. De destacar neste ponto o maior enfoque no Canal Internet e na Gestão Proactiva da relação com os prescritores.»
«A prioridade de promoção, que deverá ser centrada no destino Portugal, pretende aumentar a eficácia da actuação dos agentes públicos e privados, através da facilitação da interacção das Empresas com o Estado, da promoção e difusão do conhecimento, do estímulo à investigação e desenvolvimento e à adopção de práticas inovadoras e contemporâneas, no sentido de aumentar a competitividade das Empresas do sector», compatibilizando a fruição com o consumo.
[5.] Os 5 eixos estratégicos que deverão ser implementados:
A implementação do PENT é estruturada em 5 Eixos:
1. Território, Destinos e Produtos;
2. Marcas e Mercados;
3. Qualificação de Recursos;
4. Distribuição e Comercialização;
5. Inovação e Conhecimento.
A concretização destes Eixos requer a implementação de projectos a vários níveis:
1. Produtos, Destinos e Pólos;
2. Intervenção em ZTIs (Urbanismo, Ambiente e Paisagem);
3. Desenvolvimento de Conteúdos distintivos e inovadores;
4. Eventos;
5. Acessibilidade Aérea (e Terrestre);
6. Marcas, Promoção e Distribuição;
7. Programa de Qualidade;
8. Excelência no Capital Humano;
9. Conhecimento e Inovação;
10.Eficácia do relacionamento Estado-Empresa;
11.Modernização Empresarial.
A implementação das diversas «intervenções serão de investimento e complexidade variável e com impactos diferentes no que diz respeito aos efeitos de curto, médio ou longo prazo sendo que será gerida por uma estrutura cujo steering de monitorização, a nível Nacional, será composto por elementos do Estado sob a orientação política do Ministério da Economia e da Inovação e, a nível Local (ou Regional) por Entidades vocacionadas para a Gestão de “Projecto(s) de Engenharia Turístico-Cultural”.
«É necessária uma forte comunicação alargada aos diversos parceiros do sector turístico – agentes públicos, sector empresarial e público – para o desenvolvimento de uma cultura de excelência, e para assegurar a sua receptividade, mobilização e envolvimento nas acções de desenvolvimento e implementação do Plano Estratégico Nacional do Turismo.»
Nota: Este documento foi elaborado com base no resultado das Intenções dos Participantes nos Encontros de Belém e no Plano Estratégico Nacional do Turismo, assim como outros Estudos e Planos Estratégicos, alguns ainda em fase de re-engenharia e as respectivas citações encontram-se mencionadas entre aspas e vai assinado por todas as Entidades Participantes abaixo descriminadas, assumindo-se como uma CARTA DE INTENÇÕES para as respectivas áreas de actividade.
Este(s) documento(s) encontrar-se-ão posteriormente disponíveis on-line para Adesões futuras, facilitando e incentivando a sua actualização permanente pela contribuição contínua de Entidades (Públicas e Privadas) Aderentes.
*Esta Proposta foi elaborada por INDUSCRIA em colaboração com ICOM_PT e MUSEU COLECÇÃO BERARDO, Entidades Promotoras que iniciaram este projecto.
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DO AQUARIUM AO OCEANARIUM_UM ITINERÁRIO CULTURALA PARA LISBOA
(Título de Trabalho)
LISBOA COMO DESTINO CULTURAL_Uma Perspectiva de Futuro
CARTA DE INTENÇÕES
Contexto de partida:
a) A Zona de Belém-Ajuda, ao qual se juntam outras Zonas e Itinerários conexos com equipamentos museológicos complementares, desde Algés até à Expo, em Lisboa, constituíem-se como potenciais Zonas de Interesse Turístico (ZITs) que urge implementar, dado incluir os mais notáveis Museus e Edíficios Histórico-Monumentais & Afins da Cidade, tal como definido e previsto no PENT e em Outros Estudos e Planos Estratégicos, uns já aprovados e em vigor, outros em fase de re-engenharia;
b) O novo paradigma proporcionado pelas TIC’s, compatibiliza Património, Arte, Tecnologia e Empreendedorismo, contribuindo deste modo para o desenvolvimento da Economia da Cultura, através da implementação de uma nova mobilidade proporcionada pelos novos meios de transporte e pela crescente mobilidade de pessoas e bens;
c) Lisboa é (re)conhecida pelo seu Património Histórico e a sua notoriedade inclui factores como Localização geográfica, Clima, Hospitalidade, Tolerância, Segurança, entre outros atributos positivos;
d) Contudo, os atrasos e a (re)organização referente aos Equipamentos Culturais Públicos, tem originado assimetrias entre eles provocando situações de ruptura em alguns dos serviços, tanto a nível de gestão interna como nos serviços que prestam a um público cada vez mais alargado e exigente, enquanto outros se destacam como exemplos de referência nacional e internacional;
e) Urge unir esforços no sentido de criar sinergias e possibilitar a afirmação, divulgação e promoção dos conteúdos permanentes e/ou temporários elaborados e produzidos pelas Entidades Aderentes.
Descrição:
Organizar um conjunto de Encontros_Mesas Redondas com os responsáveis dos Museus e Edifícios Histórico-Monumentais & Afins, de modo a proporcionar o diálogo entre eles e fomentar a discussão sobre o futuro da Instituições que tutelam;
Transferir essas preocupações e as respectivas conclusões para as Entidades competentes e para um público alargado, através da Discussão Pública das referidas reflexões;
Implementar a organização de um ThinkTank internacional, através do convite a personalidades portuguesas e estrangeiras, para que contribuam com seu know-how e experiência acumulada;
Elaborar elementos técnicos pertinentes para serem validados como estruturantes de uma Vontade, um Desejo, um Projecto;
Atribuir a monitorização deste processo a uma Entidade com vocação estatutária capaz de elaborar, gerir e implementar todo o processo de execução desta iniciativa.
Objectivo(s):
a) Elaborar uma CARTA DE INTENÇÕES programática assinada pelo maior número de responsáveis de Museus e Edifícios Histórico-Monumentais & Afins;
b) Elaborar uma CARTA DE RECOMENDAÇÕES que derive da reflexão de um ThinkTank internacional, a reunir em Lisboa, de modo a integrá-la, pela sua especificidade, no(s) Plano(s) Estratégico(s) que sirvam de apoio ao desenvolvimento da Economia e, em especial do Turismo e da Cultura;
c) Contribuir para a notoriedade do(s) lugar(es), implementando Itinerários, Rotas, Percursos ou Distritos que sejam considerados Zonas de Interesse Turístico (ZITs), no âmbito do PENT_Plano Estratégico Nacional do Turismo ou outros Programas Operacionais;
d) Contribuir decisivamente para a Economia da Cultura, providenciando (novos) recursos para a criação de conteúdos, tanto no âmbito da fruição como do consumo cultural, para o desenvolvimento de novas ofertas pela integração da existente;
e) Aproveitar os conteúdos das Entidades Aderentes, de modo a criar objectos com vocação comercial e pertinência internacional (bens transaccionáveis), com capacidade para a criação de valor acrescentado e aumentar a procura, em Parcerias Público-Privado;
f) Contribuir para a modernização das Entidades Aderentes através da formação de quadros e inclusão das novas tecnologias de informação e comunicação;
Enfim…
g) Fomentar o aumento e a qualidade de visitantes na(s) zona(s) de intervenção de modo a reforçar LISBOA COMO UM DESTINO CULTURAL e contribuir, também, para que se converta numa CIDADE CRIATIVA de referência.
As Entidades abaixo descriminadas (ANEXO 1), subscrevem o presente documento aqui referenciado como uma CARTA DE INTENÇÕES no intuito de contribuírem inequivocamente para a criação desta Iniciativa, assim como todos as outras que venham a ser consideradas relevantes para a sua efectivação.
Lisboa, 09 Fevereiro 2010
Não te preocupes. Se o Luís Serpa já está metido na coisa é sinal de que vai dar em nada.
A não ser no gasto de mais uns euros(milhares,milhões?), para servir a vaidade de quem quer agir sem saber pensar.
AB
Posted by: AB | 02/09/2010 at 11:47