Retrato da Princesa Margarida de Valois, por François Clouet: Por essa altura (1561) teria uns oito anos e era noiva prometida do «nosso» D. Sebastião - o seu retrato (este?) foi enviado pela mãe Catarina de Médicis e muito apreciado na corte, mas viriam a ser outros o destino nacional e o da futura «Reine Margot». A canção do Georges Brassens em "fundo" de uma exposição sobre os Clouet e o renascimento em França seriam uma boa iniciativa para animar o Soares dos Reis.
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"Em 1561, Catherine de Medicis enviou um retrato de Marguerite, com a idade de oito anos, a D. Sebastião de Portugal, seu noivo. Foi muito apreciado pela corte do país", segundo reportou o embaixador de França (cat. Dessins de la Renaissance, Collection de la Bibliohèque Nationale de France", 200'3). Sabe-se que o infante não se tentou. A filha de Henrique II e de Catarina de Medicis, Marguerite (e também a sua irmã Claude), foi igualmente oferecida nesse ano ao príncipe Carlos de Espanha. Os casamentos combinavam-se através de correios que transportavam os necessários retratos (pintados). O do Museu Soares dos Reis vem da colecção João Allen e não há certeza de ter sido este mesmo que assustou D. Sebastião.
A Margarida (1553-1615; de que se conhece um retrato desenhado por F. Clouet de cerca de 1555, com 2, 3 anos?, e outros retratos mais) foi rainha de França de 1589 a 1599, casada em 1572 com Henrique de Navarra, depois Henri IV. E teve uma (mal) afamada história que ela própria narrou nas suas memórias e foi depois contada por Alexandre Dumas, cantada por Brassens e posta em cinema por Patrice Chéreau com Isabelle Adjani...
A última vez que se viu o famoso retrato terá sido em 2006, mas fora do Museu!!
«Património, Obras municipais depositadas no Museu Nacional Soares dos Reis
mostradas na Galeria do Palácio", Porto (21 Julho - 3 Setembro 2006)
EXPRESSO 26-08-2006
COM a renovação do Palácio dos Carrancas (1992-2001), o itinerário da colecção de pintura prescindiu das peças mais antigas do acervo para se iniciar num século XIX já romântico. Esta exposição da iniciativa da Câmara, sem apoio informativo, espacialmente improvisada e demasiado fugaz, recorda o antigo espólio do Museu Municipal colocado em depósito no Museu Nacional (1942) e permite descobrir ou reencontrar importantes peças não expostas em permanência. Com destaque para duas obras emblemáticas de Vieira Portuense e Domingos Sequeira (Fuga de Margarida de Anjou e Junot Protegendo a Cidade de Lisboa), ou para os retratos franceses pintados por François Clouet do rei Henrique II e da sua filha Margarida de Valois. Por essa altura (1561) teria uns oito anos e era noiva prometida do «nosso» D. Sebastião - o seu retrato (este?) foi enviado pela mãe Catarina de Médicis e muito apreciado pela corte, mas viriam a ser outros o destino nacional e o da futura «Reine Margot» (ele rei virgem, ela dita ninfómana). Um pequeno núcleo de pintura flamenga, mais duas Santas (Catarina e Luzia) de Vasco Fernandes e outras obras, para além de núcleos de escultura e cerâmica, comprovam o valor do espólio, em grande parte oriundo da antiga colecção de João Allen.
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Sobre o folhetim Soares do Reis, de que o Público se ocupou hoje ( http://jornal.publico.pt/noticia/08-03-2011/museu-soares-dos-reis-a-procura-de-ideias-para-atrair-novos-publicos-e-gerar-receitas-21501209.htm ),
aparecem aqui 2 textos antigos:
Nova direcção no Soares dos Reis: Lúcia Almeida Matos (A saga do Soares dos Reis, 1992-99), 25/9/99
http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2008/12/a-saga-do-soares-dos-reis-9299.html
"Museu ao fundo", 29/9/2001
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Também no Público de hoje: http://jornal.publico.pt/noticia/08-03-2011/em-exposicao-21501217.htm
Em exposição
Artur Loureiro, o australiano
O MNSR concentra vários espólios, da antiga Academia Portuense de Belas-Artes ao embrião do Museu da Cidade que nunca passou do papel, passando por algumas ordens religiosas e por elementos decorativos que testemunham o período durante o qual o Palácio dos Carrancas cumpriu funções de residência real. Traça, assim, um panorama da pintura e escultura portuguesa do século XIX e da primeira metade do século XX, com obras de artistas como José Malhoa, Columbano, Henrique Pousão, Aurélia de Sousa, António Carneiro, Dórdio Gomes, Fernando Lanhas, Júlio Resende e Augusto Gomes. A sala de exposições temporárias do museu está, até 24 de Abril, ocupada por uma exposição dedicada a Artur Loureiro - um pintor nascido no Porto, em 1853, e que aqui viveu grande parte da vida. Em 1881, casou com uma pintora australiana, passando a residir nos antípodas durante duas décadas, antes de regressar ao Porto, onde criou uma escola de pintura no Palácio de Cristal. "Na Austrália, é considerado um grande pintor, mas em Portugal é pouco conhecido", reconhece Maria João Vasconcelos.
A exposição de Artur Loureiro é uma revelação, uma importante exposição pouco vista sobre um pintor activo nas primeiras décadas do séc. XX que é costume subvalorizar e incluir na história oitocentista, mas as primeiras linhas da nota mantêm a ignorância sobre a extensão do acervo de pintura do Museu...
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Para além da menina Margarida e do pai Henrique II, há por lá, dignos de ser expostos, uma Santa Catarina e uma Santa Luzia de Vasco Fernandes, uma Virgem do Leite de Frei Carlos (agora no MNAA, cat. pag. 171), um S. Jerónimo no Deserto do Mestre da Lourinhã (MNAA, pág. 169), etc. E Vieira Portuense, Sequeira, etc. Talvez fosse conveniente valorizar o museu que lá têm...
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