Há mais de 15 anos que vou seguindo o trabalho do J.M.G.
Não é um aparição fulgurante como aqueles grandes artistas que desaparecem dois anos depois. A singularidade da obra confirmou-se em todos os encontros, mas só deparei com duas breves notas do EXPRESSO e rápidas referências em feiras e bienais ou balanços do ano (não sei se houve mais notas, ou se andei a correr atrás das tais novidades de desgaste instantâneo.
SANDRA QUADROS e JOSÉ MIGUEL GERVÁSIO, Moira, Lisboa - 16-12-95
Em último dia, ou talvez já encerrada (mas seria injusto que dela não ficasse alguma memória), uma mostra de dois jovens artistas das Belas Artes do Porto — S. Quadros (n. 1970, Angola) e J.M. Gervásio (n. 1968, Montijo) — que deram o título genérico de «Colagem» a trabalhos que são pintura, utilizando a colagem para fazer entrar no quadro imagens recortadas e reinventadas, confundindo sentidos originários como gesto de subversão, de humor e de reconstrução poética, que se prolonga ainda nas inscrições escritas e títulos de S.Q. Processos reutilizados com uma especial frescura e liberdade.
GERVÁSIO, Quadrado Azul, Porto, 9-02-2002
Duas séries de desenhos, um alinhamento de trabalhos a tinta-da-china e uma parede de folhas riscadas a carvão fazem regressar José Miguel Gervásio à gal. onde já antes mostrara pintura, construções escultóricas e uma instalação invasora da sua produção gráfica. Os títulos «UMP LIX» reservam-lhes um secreto sentido narrativo, que não se deixa decifrar em figuras e espaços paisagísticos identificáveis, embora elas e eles estejam presentes, metamorfoseados por um grafismo imaginativo e livre. O automatismo gestual conduzido pelos caminhos de uma fantasia sonhada aproximam-nos de algum surrealismo, mas à margem dos seus estereótipos. Este é um mundo pessoal. (Até dia 20)
A 1ª mostra vi-a na então Galeria Moira, da Moira Forjaz, na Praça das Flores.
Meu caro, muito bem esta referência.
Mas eu gostaria de sugerir uma outra exposição, que me parece não ter tido até agora a atenção merecida: a da Ana Mata na Módulo.
Não esquecer.
Posted by: Carlos Vidal | 11/04/2010 at 14:05